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Que zona: criação de Liga, “Lei do Mandante”, nova rasteira do Flamengo nos demais clubes e o jogo político

Em imagem do blog cassiozirpoli.com.br, as marcas das associações de clubes que tentaram, mas não conseguiram criar uma Liga que defendesse os interesses deles 

Tentando entender o “outro lado da notícia, sobre a volta do desejo da tão sonhada Liga dos clubes, busquei artigos de quem conhece bem o assunto. Lendo o que escreveu o Jorge Nicola, dia 16 de fevereiro, e o blog de Igor Siqueira, no Uol, de 27 de maio, concluo que estamos diante de mais um “samba do crioulo doido”, como diria o compositor Sérgio Porto. Na primeira e segunda divisões nacionais. O Flamengo quer se beneficiar da “Lei do Mandante”, e o presidente Bolsonaro quer dar mais um “tiro” na Globo, que já perdeu a Copa América e Libertadores para o SBT e correrá o risco de perder também o Brasileiro.

Jorge Nicola:

“Bolsonaro prepara nova MP do Mandante, defendida pelo Flamengo”

A MP 984, mais conhecida como Medida Provisória do Mandante, caducou no ano passado, mas o assunto não morreu. O Blog apurou que o presidente da República, Jair Bolsonaro, trabalha nos bastidores para publicar nos próximos dias uma segunda versão da MP, com o objetivo de retomar a discussão sobre os direitos de transmissão do futebol brasileiro, como pretendia o Flamengo no ano passado.

Há quem garanta que Bolsonaro, inclusive, já assinou a MP na última quinta-feira e só aguarda pelo fim do feriado de Carnaval para publicá-la no Diário Oficial da União, o que a tornaria lei pelos próximos 180 dias.

A primeira versão da MP acabou caducando por falta de força na Câmara dos Deputados, capitaneada na época por Rodrigo Maia. Especula-se que na oportunidade, o botafoguense, presidente da Câmara, mobilizou os deputados a engavetarem o projeto que beneficiaria o Flamengo.

Porém, com a mudança na presidência da Câmara – Arthur Lira foi eleito recentemente -, Bolsonaro está convencido de que a MP do Mandante vai prosperar. Importante: o novo texto contemplaria também atletas e árbitros, reservando às duas categorias um percentual dos direitos de transmissão pagos pelas emissoras de TV.

Em suma, a principal alteração da medida provisória que trata sobre o tema altera os direitos de arena. No Brasil, consolidou-se a máxima de que um jogo de futebol tem o mandante e o visitante como partes na comercialização dos direitos de TV. Já com a Lei do Mandante, caberia apenas ao time da casa a possibilidade de venda da partida.

https://br.financas.yahoo.com/noticias/bolsonaro-prepara-nova-mp-defendida-pelo-flamengo-123157296.html

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Igor Siqueira

Do UOL, no Rio de Janeiro

“Primeira Liga virou associação de clubes que agora apoia Caboclo na CBF”

Na origem, uma proposta “rebelde” de montar um torneio exclusivamente organizado pelos clubes, sem a CBF. Mas o bloco que um dia já foi a Primeira Liga sofreu uma metamorfose tão grande que, agora, emite nota de apoio ao presidente da CBF, Rogério Caboclo, imerso em uma crise na entidade.

A Primeira Liga agora atende pelo nome de Associação Nacional de Clubes de Futebol (ANCL), com 22 membros: América-MG, Chapecoense, Atlético-GO, Avaí, Cruzeiro, Figueirense, Brasil de Pelotas, Paraná, Londrina, Vila Nova, Sampaio Corrêa, Vitória, Remo, Operário, Náutico, Juventude, Cuiabá, CSA, CRB, Brusque, Confiança e Botafogo-SP. No contexto atual, os dirigentes não cultivam ambição de criar uma nova competição no já apertado calendário nacional. A demanda agora se restringe aos interesses de quem não está na elite do Brasileirão, como conta o presidente da ANCL, Francisco José Battistotti, também mandatário do Avaí.

“Ninguém quer atrito com a CBF. Queremos que a CBF reconheça a situação de dificuldade do futebol brasileiro. Ninguém quer fazer campeonato. Acho que a CBF deve fazer. O que temos que lutar é por uma receita maior para os clubes com menor condição financeira”, explica ele. O objeto social da entidade foi alterado, mas o CNPJ é o mesmo da Primeira Liga. Com isso, mais do que ter o DNA jurídico, a nova associação herdou recursos que restaram após dois anos (2016 e 2017) de um torneio que ganhou caráter amistoso, pois não teve chancela da CBF. O bloco também ruiu por diferenças entre os dirigentes a respeito da divisão dos direitos de transmissão.

“O que precisa é ter ativo para pagar a estrutura. Não é pra visar lucros. É para ter condições de fazer um trabalho. Vamos fazer um orçamento para ver a necessidade mensal”, explicou Battistotti, sobre a hipótese de cobrar mensalidade dos membros. O dirigente catarinense já tinha sido vice-presidente da Primeira Liga em dois mandatos, primeiro com Gilvan Tavares, ex-presidente do Cruzeiro, e depois no de Marcos Salum, ex-América-MG. No fim do ano passado, o bloco se reuniu e fez uma assembleia para elegê-lo presidente da ANCF.

Um exemplo da proposta de aproximação da ex-Primeira Liga com a CBF se deu no conselho arbitral da Série B. A entidade topou repassar aos clubes o dinheiro que arrecadar com a publicidade estática à beira do campo. A CBF, inclusive, abriu uma concorrência para definir a empresa responsável por comercializar esse espaço no mercado. Na nota, os clubes da associação reconhecem “importantes avanços desenvolvidos sob a gestão do presidente Caboclo”. E foram além: “Esperamos que tais projetos e condutas mantenham sua natural continuidade, bem como repudiamos qualquer manipulação de fatos ou criação de notícias especulativas visando desestabilizar ambientes ou gerar conflitos inexistentes.

A Associação de Clubes ainda quer se envolver em outros temas. No horizonte está a negociação dos direitos de transmissão da Série B. O contrato atual com a Globo termina em 2022. “Já falamos com a CBF que a negociação será conjunta”, diz Battistotti. Além disso, os dirigentes desse bloco já se reuniram no passado com o presidente Jair Bolsonaro para fazer força a favor de uma nova MP do Mandante – ou um projeto de lei com o mesmo teor.

https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2021/05/27/primeira-liga-virou-associacao-de-clubes-que-agora-apoia-caboclo-na-cbf.htm


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