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E lá se vai Jorge Sampaoli, curtir o azul turquesa do mar mediterrâneo de Marselha, sem deixar saudade nas montanhas de Minas

Minas Gerais e Belo Horizonte ficam marcados na vida de Jorge Sampaoli, cujo filho Bento nasceu na capital mineira, dia oito de fevereiro. Foto reproduzida do Instagram

Torcedores brasileiros desembarcam na Estação Saint-Charles, de Marselha, em 1998.

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Ele já devolveu a bela casa de Lagoa Santa à imobiliária, o mesmo acontecendo com seus auxiliares e seus imóveis alugados em Belo Horizonte e Nova Lima. Só ainda não bateu martelo com a diretoria do Atlético porque negocia a saída sem pagamento de multa. Isso poderá ocorrer, caso o time se classifique direto para a Libertadores, ficando até em quarto lugar no Brasileiro. O contrato prevê um prêmio, e se isso ocorrer, o valor, em torno de R$ 4 milhões, é semelhante ao que ele teria de pagar de multa rescisória.

Sampaoli fecha com Olympique e vai à França em 26/2…” informou o Guilherme Piu, ótimo jornalista do Uol, na manhã deste domingo.

Cada um sabe onde o calo aperta e cuida da sua vida. Morar na França, receber um gordo salário em euros é altamente atrativo para qualquer mortal, principalmente Sul-americano. Dirigir um grande clube europeu, morar numa cidade como Marselha, vixe! É tudo que o senhor nascido em Casilda, nos arredores de Rosário, província de Santa Fé/Argentina, gostaria. Claro que ficou fascinado com a ideia, e que seja feliz lá. Se não teve interesse em aprender um mínimo de português no Santos nem no Galo, certamente vai se esforçar e contratará uma boa professora de francês para se virar na “Provence”. Já o imagino fazendo biquinho e trejeitos para se comunicar à beira dos gramados com os seus jogadores. Também para pedir comida nos restaurantes, comprar no comércio em geral ou se informar e pegar trens nesta estação de Saint-Charles, da foto acima. Os franceses, com razão, fazem muita questão do seu idioma.

Tive o prazer de conhecer Marselha na Copa da França em 1998. A seleção do Zagallo venceu a Noruega lá, 3 a 2. Sampaoli poderá pegar sua bicicleta ou sair à pé pela Avenida Prado, tomar o Boulevard Michelet e chegar ao estádio Vélodrome, curtindo a brisa e a beleza do Mar Mediterâneo. Se não cometer as esquisitices nas escalações diferentes, a cada jogo, do Olympique, como fez no Atlético, poderá durar bastante lá. Mas é bom não desfazer logo as malas e nem alugar casa por período muito longo. Se os resultados não chegarem logo, a demissão é garantida, sem a paciência e tratamento privilegiado que tem por aqui. Aliás, esta “paciência”, só ocorre por que a torcida não pode comparecer aos jogos. Se pudesse, ele e a diretoria não teriam suportado a pressão.

Desejo sucesso ao Sampaoli na sequência da carreira dele. Não deixa saudades por aqui, mas inegavelmente é um bom treinador. Não aquilo tudo que quer fazer parecer, mas é bom sim. Sobre este um ano dele no Galo, penso muito parecido com o Alexis Campos Alves, que me enviou este e-mail depois do ridículo 1 a 1 com o Bahia no Mineirão:

* “É, meu caro Chico…

Já faz alguns anos nos quais o Atlético fica refém de treinadores arrogantes e insensíveis às manifestações da torcida e da imprensa. Diego Aguirre, Levir Culpi em sua última passagem pelo clube, Dudamel e agora Jorge Sampaolli.

Com Zaracho (que custou seis  milhões de dólares) e o ídolo artilheiro Tardelli no banco, Sampaolli aceita o empate com o Bahia) tendo ainda o direito a realizar duas substituições, sem apresentar nada de diferente pra quem exigiu tanto. Seria uma tentativa de provocar a demissão pra não pagar a multa rescisória? Ou apenas a constatação de que é um técnico supervalorizado com um ego maior que ele mesmo?

Independentemente das razões, creio que a tal cláusula de desempenho deveria ser obrigatória não só para jogadores, mas para técnicos também. Qualquer trabalhador comum que demonstre tanto desinteresse em suas atividades e apresente resultados tão pífios sem o mínimo de autocrítica seria demitido.

Lembro-me do time que chegou à final do Brasileiro em 1999, muito mais barato, porém extremamente mais empenhado em campo. Ou, alguns anos depois, Márcio Mexerica fazendo mais gols que Vargas e Sasha juntos.

Não é apenas a arbitragem que precisa de profissionalização, os gestores também. Como diz a Gabriela Priolli (advogada, apresentadora de TV): menos paixão e mais razão. No milionário negócio futebol, a obrigação de dar resultados não é uma questão apenas ética. Precisa estar registrada em contrato”.

Grande abraço!!!

Alexis Campos Alves

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No intervalo de Brasil x Noruega em 1998, o Francês, da Torcida Máfia Azul, zoa a mim e ao Haroldo Ferreti (em frente), também atleticano, baterista do Skank. À direita o Henrique Portugal, tecladista, um dos ícones cruzeirenses na banda. A música Uma partida de futebol” era uma das escolhidas pela FIFA para tocar, antes, no intervalo e depois de todos os jogos da Copa da França.


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Comentários:
1
  • Luiz Ibirité disse:

    E agora Chico, contrata um brasileiro pra tocar o barco ou tenta outro sul-americano pra dar continuidade? Esta dúvida vai assombrar vcs por um tempo, pq foram contratações bem distintas, inclusive o nacho q acaba de chegar, e se o diretor de futebol nao tiver peito pra segurar a onda junto da diretoria, vao ter mais trabalho ainda! E não estou falando de campeonato mineiro não, falo de uma temporada q gera uma grande expectativa em todos os atleticanos de um modo geral, sorte a vcs (vao precisar tb).