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Gabigol, do Flamengo; apenas mais um brasileiro, sem tirar nem por!

Foto: lance.com.br

Acostumado às manchetes elogiando seus gols e grandes atuações, Gabriel do Flamengo virou assunto policial. O jornal Lance destacou:

* “IRRESPONSÁVEL – Gabigol, do Flamengo, fala pela primeira vez sobre flagrante em cassino: ‘Faltou sensibilidade'”

Sim, irresponsável, mas…

O Brasil é um depósito de gente. Cabeças cozidas, irresponsáveis, malandros e desonestos à rodo, mas também de gente séria, brilhante, boa alma, em todos os segmentos. Claro que a maioria é do bem, que entretanto, faz das tripas coração para segurar a barra da ala do mal.

Levar vantagem em tudo e jeitinho pra se dar bem são marcas verde e amarelas, também. Neste balaio estamos todos, de todo os estratos da sociedade brasileira, de pobres a ricos, pardos, pretos, brancos, amarelos, das mais diversas religiões e por aí vai. Não adianta ficar choramigando, igual a gente vê no dia a dia da imprensa, com manchetes tipo “Até quando?”, “Onde vamos parar?”, etecetera e tal.

Gabriel, “Gabigol”, joga grande futebol na mesma proporção que sempre aprontou fora de campo. Apenas mais um brasileiro. Óbvio que o fato de ser jogador de futebol gera mais holofotes, por jogar num dos maiores clubes do país.

É preciso lembrar que jogador de futebol é como qualquer cidadão. Há os centrados e os cabeças cozidas, como em toda categoria profissional. Jornalista, advogado, industrial, comerciante, engenheiro, médico, pedreiro, motorista, lixeiro, enfim… Há gente boa e gente ruim, que pode eleger e se eleger vereador, deputado, senador, governador, prefeito e presidente. Que faz leis, que manda prender, soltar, fazer e desmanchar e acontecer. Vira Juiz, Desembargador, Ministro do Supremo e vida que segue.

No frigir dos ovos, a bucha está nas mãos de todos nós e só vamos melhorar quando melhorarmos o nosso voto, pois é ele que vale. Pelo voto podemos ter melhor educação, melhor saúde, melhores condições de vida e coisas tais. Ou não! Depende de nós.

Gabriel “Gabigol” é produto do meio. Apenas mais um brasileiro dando mau exemplo, igual a autoridades graúdas que não usam máscara, que incentivam aglomerações, que acham que gente é pra morrer mesmo, independentemente de ser a hora ou não. Ou seja: só deixaremos de ser um depósito de gente daqui há alguns séculos, quando acertarmos no voto, em todas as instâncias de cargos da democracia, que é um regime de governo complicado, mas até hoje a humanidade não encontrou um melhor.

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* http://lance.com.br/fora-de-campo/gabigol-flamengo-fala-pela-primeira-vez-sobre-flagrante-cassino-faltou-sensibilidade.html


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Comentários:
5
  • Alisson Sol disse:

    Eu ainda creio muito na democracia. O problema do Brasil é mais a questão de impunidade, o que faz com que ninguém queira seguir as regras e leis quando não há fiscalização. Ou pior: “quando não concorda com a regra”! Não creio também que o país será consertado enquanto o voto for obrigatório. Não existe isto de “direito obrigatório”. Tendo trabalhado em seção eleitoral durante um bom tempo, pude ver que para cada eleitor consciente, há 10 que lá vão apenas pela obrigação. Estes vão escolher desde o indicado por amigo/parente até aquele que promete mesmo o benefício pessoal. Neste ambiente, entrar no jogo com boas intenções é perda de tempo. Apenas o voto como direito mudará o país.

    E não basta apenas corrigir o legislativo e o executivo. O judiciário brasileiro tem “reservas de mercado” e regras inacreditáveis. É um dos poucos países onde, se não mudaram desde que saí, você não pode representar a si mesmo perante um tribunal. Tem de usar os serviços de um advogado. Isto, que parece inócuo, tem diversas consequências, pois advogados vivem deste processos que não deveriam existir ou onde sua presença não deveria ser necessária. Eu mesmo presenciei coisas absurdas. Nas duas vezes em que me demiti no Brasil, tive a própria empresa pagando um advogado para que eu fizesse o processo via justiça, ao invés de um acordo amigável. Temiam me pagar corretamente e sem multas (já que eu havia pedido demissão) e depois serem processados novamente, pois algum advogado iria querer me fazer mudar de idéia. Um país onde quem está fazendo a coisa certa teme a justiça mas quem está fazendo algo errado não teme tem que corrigir isto primeiro.

    • Zé Carlos disse:

      Acho que votar é um dos atos de cidadania da maior importância, afinal é o destino da nação que se faz pelo voto. Para se obter o título de eleitor a pessoa deveria passar por um vestibular “pente fino” com ênfase em Direito Constitucional.

  • Paulo F disse:

    Pois é Chico, mas mesmo o voto não nos dá esse poder de decisão. Nossa democracia é muito falha, não temos representatividade, no fim das contas os partidos nos empurram seus candidatos, que não se importam com seus eleitores chega no segundo turno e temos so duas opções.

  • Paulo César disse:

    Não sou fã do Presidente. Aliás, não sou fã de político algum. Em maior ou menor medida, todos acabam nos decepcionando. Não valido de forma alguma a postura dele durante a pandemia. Acho um absurdo que ele, que deveria dar o exemplo, circule por aí sem máscaras, e fale as bobagens que fala.

    MAS para ser justo, honesto e coerente, concordo demais com o teor do seu texto, inclusive argumentando que a falta de empatia, solidariedade, respeito e cuidados de muitas pessoas no país é reflexo da natureza egoísta e individualista de boa parte da população. Acho que muitas mortes teriam sido evitadas, mesmo com o mal exemplo do chefe do Executivo, se alguns tivessem tomado suas precauções. Aqui no país, é cada um por si, e Deus tentando cuidar de todos.

  • STEFANO VENUTO BARBOSA disse:

    Se você visitar as redes sociais do Gabigol, vai se chocar, porque esse aí flagrado no cassino, não é a pessoa consciente que incentiva vacinas, o fique em casa, etc. Na verdade, só mais um hipócrita, como a maioria dos artistas da Globo e outros aí, ditos formadores de opinião. Contudo, duvido que o cassino que ele estava, seja mais aglomerado que um coletivo da capital de Minas.