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Bruno anuncia o fim da carreira. O triste fim de um ótimo goleiro

Anunciado no início deste ano pelo Atlético Carioca, de São Gonçalo, da quinta divisão do Rio Bruno, ex-Atlético e Flamengo, no fim de março, resolveu aceitar proposta do Araguacema, da primeira divisão do Tocantins.

A vida é feita de escolhas. Bruno era um ótimo goleiro e estava se preparando para trocar o Flamengo pelo futebol europeu, quando meteu os pés pelas mãos, na trama da morte da ex-namorada Elisa Samúdio. Não soube escolher o advogado certo e foi condenado a 22 anos de prisão. Beneficiado pelo regime semiaberto, não conseguiu retomar a carreira. Por onde ia, os seus contratantes e parceiros comerciais enfrentavam a pressão e a fúria dos mais diversos movimentos.

Hoje anunciou que parou, “aposentou as luvas”, como mostra o site da Itatiaia. Vai mexer no mercado financeiro. Nunca ouvi falar que ele entendesse algo do assunto, mas, outra escolha dele. Que seja feliz em mais uma tentativa de recomeço:

* “Goleiro Bruno anuncia aposentadoria do futebol e vira day trader”

Condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato da modelo Eliza Samudio, ex-jogador cumpre a pena em regime semiaberto desde 2019

O goleiro Bruno, de 36 anos, anunciou que abandonou o futebol e vai agora para o mundo das finanças. Em uma live no Instagram, o agora ex-jogador contou que largou a carreira nos gramados para ser day trader, profissional que compra e vende no mesmo dia ativos de renda variável (ações) na bolsa de valores com o objetivo de lucro.

Já no início do vídeo, Bruno diz: “Futebol é coisa do passado, ficou no passado. Não, não, Francis (um dos seguidores que estavam na live), melhor goleiro do Brasil não, já foi. Aposentei a luva, parei. Deu pra mim. A parada agora é só investimento. Não, Davi (outro seguidor) não estou jogando, parei, deu”, disse.

“Sumi, dei uma desaparecida do Instagram, mas estou de volta para mostrar para vocês minha nova profissão. Estou estudando… e com a top”, acrescenta Bruno, que em seguida vira a câmera para mostrar uma mulher que ele afirma que vai “ensinar a ganhar dinheiro”.

Condenado a 22 anos e três meses de prisão em março de 2013 pelo assassinato da modelo Eliza Samudio, Bruno cumpre a pena em regime semiaberto desde 2019. Desde então, o ex-goleiro vinha tentando se reencontrar na carreira, mas enfrentou dificuldades em diversos clubes, seja por rejeição dos patrocinadores e até pela covid-19. O último clube em que Bruno atuou foi o Rio Branco-AC. Ao deixar a equipe, no final do ano passado, o goleiro chegou a ser anunciado em meados de março deste ano pelo Atlético Carioca, da Série C do Campeonato do Rio de Janeiro. Mas o acordo foi desfeito dias depois.

No dia 31 de março, o Araguacema-TO anunciou a contratação de Bruno. No entanto, o Campeonato de Tocantins foi paralisado por determinação do governo estadual por causa do avanço da covid-19 e ficou sem data para ser retomado. Desta forma, o clube precisou liberar todo o elenco, incluindo o goleiro.

https://www.itatiaia.com.br/noticia/goleiro-bruno-anuncia-aposentadoria-do-futebol-e-vira-day-trader


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Comentários:
9
  • STEFANO disse:

    Esse tipo de condenação social é bem seletiva, não que seja anormal, é bom que o criminoso saiba que nunca mais terá vida normal. Me lembro bem do Marcos Valério chegando num comércio de elite de Sete Lagoas e sendo recebido com tapete vermelho. São crimes diferentes, feminicídio e corrupção, mas os efeitos da corrupção são mais amplos e causam muito mais danos sociais. Talvez o Bruno seja fruto de um desses efeitos, vindo de uma comunidade pobre e extremamente violenta, se uma hora pra outra ganha fama, muito dinheiro e perde a noção do que não pode ser feito. Pagar uma pensão seria muito menos prejudicial, um bom advogado não permite que a pensão seja milionária, como pensa a maioria do povo. Não tenho dúvidas que Bruno seja fruto da desestruturação social. Existe o protesto legítimo e existe, sim, um boa medida de hipocrisia, mas as pessoas são livres até pra serem hipócritas. Mas é importante protestar contra a corrupção, pelo voto, por exemplo. Tem um candidato aí que merece uma ampliação da pena, com a condenação social, mesmo que livre pra ser votado,

  • Marcelo disse:

    Eu só não entendi o seguinte: o cara cometeu um crime e a culpa é do advogado que eles escolheu? Ele foi condenado porque não havia como desvinculá-lo do assassinato.

  • J.B.CRUZ disse:

    CADA UM COM : SEU DESTINO, SEU CARMA , SUA SORTE !!!..
    Excelente Goleiro; mas, foi Vítima das más Companhias; e de sua PRÓPRIA IRREFLEXÃO !!!..
    DESEJOLHE-LHE BOA SORTE NO FUTURO…..
    **********************************************************************************************************

  • Eduardo Silva disse:

    Chico, boa tarde,

    Realmente onde está a justiça, do cara que comete um crime hediondo, cumpre sua pena e retoma a sua vida pessoal/profissional, mas mesmo assim fica marcado para o resto de sua vida, é complicado!

    Por isso que esses jogadores vindos de poucas condições econômicas, pouca educação e estrutura familiar se não tiver um acompanhamento devido dos clubes podem se perder em suas carreiras.

    Olha ai o caso do menino Estevão William, o Messinho que teve as portas abertas pelo Cruzeiro, foi envolvido em um imbróglio de seus direitos pela administração passada e agora seu pai o leva para o Palmeiras dando uma banana ao seu clube formador.

    Primeiro que essa de ficar colocando apelido no menino de jogador craque é uma furada, é um peso maior que o cara carrega! Quantos “denominados” Pelés vingaram no Santos? O Ganso foi um deles… Maradona, Romarinho… É fria!

    Agora, não tenho bola de cristal mas começou muito mal a carreira desse “Messinho”… Ele e sua família cuspiram no prato que comeram! ISSO NÃO SE FAZ!!

    Vamos aguardar a lei do retorno!

  • Raws disse:

    Aproveitando esse encerramento do seu ciclo no futebol, mantenho minha opnião desde lá atrás, quando ele conseguiu sua liberdade.
    Se ele foi o autor, mandante ou cúmplice, não vêm ao caso, só sei que os hipócritas que o impediram de voltar a sua profissão, devem estar felizes.
    Independente da gravidade do crime, pela legislação(falha) vigente, ele adquiriu o DIREITO, de seguir sua vida e qual era a profissão? Não meu povo, a maioria fala em perdão, em dar mais uma chance, e blá, blá, blá, mas quando alguém de sucesso cai em desgraça, pedras de todos os lados para que o mesmo fique no chão.
    Fiz uma projeção que espero estar errada, mas o “berço” de Bruno, seu círculo de amizades e a cabeça não o ajudam e por isso, sem fama, sem dinheiro e ainda revoltado, penso que ele possa estar com um dos pés na “vida loka”. Aí sim poderemos ser vítimas dele.
    Não venha alguém aqui com o papo raso de que falo isso porque não era minha filha, pois adianto que a redundância da hipocrisia seria a mesma se ele fosse filho de tantos que o condenaram por duas vezes.
    Também repito uma certeza, seria vizinho do ex goleiro sem o menor temor, mas temo não voltar para casa todos os dias pela quantidade de homicidas e latrocidas soltos e não procurados em nossa cidade. Mas questionar porque, eles têm o direito de se sustentarem não é mesmo?
    Parece que Cristo nada conseguiu com a passagem sobre Maria Madalena.

    • Alisson Sol disse:

      Caro Raws,

      Não estou entendendo o conceito de “hipocrisia” contra o protesto. As pessoas não estão protestando “pessoalmente contra o Bruno”. A maioria nem o conhece. Estão protestando contra o fato de um crime hediondo teve uma pena absurdamente branda.

      Se protestam contra um caso abstrato, são criticadas por estar criticando uma situação que nem sequer aconteceu. Esperam um caso real ocorrer e protestam. Você escreve em letras garrafais que ele conquistou o “… ele adquiriu o DIREITO, de seguir sua vida…“. Mas quem lhe deu tal direito? Leis. E mudar tais leis é exatamente a razão pela qual as pessoas estão protestando, e usando o caso real para trazer visibilidade ao seu protesto. Lembre-se que já existiam leis que diziam que a escravatura era legal. E que os que protestavam contra a escravatura, em sua maioria brancos, pois se fossem escravos seriam mortos, eram hipócritas, pois viviam em uma sociedade que não existiria sem o trabalho escravo (ao menos na forma à época) e ainda assim protestavam…

      • Raws disse:

        Alisson, percebo a hipocrisia no caso Bruno, assim como em tantos outros fatos, pois nossa sociedade é hipócrita. Principalmente quando não se vê esse “protesto” que você cita, em incontáveis casos absurdamente piores, mas pelo fato de não ser famoso como o ex goleiro parece não interessar.
        Para citar só o exemplo na política, não se vê esses protestos com os vários criminosos que voltam a ocupar seus cargos, inclusive também através de votos.
        No caso de Bruno, quantos hipócritas que através da pressão contribuíram para que ele não mais jogasse, já pregaram perdão ou que todos merecem uma segunda chance em suas filosofias de vida? Acredito que a maioria.
        Você tem dúvidas que no Brasil todos tem o “direito” de cumprirem pouca pena assassinando alguém e sendo réu primário?
        Nossa legislação é isso. Só que, como as leis são essas e o reu teria tudo para se reintegrar na sociedade, menos mal.
        A pressão popular que você cita e concordo que tem de haver, é em cima dos legisladores e julgadores, pois outro dia, mesmo a lei não permitindo, um juiz liberou seu próprio filho da cadeia depois bater embreagado.
        Sei que o caso Bruno são de opniões controversas, mas na minha ele só foi execrado por ser famoso e aí discordo veementemente.
        Se as leis deveriam ser para todos, também o perdão.

        • Alisson Sol disse:

          Caro Raws,

          Para não ficar no “abstrato”, você escreveu “No caso de Bruno, quantos hipócritas que através da pressão contribuíram para que ele não mais jogasse, já pregaram perdão ou que todos merecem uma segunda chance em suas filosofias de vida? Acredito que a maioria.“. Eu já tenho dados contrários. A maioria das pessoas que conheço e protestam contra empregar o Bruno preferem pregar que não se cometam erros, principalmente estes que não tem volta e são crimes premeditados. Não estamos falando de um soldado atirando a esmo devido a estar nervoso (e despreparado) durante um tiroteiro, algo para o qual eu já acho que deve haver punição grave. Estamos falando de alguém que tramou com outros a morte da mãe do próprio filho. Jogar isto na vala comum do perdão para alguém que roubou um pão é mera estratégia, até inteligente digo, para tirar clareza deste fato bem claro.

          Note o seguinte: não sou contra dar emprego ao Bruno. Estou comentando que acho os protestos contra isto legítimos, pois do contrário se perpetuam estas penas brandas. E quem estava dando emprego a ele não era obrigado a desempregá-lo devido aos protestos. Mas criticar os que protestam contra este caso real por não protestarem também em outras situações é estranho. Como funciona isto? Agora, para se protestar contra uma injustiça, temos de ter um “curriculum de protestos”, para provar que protestamos contra todas as outras injustiças do mundo também?

          Ontem, talvez passando batido para a maioria, foi a data da Abolição da Escravatura no Brasil, um dos últimos países do mundo a modificar tal lei, a custa de muitos protestos. Fica o meu registro de que você tem todo o direito de “protestar contras os protestos”, e isto eu continuo respeitando. Só não concordo com sua posição neste caso específico, em que vamos ter de concordar em discordar.