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No dia Nacional do Turismo, lá se foi o Juninho Paixão, grande entusiasta do setor; mais uma vítima da irresponsabilidade de um condutor de veículo

No restaurante do Maquiné Park Hotel, o consultor em turismo, Luiz Neves (esq.) com Juninho Paixão, dono do empreendimento, referência no trato com a Covid-19, desde o início da pandemia.

Amigos e amigas do blog, somente agora ganhei ânimo para escrever sobre uma situação que me deixou angustiado durante uma  semana e que, ontem, teve um desfecho trágico: a morte do Vicente Paixão Júnior, o “Juninho” do Maquiné Park Hotel (na BR-040, trevo para Cordisburgo, 35 Km depois de Sete Lagoas), uma das melhores pessoas que este mundo já teve. Empresário brilhante do segmento do Turismo, possivelmente, o setor mais afetado pela pandemia, passava por ótimo momento na vida pessoal e empresarial, com a esposa Valéria, as três filhas: Rafaela, Renata e Roberta, além, da mãe, irmã, cunhado, e os tantos amigos de Caetanópolis, Paraopeba, Sete Lagoas e de todos os cantos de Minas e do Brasil, em que tinha convivência.

Juninho sempre foi muito responsável e organizado. Assumiu novo os negócios da família, em função da morte do pai, Vicente Paixão. Competente e muito batalhador, conseguiu superar todos os desafios para chegar à grandiosidade e excelência, do hotel, que está a caminho de se tornar o primeiro resort da região. Metódico nos negócios e também na vida pessoal, mantinha a sua rotina diária de academia de ginástica, combinada com uma corrida ou muitos quilômetros de pedaladas em sua bike.

No fim da tarde de terça-feira, 23, ele foi pedalar numa região tranquila do trecho desativado da BR-040, pouco depois do centro da tranquila Paraopeba no sentido Brasília. De repente, um motociclista, em velocidade absolutamente incompatível, o colheu no acostamento e o arremessou a muitos metros de distância. Mesmo usando capacete e demais equipamentos de segurança para todo ciclista, Juninho teve sérios ferimentos na cabeça e recebeu todos os devidos tratamentos e cirurgia (que durou quatro horas), no Hospital Municipal de Sete Lagoas. Depois de uma semana na UTI, entre melhoras e pioras, ele não resistiu e morreu, por volta das 11 horas, deste dia 02 de março.

Comoção absoluta, especialmente para quem o conhecia diretamente ou convivia com ele. Uma dor indescritível. Na semana passada, perdemos a Ana Maria de Freitas Ribeiro, mãe de três grandes amigos (Leonardo, Luiz e Luciano), uma senhora queridíssima em Sete Lagoas. Escrevi em minha coluna no SETE DIAS, que o mais triste de envelhecer é ver as pessoas mais velhas, que você tanto gosta, indo embora. Mas a D. Ana, tinha problemas de saúde e estava com 81 anos. Viveu intensamente, até o último dia, lúcida, e mesmo acamada, batia papo e encontrava forças para contar piadas e sorrir.

Juninho não teve a chance de seguir vivendo, colhido que foi por um condutor de moto irresponsável que lhe cortou este direito. Também escrevi, aí no editorial do SETE DIAS, sobre a morte de uma criança de cinco meses e da sua cuidadora, de 41 anos, vítimas de um motorista inabilitado. “… A bebida da festa na qual ele se encontrava acabou, na madrugada, e ele saiu para buscar mais, quando ocorreu o fato. Os repórteres chamam os causadores de tragédias como essas de “imprudentes” ou “infratores”, quando na realidade são criminosos, marginais que não obedecem à legislação e nem ao bom senso humano. Para piorar, os aplicadores das leis, se utilizam das atenuantes, do lado brando delas, para livrar a pele desses agentes do mal.

E assim funciona a vida no Brasil. Aqui ou em qualquer parte destes 8.516.000 km² de área territorial, que poderia ser o melhor país do mundo para se viver. Enquanto isso, em Brasília, o Presidente da República procura abrandar as leis, em sintonia com a pior estirpe de deputados e senadores com quem se aliou, frustrando a quem acreditou nas suas promessas de campanha, contra a corrupção e desmandos que acometem o país desde a descoberta por Pedro Álvares Cabral. Entre as frases falsamente atribuídas ao físico Albert Einstein, uma delas se aplica perfeitamente ao Brasil: “A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes”, ou “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.

É isso. O Brasil é essa loucura que atravessa séculos. E pelo andar da carruagem, vai continuar atravessando.”

Descanse em paz, caro Vicente Paixão Júnior! Qualquer dia a gente volta a ser encontrar.

A trágica notícia, ontem, no site do SETE DIAS:

http://www.setedias.com.br/noticia/manchete/53/juninho-paixao-do-maquine-park-hotel-nao-resiste-e-morre-uma-semana-apos-atropelamento/25084


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Comentários:
3
  • Marcão de Varginha disse:

    Meus sinceros sentimentos…

  • Eduardo Silva disse:

    Meus avós maternos são de Caetanópolis, passei quase todas minhas férias na cidade e até hoje nossos pontos de parada sempre foram a Gruta de Maquiné, Leite ao pé da Vaca e a Linguiça da Bete.

    É muito triste saber que pessoas do bem e trabalhadoras se vão tão cedo! É muita tristeza para as filhas, esposa, parentes e amigos. Que deus os conforte nesse momento de dor!

    Ainda mais gente bacana, simples e hospitaleira, que fala “bão sem base” do Cedro e Paraopeba!

    Que descanse em paz!

  • Alisson Sol disse:

    Uma infelicidade! Perde a família. Perde a sociedade. Ganha: o impune!

    Eu costumo dizer (de brincadeira, para deixar bem claro) para meus amigos internacionais me consultarem caso algum dia quiserem “se livrar de alguém”. Eu tenho a receita de crime perfeito, com risco praticamente zero de se passar qualquer dia na cadeia, ou sequer de viver preocupado: “Leve a pessoa de férias ao Brasil. Alugue um carro, e atropele a pessoa. Fuja do local, dizendo-se traumatizado com o ocorrido. Se apresente após o período de flagrante. Chore bastante. Volte para casa“…

    Se não gostarem deste método, hoje digo que é só esperar um pouco. Em breve, o Brasil vai oferecer também a opção do crime sem punição com armas de fogo, no famoso “a arma disparou por acidente…