Alisson Sol disse:

Esperto foi o Levir Culpi: foi para o Japão, ganhou dinheiro, diversificou, aposentou-se. O Luxemburgo está jogando na cova uma brilhante carreira. Assim como jogador, técnico também tem de saber a hora de parar… Mas parece que não tem a reserva para isto, de acordo com estórias de má gestão de suas finanças.

Falando em má gestão, eu penso em por que os “outros esportes” não conseguem se manter no Brasil. À exceção do futebol e volei, que vivem de subsídios e alguns patrocinadores benevolentes, os outros esportes “nem isto”. Já numa primeira análise, é fácil ver que ao atleta brasileiro, falta o básico: o espírito esportivo. A cada vitória, é uma adulação sem limite, um exagero do sacrifício pessoal, uma total dissociação do resultado de qualquer coisa que o país possa ter fornecido. Para não falar de algo “quente”, vamos lembrar da época em que as medalhas do Brasil vinham na “vela”. Tudo bem que “vela” não é esporte popular. Mas os praticantes ganham subsídios para comprar barcos caríssimos, patrocínios para viagens, descontos em impostos, etc. Aí vencem, e não agradecem ninguém, fica como se fosse uma família de ETs fazendo um favor ao país por trazerem medalhas, e toda reportagem foca no “esforço pessoal”.

Mas tem pior, pois vencer é raro. E quando perdem? Aí é que o país mostra o quanto falta a “Educação Física”, como parte da educação em geral para a formação da pessoa. É um festival de reclamação de juízes, de outros praticantes do esporte, de torcida (não em Tóquio, é claro), de sorte, de falta de apoio, etc. Quase impossível encontrar um(a) atleta que demonstra responsabilidade e diz o básico: “Parabéns ao adversário, que foi melhor hoje. Aprendi hoje com o esporte, e levo isto para a vida!”

Infelizmente, o “espírito olímpico” parece estar vindo à vela da Grécia, pelo caminho mais longo: os atletas brasileiros, com poucas exceções, conseguem a proeza de demonstrar falta de esportividade tanto na vitória como na derrota!