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Com religião não se brinca; respeita-se, como se deve respeitar a todos os profissionais do futebol

Tivesse conquistado a Libertadores, essa foto do Cuca rezando no gramado do Mineirão, no lado em que o Atlético foi campeão, nos pênaltis, seria capa de todos os grandes jornais.

Enrolado na bandeira de Portugal, o técnico Abel Ferreira agradeceu e dedicou o título à família, que está do outro lado do Atlântico, aos seus jogadores, ao antecessor Vanderlei Luxemburgo e até ao seu quase algoz na semifinal da Libertadores, Marcelo Gallardo, técnico do River, a quem atribui um ponto importante em seu crescimento profissional. Admiro muito a quem respeita colegas de trabalho, adversários  e concorrentes, como este português, sem hipocrisia e sem chatices.

Respeito a todos que acreditam e praticam todas as religiões, mas não acho correto o uso do futebol para a exploração midiática de qualquer uma das crenças. Dizer que Deus, Cristo ou Nossa Senhora foi responsável por uma vitória é zombar da inteligência alheia. Ainda mais nos esportes coletivos. A culpa dos eventuais fracassos teria sido de algum infiel do grupo? Ou algum líder que rezou menos do que deveria? Ou, pior: de alguém que tenha outra crença, ou que seja ateu, agnóstico e etecetera e tal?

Tenho a convicção que Deus, Jesus e Nossa Senhora estão com todos, com o adversário derrotado inclusive.

Assim como essa foto do Cruzeiro, campeão brasileiro, com todos os méritos em 2013, com essa faixa atribuindo o título a Jesus. Foi destaque em todas as mídias nacionais e internacionais.

Ora, ora, é gente demais que trabalha muito, e muito bem, para chegar a uma conquista dessas. Dos roupeiros ao presidente do clube, passando pelos porteiros e funcionários de todos os setores, chegando aos atletas, comissão técnica, médicos, fisioterapeutas e tanta gente mais. O esforço, a dedicação de tantos para superar a tantos adversários, principalmente o rival da final, que se preparou tão bem quanto. E que também tem Deus, Cristo e Nossa Senhora, ao seu lado. Se Jesus, no caso fosse o Jorge, menos mal, pois estaria unindo o útil ao agradável!

Aí, alguém aparece e diz que foi obra do além. Faça-me o favor!


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Comentários:
25
  • Eduardo Silva disse:

    Chico, boa tarde,

    Pelo que me lembro essa de jogadores começarem a expor sua religião em campo ACHO que foi com o goleiro João Leite que entregava uma bíblia ao adversário quando tinha o sorteio da moedinha pra escolher o lado do campo e duas no banco de reservas, mas parou com isso quando um massagista do Cruzeiro jogou um dos exemplares na cabeça de um bandeirinha que teria marcado impedimento inexistente, durante um clássico Galo e Cruzeiro, em 1978, no Mineirão…. kkk

    Depois me lembro dos “Atletas de Cristo” e os grupinhos que formaram na Seleção Brasileira inclusive levando pastores para pregar junto a delegação. No Cruzeiro mesmo tinha uma panelinha dos jogadores evangélicos comandados pelo Ceará e se espalham por todos os clubes do país. No Atlético era o Ricardo Oliveira que até se tornou Pastor.

    O Fabio mesmo, eu já havia escrito, que deve ter sido preterido na Seleção Brasileira por causa dessa chatura de ficar citando Deus em suas falas antes e após os jogos e até internamente com os jogadores, talvez eles se sintam na obrigação de evangelizar os outros.

    Todos os clubes também estão cheios de estórias engraçadas com suas mandingas, os pai de santo e o caso que pintaram de preto o manto da santa que era azul, na Cidade do Galo e falaram que isso deu uma zica danada ao clube…kkk tem muitos causos engraçados.

    Os patrocinadores do clube que devem ficar P da vida porque um técnico como o Cuca poderia estar com uma camisa destacando a marca do clube e dos muitos parceiros em um momento de máxima exposição de mídia, mas não, lá vai ele com uma camisa estampada Nossa Senhora, isso deveria constar no contrato ou em um regimento interno do clube essa proibição.

    Sou católico, também respeito todas as religiões e seus seguidores, mas tudo tem seu momento, isso é coisa particular de cada um, não acho que tem que misturar o seu credo com sua prática esportiva que é profissional.

  • Alisson Sol disse:

    Duas considerações para que todos questionem, já que este é um tópico interessante e profundo:
    – Como apareceram as religiões? Como chegamos a esta explicação quase universal em que o ser humano atribui a uma “entidade superior” o controle do seu destino? E como disto aparece uma “organização” que diz ter um livro, poema ou mapa que dá o “caminho da eternidade” de maneira preferencial àqueles da “tribo”?
    – Principalmente no Brasil, que é homogêneo demais, seria interessante pesquisar: como são as religiões em outros países e áreas do mundo? Considere judeus, mulçumanos, budistas, indus, islamicos. Como estas pessoas se conduzem eticamente no seu dia a dia? Será que um jogo entre um time de uma religião e o de outra obriga entidade divinas a uma escolha entre crenças?

  • Horacio disse:

    É isso aí Chico, todos têm direito a praticar suas crenças, há sim casos de soberba e arrogância que menosprezam o trabalho do outro. O jogo foi horroroso, não fosse a final nem teria assistido até o fim, foi um castigo divino.

    No gol, o marcador que tinha acabado de entrar cercava, cercava mas não encurtava, o tony olhou, ajeitou o corpo e fez um cruzamento de uns 60 metros sem ser incomodado. O lateral do santos só olha para a bola e se posiciona para cabecear, não vê o atacante na corrida, que, óbvio, salta muito mais e cabeceia no gol.

    Os últimos gols de cabeça que o Galo tomou foram muito parecidos, a maioria também pela esquerda. Foi uma sequência de falhas de marcação, uma das poucas no jogo.

  • Sergio AC disse:

    Chico, assino embaixo!!!

  • Marcão de Varginha disse:

    Concordo! Jogadores que fazem gol, goleiro que faz defesa dificil ou pega pênalti, depois ajoelham, levantam ambas as mãos para o céu, fazem o sinal da cruz ou qualquer outra atitude religiosa, “agradecendo” aos céus por terem feito sua obrigação, não deveriam fazer tais ações..
    – Quando erram um “gol feito” ou não defendem o pênalti, e quando não levantam a taça, acredito que “culpam” a Deus por não terem atingido seus objetivos.. excesso de hipocrisia!
    – Aquela “rodinha” se abraçando após um gol, ajoelhados, poderia ser feita antes ou após os jogos, no vestiário.. campo de futebol nunca foi ou será uma igreja, e essa é o corpo individual de cada pessoa..

  • Carlos Henrique disse:

    Sou catolico devoto de Nossa senhora vou todo ano em Aparecida
    respeito tudo em se tratando de religiao
    e respeito muito o Cuca tem fé
    tem uns mais, euforicos como o goleiro Fabio
    que toda entrevista, fala de Jesus
    e esquece falar de futebol
    Cuca fala de futebol, e tem fé é dele isso
    respeito muito qualquer crença , ate as religioes Afro
    e tem quem nao respeite
    Cuca e fora da curva conhece muito
    pode ter pisado na bola
    em Marrocos, ja acertado com o time chines
    mas quem nao ja errou
    Deus nao tem time, mas tem seus filhos jogando, treinando
    os que tem fé e o exaltam,é por terem fé
    O Palmeiras mereceu
    nao faço chacota sobre a fé das pessoas
    mesmo quando dirigentes do outro lado da Lagoa
    iam atrás de macumbeiros
    a fé de cada um tem que ter respeito
    Como diz o ditado popular
    quem nao pode com a mandinga
    nao carrega patuá
    e que esteja errado, e meu time conquiste um titulo
    esse ano

  • João Brás disse:

    Parabéns cru cru! Único time de Minas na SEGUNDONA! Sujando o nome de Minas! !00 anos na SÉRIE B!!

  • Ed Diogo disse:

    Quanto mais leio este blog mais te admiro pela sua coragem eficiência clareza no tópicos imparcialidade profissionalismo.
    Ice está certíssimo parabéns

  • Juliano Salvador disse:

    Quem ganha é Jesus, mas quem recebe a maior comissão é o Diretor de Futebol, o que vai nos corredores da cbf todo dia.
    Todo mundo quer bater em cachorro morto: Ronaldinho passou fome na Toca, um dirigente elogia a torcida do Galo, o outro chama o Cru Cru de merda, outro chama o Cru Cru de time pequeno, Marinho não quer ver o Cru Cru nem pintado de ouro e o presidente azulino estava no Maraca dizendo que estava doidim para assistir um jogo da SÉRIE A e ver um jogo de times grandes.

  • Juca da Floresta disse:

    Bom dia Chico Maia, irretocável seu texto. Parabéns. Futebol e religião não se misturam. Deus é pai de todos e torce por todos. Eu tenho um primo/irmão atleticano que é fiel devoto de Padre Eustáquio, vindo do interior para cursar medicina na UFMG morava na casa de meus pais aqui em BH. Lembro que quando o jogo do Atlético era importante ele sempre ia ao santuário do Padre Eustáquio antes de rumar para o Mineirão. Era até engraçado quando o jogo era Cruzeiro x Atlético: eu, meu pai e meu irmão, três cruzeirenses no carro na porta do Santuário esperando o atleticano pedir pelo time do coração para irmos ao jogo. Abraço e boa semana.

  • Danilo Almeida Abdala disse:

    Perfeito Chico, compartilhondas mesmas convicções.

  • jeremias disse:

    Mais uma novidade do BI da B, Rony fasz um lançamento primordial, rejeitado do Crucru, o cabeceador que marcou o gol, até outro dia disputava a SÉRIE B, rejeitado do Crucru, assim como já havia o Dudu que tá na Arábia e Pedro Bicalho, todos rejeitados. Mas ninguém quer jogar no FUNDO DA LAGOA!

    • Juca da Floresta disse:

      Futebol é isso Jeremias, o menino que marcou o gol ontem foi rejeitado pelo Cruzeiro sim. Mas esse mesmo Cruzeiro foi que revelou para o mundo o Ronaldo Fenômeno, que foi rejeitado pelo flamengo aos treze anos, porque o Fenômeno não tinha dinheiro para ir ao treino e o flamengo não quis pagar as passagens. Vale lembrar que o Cafú, lateral pentacampeão mundial, foi dispensado das categorias de base do Atlético.

  • Márcio Luiz disse:

    Num passado remoto o Nelson Rodrigues “poetizou” a “obra do além” no futebol chamando-a de “Sobrenatural de Almeida”. E aí ficou LINDO, né; como diria o Caetano.

  • Thiago disse:

    Engraçado que esse ano que se passou, Deus pegou a sua mala e foi embora na visão do goleiro Fábio. Ele não atribuiu nenhum resultado a ele essa temporada. Que estranho né??? Só quando convém.

  • Raws disse:

    Chico, ponto de vista complexo esse.
    Independente de sua certa razão no comentário, que Deus e nossa senhora olha para todos os lados, a fé pra mim é primordial.
    Em suposiçao, quem pode afirmar que aquele lançamento milimétrico, não houve uma fé imensa presenteada?
    Conjecturas, achismos…
    Só sei que, “a ele a glória, a ele o louvor…”

    • Chico Maia disse:

      Caríssimo Raws,”aquele lançamento milimétrico” foi fruto de muita repetição no dia a dia do Palmeiras. Coisa de europeu, do técnico palmeirense. O Telê Santana foi precursor disso no Brasil. Nos treinos, repetição, repetição, repetição, até a exaustão. Enquanto o sujeito não acertasse 7 em 10 tentativas, ele não parava o treino. Vi isso na Vila Olímpica, mas você pode pegar o testemunho de um Sérgio Araújo, por exemplo, ou do Carlão, lateral direito daqueles idos do fim dos anos 1980.
      Abraço.

      • Luiz disse:

        Chico e Raws,
        Acho complexo esse tema…e polêmico. Será ponto de muita discussão aqui.
        A fé é individual e está na determinação de cada um em alcançar um objetivo, seja ele material ou imaterial. Isso posto coletivamente, pode dar resultado. No caso, claro, associado a muito treinamento e trabalho. Que me perdoem os crentes, mas por exemplo, caminhar sobre o sal ou simplesmente tomar um copo d’água, e tantos absurdos que fazem nas igrejas, não levam a nada a não ser a uma histeria coletiva. Os “milagres” se multiplicam a cada culto. Quanto mais ignorante e menos informada é a população, mais as pseudo igrejas se multiplicam, enchendo as burras dos donos dos templos. Aliás o Ministério Publico deveria ficar em cima delas. Porque esse povo não paga imposto de renda? Sinceramente, fico p.. da vida com essa exploração desproporcional em cima dessa gente pobre e humilde.
        O sujeito não fica rico do nada simplesmente pq tomou água benta. Ficou rico, porque lutou, e muito, e se determinou. A fé deve existir e é o que move a vida. São os sonhos, os objetivos de cada um. Eu não sou tão cético, mas acredito na ciência, no trabalho, no homem e no bem coletivo desde que todos estejam focados. E onde Deus entra ? No foco, no equilíbrio, na perseverança, no estado de espirito e na atitude de cada um de nós por dias melhores. Ai sim, Ele está presente.

        • Raws disse:

          Luiz, sim. Também citei complexo por achar que depende das experiências de vida de cada pessoa. Sou católico, sirvo em pastorais, mas não sou fanático e nem insensível com nossos erros. Assim como você, me revolto com o uso indevido da sagrada oferta e dízimo dos fiéis. No caso da fé e ou exaltação no esporte, eu vejo dentro da normalidade, pricipalmente porque conheci o fundo do poço e fui privilegiado em sentir a mão de Deus me puxando desse abismo que sozinho não sairia. Então a partir daí, cresci na fé e na obrigação de também falar sobre ele. Nunca sendo dono da razão. Quando citei o lançamento preciso, lógico que concordo com o Chico que foi por muito treinamento, mas também lembro como Márcio falou do “sobre natural de Almeida”, que as vezes entra no campo exemplificando com o lance do atacante Ferreyra do Olimpia, que no lance sem goleiro escorregou e perdeu o gol. Azar? Sorte? Fé dos atleticanos? Milagre?
          Só sei que fé sem ação não é nada, assim como ação sem fé. Abraços.

          • Luiz disse:

            É isso, caro Raws.
            Entendo então, que Deus nos dá os instrumentos demonstrados através da fé, da determinação e da vontade de lutar e vencer. “Faça a sua parte e Eu te ajudarei”. Dai misturar isso com tantas coisas que o homem cria e intervém diretamente é um contrassenso. Há coisa que são próprias das ações. Se houve erro uma jogada, não é porque o outro é pior ou pq Deus não ajudou. Se eu bati o carro, não foi porque Deus não protegeu. Somos humanos, erramos e acertamos. Fé e esperança são condições acima do nosso imaginário e cada um as tem de modo próprio. E, justamente nelas, está a mão de Deus. Abraços

      • Márcio Luiz disse:

        CARLÃO, Chico???
        Então esse aí andou matando muita aula, viu. rs rs rs