No Bar A Baiúca, em Diamantina, o jornalista Sérgio Augusto Carvalho (esquerda) com Fausto Miranda, melhor amigo do lendário João Gilberto, dos tempos em que o pai da Bossa Nova morava na terra de JK
Viagem do Benecy
Um dos repórteres mais brilhantes de uma era do jornalismo brasileiro, Sérgio Augusto Carvalho, nos deu a honra de entrar em contato para manifestar o seu estranhamento sobre a história contada pelo diretor do Cruzeiro, Benecy Queiroz, de que o então presidente Felício Brandi teria recusado o Maradona para testes em uma excursão do time em 1976. Sérgio era da revista Placar naqueles tempos. Nos escreveu o seguinte: “Ei, Chico. Estou vendo no seu Blog o texto sobre o Benecy dizendo que Maradona foi oferecido ao Cruzeiro em 1976, que houve uma excursão…
Parece que o nosso Benecy está fazendo confusão. Em 1975 não teve jogo na Argentina. Em 1976, o Cruzeiro só disputou a Libertadores; o técnico era Zezé Moreira, que começou no clube em 1975, ganhando o Campeonato Mineiro. Não o Ilton Chaves.
O Benecy era preparador físico, com o Antônio Lacerda!
Não existiu nenhuma “excursão” pela América do Sul em Agosto. O título da Libertadores (eu fui a TODOS os jogos – menos o do Inter em Porto Alegre) foi ganho em 31 de julho, em Santiago.
O Maradona era um garoto de 16 anos. Morava num bairro afavelado de Buenos Aires, era “juvenil” do Argentino Juniors e já estava comprometido com o Boca Juniors. Eu e o fotógrafo JB Scalco (gaúcho) estivemos lá e a Placar publicou uma matéria assinada pelo Divino Fonseca mostrando quem era o futuro fenômeno porteño, Maradona.
Eu cobria o Cruzeiro direto. Nunca houve essa conversa na Toca. O jogador que chegou a interessar ao Carmine Furletti era o Alonso, do River Plate. Deu em nada.
Naquele ano o Cruzeiro só disputou amistosos contra times europeus, numa viagem de 26 dias (agosto) à Espanha (4V, 2E e 2D).
Não sei de onde ele tirou essa conversa sobre Maradona!!!
Coisas do Bené…”
Mais
Em outra mensagem sobre o assunto, o Sérgio Augusto acrescentou: “O Ilton Chaves foi técnico da Seleção Mineira que representou o Brasil na Copa América/75 e que, no final, foi dirigida pelo Oswaldo Brandão e “abrasileirada’ com alguns jogadores paulistas. O Ilton e o Telê foram auxiliares do Brandão. No Cruzeiro ele foi substituído por Zezé Moreira em agosto de 1975.
Ronaldo Nazaré, que era o médico do clube na época, me ligou dizendo que “o Benecy tá doido”. Isso nunca aconteceu.
O filho do Plinio Barreto (saudoso jornalista e autor do principal livro sobre a história do Cruzeiro), Marco Vinicio, confirmou o “erro” do Bené…”
É isso aí. Está explicado. No mais, obrigado ao Sérgio Augusto Carvalho, grande jornalista, gente da prateleira de cima da imprensa nacional. Em gente como ele me inspirei para me tornar um repórter, pelo menos razoável.
Sérgio Augusto com o prefeito de Diamantina, Juscelino Roque (segundo da esquerda para a direita) e amigos, n’A Baiúca. Aliás, parabéns ao Juscelino pela reeleição com 78,78% dos votos.
Claro que eu não perderia a oportunidade de registrar este encontro não marcado com o Sérgio numa das cidades que mais gosto no mundo e num dos melhores bares da face da terra, o A Baíuca, na Rua da Quitanda, em Diamantina. Foi ano passado, num sábado frio de julho.
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