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O que me impressiona nessa chuva anual de demissões e contratações de treinadores é o alarde feito por grande parte da imprensa, como se isso fosse alguma novidade no Brasil. Não vejo nada de anormal nessa relação patrão/empregado. Nem quando um clube demite, nem quando o treinador pede demissão para aceitar outra proposta. Principalmente nos tempos atuais, já que os contratos preveem multas pesadas, que não deixam o sujeito na mão de calango. Este Domenèc, por exemplo: embolsa R$ 13 milhões do Flamengo. Está ruim? Como disse o Procópio Cardozo, no twitter: “Feliz Natal, Domenèc”.
Rogério Ceni não pensou muito e trocou o Fortaleza pelo Cruzeiro. Quebrou a cara, mas foi aceito de volta. Como um corno manso o tricolor cearense abriu novamente seus braços e portas para o ex-goleiro do São Paulo. E agora, de novo, ele sai, para o Flamengo e o Fortaleza soltou uma nota de felicitações: “…Agradecemos o trabalho realizado e desejamos sucesso em seu próximo desafio. Os auxiliares, Charles Hembert e Nelson Simões, e o preparador físico, Danilo Augusto, também deixam o Tricolor”. Entendo que ambos estão certíssimos. Foram úteis um para o outro, foram transparentes em suas conversas e acertos e vida que segue. O resto é perfumaria e hipocrisia.
Interessante é que ontem, quando o argentino Eduardo Coudet anunciou que chutaria a lata do Internacional para aceitar convite do Celta de Vigo, o jornalista Jorge Barraza, de Buenos Aires, se espantou: @JorgeBarrazaOK “Increíble estadística: 17 técnicos sustituidos en dos meses y medio de un campeonato. Será record mundial…? A ver”
Daí a pouco, eram 18, com a saída do Ceni do Fortaleza. Acredito que ele vai se dar muito bem no Flamengo. Cheio de grandes jogadores e uma estrutura montada, além de salários em dia. Não sei se o Internacional terá o mesmo sucesso ao investir em Abel Braga. Veterano, cansado, tido por muitos como “ex-treinador em atividade”.
Os gaúchos argumentam que ele tem uma sintonia forte com o clube, com quem foi Campeão da Libertadores e Mundial em 2006. Só que o tempo passa e a fila anda. Caso ele consiga manter a ótima campanha iniciada por Coudet, os dirigentes colorados poderão bater no peito e dizer que “ressuscitaram” um grande treinador.
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