É compreensível a euforia da maioria dos cruzeirenses com o anúncio de que o Ronaldo Fenômeno adquiriu o controle da SAF Cruzeiro. Um dos maiores jogadores da história do futebol, que foi revelado para o mundo a partir da Toca da Raposa. Mas, ontem à noite, “cardeais” celestes, diziam durante a votação do Conselho Deliberativo, que era forte da possibilidade do Cruzeiro ser adquirido pelo mesmo grupo investidor que comprou o Liverpool, em 2010, e o colocou novamente na prateleira de cima do futebol europeu.
Com todo o respeito ao poderio financeiro do Ronaldo, que segundo consta tem patrimônio na casa de R$ 1 bilhão, é grande a diferença entre um ex-jogador de futebol e um investidor de peso mundial, caso do norte-americano John William Henry, do Fenway Sports Group – FSG -, que além do Liverpool é dono também do jornal The Boston Globe e co-proprietário da escuderia RFK Racing. Em novembro a revista Forbes estimou o patrimônio líquido dele em 3,6 bilhões de dólares.
Se fora de campo Ronaldo for apenas um pouco do que foi como jogador, o Cruzeiro vai ganhar muito, mas ele ainda não demonstrou isso à frente do Valadollid, da Espanha, clube que adquiriu em 2018, rebaixado sob seu comando no campeonato espanhol.
Ele, inclusive, tem sido alvo de protestos da torcida, pela forma como está administrando o tradicional clube.
O portal da ESPN mostrou como tem sido a gestão de Ronaldo na Espanha:
“O Cruzeiro não será a primeira aventura de Ronaldo Fenômeno como acionista de um clube.” Desde setembro de 2018, ele é um dos donos do modesto Real Valladolid.
Neste período, o time passou a ganhar mais holofotes da mídia e viveu altos e baixos na elite no futebol espanhol.
No primeiro ano sob o comando de Ronaldo, o Valladolid sofreu até o fim, mas conseguiu se manter na elite de LaLiga. A equipe terminou na 16ª posição, com 41 pontos, apenas quatro acima do Girona (18º), que foi o primeiro rebaixado.
Após a equipe escapar da segunda divisão, o brasileiro recompensou seus jogadores. Ronaldo foi generoso com o elenco e distribuiu iPhones e passagens aéreas para os atletas, como prêmio por conquistarem os três pontos.
Na temporada seguinte, porém, o time não conseguiu evitar a queda. Muito criticado pela torcida, o presidente optou por manter o técnico Sergio González, que estava no cargo antes da chegada do Fenômeno, até ser decretado o rebaixamento. No fim do campeonato, ele demitiu o treinador e o diretor esportivo Miguel Ángel Gómez.
“Não me arrependo de ter seguido os meus princípios para nada. No futebol, podemos fazer muitas leituras. Quando estávamos em crise e olhando para o futuro, nada me convenceu de que deveria tomar uma decisão diferente. Minha filosofia em minha carreira de jogador sempre foi de que mudanças durante a temporada não garantem os objetivos”, disse Ronaldo à época.
Para tentar voltar à elite, foi contratado o treinador José Rojo Martín (conhecido como Pacheta). O Valladolid ocupa atualmente a quinta posição da 2ª divisão espanhola, com 34 pontos, dois a menos do que o Eibar, terceiro colocado.
Ronaldo investiu 2,5 milhões de euros (cerca de R$ 15 milhões) para realizar reformas no estádio Municipal José Zorrilla, que foi utilizado na Copa do Mundo de 1982.
“O Valladolid é um clube bem organizado. Tem um estádio muito bonito e bem confortável, uma academia e um CT que atende a demanda dos jogadores”, disse Matheus Fernandes, que jogou na equipe, ao ESPN.com.br.
A chegada de Ronaldo ao Real Valladolid fez com que o clube espanhol se voltasse para o Brasil.
Júlio Baptista – ex-colega de Real Madrid e seleção brasileira do Fenômeno – chegou para ser treinador nas categorias de base e colocou alguns jogadores brasileiros no time, caso de Rayan Goés. Ele comanda hoje a equipe B do Valladolid, que tem o atacante Paulo Vitor (ex-Vasco).
Além disso, o clube espanhol já tentou trazer por empréstimo Vinicius Jr, Reinier (do Real Madrid) e Marrony.
Deixe um comentário para Luís Cláudio Cancelar resposta