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O Ginásio Mineirinho sob risco e com ele boa parte do esporte de Minas

Foto: Hoje em Dia/Sylvio Coutinho/SEESP/Divulgação

O jornalista Ivan Drummond, maior especialista da imprensa mineira em modalidades olímpicas, usou a página dele no facebook para fazer um alerta e ao mesmo tempo um desabafo:

Ivan Drummond

* “Um crime governamental contra o esporte”

Estou revoltado. O Governo Mineiro vai anunciar o loteamento do Mineirinho. Para virar um shopping Oi e um monte de salas. Vão fazer isso, por não terem qualquer compromisso com o esporte, e nem com a educação, pois um complementa o outro. Pouco ligam para o Esporte. O ginásio, que leva o nome do meu pai, detém os recordes mundiais de público no vôlei (Brasil venceu a Itália, por 3 a 2, na Liga Mundial, em 1995) e no futsal (final da Liga Nacional, em 99, Atlético 5 x 3 Rio Miécimo, valeu o bicampeonato do time mineiro). destruíram pista de skate, de bicicross, tiro com arco, tinha boxe. As federações que lá estão, estão sendo colocadas para fora. A decisão vai matar o esporte mineiro, além de tirar o espaço mais importante que temos. Um absurdo. Nunca se preocuparam com o esporte, esses políticos. Deve ser mais rentável, pra eles, o incentivo ao consumo de drogas, por exemplo, do que cuidar de combatê-las e uma das armas mais importantes para isso, é através do esporte.

Foto: Hoje em Dia/Alexandre Arruda/CBV/Divulgação

https://www.facebook.com/ivan.drummond.3


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Comentários:
10
  • luiz disse:

    Chico,
    Qdo o Ginásio do Mineirinho foi projetado pelo saudoso arquiteto Richard Lima, natural de Lavras esperava-se que o referido estádio contemplasse às atividades esportivas especializadas e que fosse um espaço para múltiplos eventos. Tive a oportunidade de conversar com ele sobre esse maravilhoso projeto e sentí por parte dele uma frustração por seu projeto não ter sua utilização plena. Existem muitos projetos engavetados e que não tiveram uma só prancha executada. Refiro-me por exemplo , ao projeto de acústica cuidadosamente pensado pelo também saudoso Professor Pérides da Silva, e que tive o privilégio de ser seu aluno ,para mim , era a maior autoridade nessa área no Brasil. Muito triste ver essa subutilização desse complexo tombado pelo Patrimônio Histórico. Providências se fazem necessárias e urgentes.

  • Eduardo Silva disse:

    Chico, bom dia,

    Poisé! Eu venho falando aqui sobre construir estádios, arenas, complexos esportivos que são “equipamentos”, construções que tem seus momentos de glória mas que depois dão mais despesa do que receita e tornam inviável sua manutenção.

    Aí um espaço que é destinado a futebol e outros esportes especializados começam a ser utilizados para shows de música, eventos religiosos e ao final viram elefantes brancos, com manutenção cara e se torna um problema porque as estruturas vão apodrecendo sem uso adequado.

    SE o pessoal dos esportes especializados e a imprensa esportiva não se mobilizar o Mineirinho vai virar um imenso shopping popular cheio de lojinhas vendendo produtos chineses e ficarão apenas as lembranças de uma arena esportiva.

    Isso acontece em todo o país… cadê os legados da Copa do Mundo e das Olimpíadas que foram disputadas no Brasil em passado recente?

    Eu respondo: o “gato” comeu!

    • luiz disse:

      Prezado Eduardo
      Concordo com você em todo os sentidos. BH tem pouquíssimos esportes especializados e com ginásios satisfatórios para atende-los . O que temos por aqui de “especializados”? Vôlei do Minas e Cruzeiro e só.
      Nada de atletismo, de futebol de salão… basquete?? nem pensar. Quanto custa manter uma casa fechada? Mas, mesmo assim, sou contra fatiar o ginásio. É necessário fortalecer todos os esportes olímpicos. Assim como o Mineirinho tá ocioso, o Mineirão também estará em breve, O Centro Esportivo Universitário também, e diga-se de passagem um ótimo espaço para treinamento de excelência. Acho que passou da hora de prepararmos atletas olímpicos. Ninguém noticia mais essas competições esportivas. Caso a pensar…. e muito.!

      • Eduardo Silva disse:

        Prezado Luiz, boa tarde,

        Sempre pensei em esporte como meio de inclusão social em escolas municipais, estaduais e os esportes de alto rendimento atrelado as faculdades, sejam particulares, estaduais ou federais. É o que é feito nos EUA onde o cara se matricula numa faculdade e tem todo suporte para treinar na modalidade que se especializou. Como exemplo os nadadores brasileiros que chegaram a várias medalhas por causa da preparação de excelência nas faculdades americanas.

        O Brasil antes das olimpíadas do Rio fez um Programa Atletas de Alto Rendimento (Paar) nas forças armadas ( exército, marinha e aeronáutica), onde recebiam um valor mensal e eram engajados como 3o.sargento temporários… representaram 31% da delegação brasileira.

        Imagina atletas olímpicos atrelados a UFMG com interações de todos os cursos. Medicina na área de ortopedia, fisiologia, Gastronomia, na área de nutrição e dietética, Engenharia, Arquitetura, nos projetos das instalações, desenvolvimento de equipamentos esportivos, veterinária, atendendo os cavalos da equitação, Comunicação e Jornalismo na área de imprensa, Psicologia esportiva, Educação Física em todos os esportes, Direito na área de direito esportivo, ou seja, TODAS os cursos poderiam ser envolvidos.

        E a volta de Jogos Escolares no ensino médio e competições sistematizadas de Jogos Universitários em todas as modalidades e os atletas que se destacassem vão pra centros de excelência como tem em Saquarema no volei, Granja Comary no futebol e outros.

        E os estádios e ginásios ficariam com sua manutenção no orçamento das faculdades como um prédio de sua estrutura já existente. NÃO vejo como o Governo Estadual bancar essas estruturas, os caras não dão conta de cuidar da saúde, segurança e outros serviços básicos, quanto mais administrar estádios de futebol.

        Mas estamos no Brasil, um país cheio de riquezas mas acho que fadado ao atraso e bagunça em todas as áreas. NÃO acredito que os políticos consigam levar adiante um projeto esportivo como esse.

        De qualquer forma, agradeço sua interação, enriquecendo o debate no blog, porque de loroteiros e magoados aqui tá cheio.

        Grande abraço.

  • Renato César disse:

    De fato o loteamento para comércio é totalmente absurdo!

    O problema do custo de manutenção não é tão simples de ser resolvido, principalmente porque o Mineirinho é parte do complexo (e coloca complexo nisto) do Mineirão. Talvez a alternativa seria desvincular. Isto porque estamos com uma Arena muito mais moderna sendo construída em BH, a Arena MRV. E já temos o Independência que é mais viável financeiramente para a maioria dos jogos.

    Mineirão hoje é interessante para eventos diversos alheios ao futebol, tanto na esplanada quanto dentro do estádio.

    Mineirinho deveria ser utilizado para os esportes especializados e não para comércio de feiras. Cruzeiro anunciou criação de times de basquete e já tem o de vôlei. América acho que tem vôlei mas com sede em Montes Claros. Poderiam usar o Mineirinho para mandar os jogos. E o Galo poderia entrar nesta. Estes clubes poderiam ter vôlei, basquete, handball, judo, etc. e as competições serem disputadas no Mineirinho.

    O Minas ganharia concorrência no Estado, mas acredito que continuaria sendo o principal clube do país.

  • Marlon Caldeira Brant disse:

    Chico, mais um derrota do esporte no Brasil. Mineirinho foi palco de várias decisões de volei da Seleção Brasileira e do Sada Cruzeiro, futsal do Atlético de Manoel Tobias e Cia, vários eventos bacanas e até religiosos, tanto para Evangélicos e Católicos….. Mas ai entra o maior câncer deste País….O Politico, aquele que só quer levar vantagem, ganhar uma grama, pode ter certeza que alguém ou alguma empresa vai faturar e não será o sofrido povo brasileiro. A pergunta que fica no ar? Onde vão colocar as federações que ainda estão lá? Muito triste mesmo

  • Rodrigo Assis disse:

    Uma bancada de deputados estaduais inúteis que temos, que somente consomem os escassos recursos do estado, provavelmente ficará de braços cruzados assistindo mais essa decisão equivocada de um aventureiro que atualmente ocupa o mais alto posto no palácio Tiradentes

  • Silvio T disse:

    Pois é. Numa crise dessas, vende-se um local que, além de histórico, é um polo gerador e mantenedor de várias modalidades esportivas e que não têm praticamente nenhuma chance na iniciativa privada. Enquanto isso, dois elefantes brancos como a Tv Minas e a rádio Inconfidência são mantidos às custas do contribuinte. Ninguém vê, ninguem ouve mas garantem cabides de emprego. E sempre que se fala em acabar com essas sinecuras, explodem campanhas corporativistas na imprensa pra manter a mamata. Vai entender.

  • Bernardo Montalvão disse:

    A sociedade precisa se mobilizar, o brasileiro se acomoda muito fácil diante das atitudes dos políticos. Aqui na nossa cidade, um prefeito abriu licitação para venda de um espaço esportivo. A população protestou e não apareceu nenhum comprador em dois editais.

  • Alisson Sol disse:

    O Brasil não é mesmo para amadores… Vamos ignorar por um minuto que isto prejudica o esporte em geral. Se você tem um bem, iria decidir negociá-lo na pior hora? Em plena crise do comércio presencial, com a classe média indo para a conveniência das compras online e as classes menos favorecidas sem dinheiro, decidem criar um loteamento de um bem público de forma a “maximizar o prejuízo”! Isto parece a típica maracutaia brasileira.

    Alternativas: simples. Aluga-se o espaço esportivo para atividades esportivas. Nos EUA, por exemplo, a Liga de Futebol onde jogo (link) aluga campos em parques, escolas e, de vez em quando, um dos vários estádios da região. Jogar futebol amador em um estádio deixa os jogadores literalmente emocionados. E com isto financiam a manutenção do bem público, e elevam seu valor. Mas é preciso ter a intenção correta, o que não parece ser o caso…