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O outro lado do fim da “era” Fábio, na ótica de atleticanos, ou: o desfecho de toda arrogância sendo castigada

Algumas opiniões de comentaristas aqui do blog e uma profética coluna do genial Fred Melo Paiva, no Estado de Minas, em 14 de dezembro de 2019, que vale (demais) a pena ler de novo. Repetindo: coluna de 2019

Luís Cláudio

E eis que de repente, a imprensa mineira parou de mostrar os dribles do Fenômeno no Kanapkis. Agora são obrigados a mostrar a rasteira do Fenômeno na torcida azulina e no Dom Fabom.

 

Cláudio Brito

Alegria de arrogante dura pouco, outro dia os caras estavam vibrando com a SAF. Agora aguenta coração!

 

Clovis Mineiro

Eu só sei de uma coisa, todos que tentaram conquistar a máfia azulina desrespeitando o Galo, aconteceram deste “jeitim” Continua a maldição!

 

José A. Filho

Para nós atleticanos, fica na lembrança a sempre costumeira arrogância desse moço. As viradas de costas para nós, os constantes sinal do 6 x 1. A costumeira menção aos nossos (na opinião dele) escassos títulos. Não é de nós atleticanos, a missão de defender essa figura. Nós nunca ficaremos tristes sensibilizados ou aborrecidos com o desfecho da justiça contra a arrogância desse moço. Qualquer declaração de apoio, soa como hipocrisia semelhante à do tal diretor braço direito do tal fenômeno.

 

Sérgio Ricardo

Isso mesmo. Figura arrogante e com a estranha resistência por parte dos técnicos da seleção brasileira de não convocá-lo. Será por quê?

 

* Fred Melo Paiva

Coluna no Estado de Minas em 14/12/2019

Há anos estamos a alertar o Crüzëirö: não tremas. Mas assim como a coroa encarapitada sobre o escudo, como se numa penteadeira, o Crüzëirö deu de ombros para o nosso sinal ortográfico, nosso toque sutil e galhofeiro, ainda melhor porque advindo de uma verdade incontestável dos fatos. Como Fábio, o Crüzëirö deu as costas ao inimigo. O inimigo leal que cansou de avisar sobre os malefícios da soberba e o equívoco da vaidade.

“Quem gosta de título é cartório”, dizíamos, à época das vacas magras, faquires a bem da verdade. Era o nosso jeito de falar que o amor vale mais do que as taças, nós avisamos. Títulos? Papai goxta. Mas o que são títulos diante da foto famosa do jovem time do Galo saindo abraçado de campo depois de perder nos pênaltis, e invicto, o Brasileiro de 1977? Sacanearam o Reinaldo. O título é aquela foto. É possível que você, cruzeirense, ria disso. Este é o seu maior inimigo na Série B: agora, meu amigo, não tem taça, não tem coroa, só o amor salva.

Títulos? Temos também. Durante 42 anos, esperamos pelo título impossível. Ganhamos. Daquele jeito que foi, épico, do tamanho do nosso sonho. A perna esquerda de Deus, o Leo Silva fazendo os 2 a 0 aos 42 do segundo tempo, a arquibancada em sessão de descarrego na igreja evangélica. Não seria exagero botar a coroa, o cedro e o trono sobre o nosso escudo. Mas não colocamos nada – ter a sorte de nascer Galo e ter visto aquilo daquele jeito, depois de tanto sofrimento, é algo que você só imprime na memória, na alma e no coração. Não é a falta de dinheiro que pode acabar com o Crüzëirö. É a simpatia, que embora quase amor, não chega de fato a sê-lo.

Pense no modo como o Galo caiu. Sem oportunismo, e tenho provas, o final do jogo contra o Vasco que decretou nossa queda em 2005 está, opinião própria, entre os três momentos mais bonitos da nossa história. Sessenta mil desalentados a cantar o hino de um jeito que eu nunca vi ele começar. Aos poucos, doído, um tango, um blues, e de repente aquilo vai num crescendo de vozes e lágrimas. Chorei todas as 800 vezes que vi e revi aquela cena, e olha que ela não me dói mais – ela me enche de um orgulho sem tamanho. Na saída do estádio, uma multidão cercou o ônibus do Galo, numa devoção que eu nunca vi. Como uma dor daquele tamanho pôde se transformar naquela explosão de um amor tão colossal?

As circunstâncias foram outras e não gostaria de desrespeitar a dor do cruzeirense que, por ventura e exceção, seja, vamos dizer, um cruzeirense atleticano. Mas apenas vejam como caímos e como o Crüzëirö caiu. Se tivesse de escolher uma segunda estrela pra botar no nosso escudo, eu escolheria o título da Série B. Por tudo que ele representa sobre amar qualquer coisa que seja em seu pior momento, carregar nas costas, assumir a bronca. Pela lição de humildade, garra e determinação. Ou o cruzeirense aprende a chorar porque ganhou três pontos do Operário ou vai se transformar num time pequeno, mesmo que um dia suba.

A torcida do Atlético sempre torceu… pela torcida do Atlético. Nós. Sempre na primeira pessoa do plural. Celebramos o aniversário do Atlético como o aniversário dos nossos filhos. Gritamos Galo a cada copo que se quebra no chão. Ainda que secretamente, usamos a camisa do Atlético em nossos próprios casamentos, em vitórias extracampo, mas também nas piores derrotas, nos velórios, vai com o filho na maternidade e vai com a gente no caixão, a que veste melhor com o paletó de madeira.

Guardo a suspeita de que o cruzeirense falhou em desenvolver essa parte porque o Crüzëirö nasceu e cresceu em função do Atlético. Nunca ele mesmo – sempre uma reação. Desde os primeiros dias até a nossa Libertadores de 2013. Foi o nosso título que desencadeou a tragédia do lado de lá. Gastaram os tubos, ganharam dois brasileiros, queriam empanar nossa conquista. Acabaram por construir uma dívida que, agora, os engole pelas pernas. De certa forma, o Kalil, involuntariamente, realizou o sonho de acabar com o Crüzëirö.

Feliz 2020 pra quem for capaz! Esta coluna volta ano que vem. Na Série A. Gaaaalooo!

* Fred Melo Paiva

Coluna no Estado de Minas em 14/12/2019


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Comentários:
13
  • Rodrigo Galodoido disse:

    Que o crucru surgiu do Galo não há dúvida. O clássico das multidões era Galo e América. A torcida do crucruzinho veio dos americanos revoltados com o Galo. Aí o Roberto Drumond gentilmente criou o termo China azul para ajudar a se sentirem em igualdade.

  • Nereu Antunes disse:

    Quem tem dinheiro pode escolher técnico com calma, quem não tem pega técnico meia boca e já acumulam 10 técnicos que saem sem receber. Quem tem dinheiro busca jogador na Europa, quem não tem, pega atleta com mais de 40 anos ou inativos a mais de um ano e sem mercado. Nosso dinheiro cai de um investidor que tem rosto e é torcedor, nunca de um Helicóptero.

  • Horacio disse:

    Para nós atleticanos o assunto Fábio e o assunto zero não tem muito interesse além da iteração com os nossos parentes e amigos que vergam com esta camisa.

    O que interessa mesmo nesta história é tentar entender a trajetória do futebol brasileiro, do admirado futebol arte chegou aqui com os grandes clubes totalmente quebrados e estruturas federativas desnecessárias e auxiliares esbanjando dinheiro.

    O zero é um dos clubes brasileiros turbinados pela política partidária, organizados na bancada da bola, a lei do calote mostra isto. Este esquema é um guarda chuva de grupos políticos, lobbistas de mídia e outros interesses parasitários ligados a bola.

    A legislação recentemente sobre futebol foi a lei do direito do mandante, para o flamengo, a outra foi a lei do calote. Na minha opinião ineficientes e visando atender o interesse imediatista de clubes específicos.

    O problema do futebol brasileiro é financiamento, o modelo atual é totalmente organizado pelos interesses e dinheiro da televisão. Desconhece outras mídias com arrecadação publicitária muito maior que a televisão, que continua a perder espaço.

    O outro problema é a estrutura administrativa dos clubes, cheia de políticos, é o local onde se promove relações espúrias com outros poderes. Estrutura viciada mantida por décadas e uma das característica da política e futebol brasileiro.

    Desse mundo opaco surgem relações com os atravessadores de jogador e patrocinadores. As subcelebridades sem preparo sem responsabilidade jurídica, dirigem os clubes fazendo apostas milionárias e mirabolantes, quase sempre dão errado, e fica por isto mesmo.

    No caso do zero, o comprador não desembolsou nada, assumiu uma dívida gigantesca que, me parece, não tem estrutura ou reservas para bancar. Ao contrário do clube, a saf do zero é o dono e mais dois ou três conselheiros, não tem nada pra mostrar em campo e já pisou no calo da orgulhosa torcida com a dispensa do Fábio.

    O caso Fábio demonstra total ausência de profissionalismo no trato com a torcida, principal “ativo” da compra. Alguns se sentiram como gado em compra de porteira fechada, outros queriam pra já um time para série A. Expectativas administráveis.

    Não sei dos planos do proprietário desse clube, por enquanto, algumas ações administrativas, muita preocupação com custos e pouca preocupação com objetivos, que é voltar a série A. Corte de custos nem sempre gera produtividade ou resultados.

    Acho que é muita areia pro caminhãozinho dessa saf, como a lei do calote saiu a toque de caixa, deve ter mais coisa aí.

  • Marcão de Varginha disse:

    Quando chegou ao clube celeste esse goleiro era mais polido nas palavras ao falar do Galo, e com o passar do tempo aconteceu o óbvio, o inevitável: herdou a tradicional arrogância deixando de ser mais comedido nas palavras, e principalmente após tomar o gol mais antológico do Mineirão estando “de costas”, e para deleite de sua suposta torcida passou usar toda sua verborragia para desfazer de seu mais tradicional algoz…
    – Fábio deixou doces lembranças para os celestes e as maiores delas foi ter participado de dois campeonatos seguidos da segunda divisão, ficou nervosinho ao tomar o gol “de costas” e não disputou uma copa do mundo… mas reconheço que foi um.b goleiro enquanto defendeu o clube tão arrogante quanto.
    – Que seja feliz em outro clube para desespero de suas viúvas…
    – #benecyeternomito

  • Alisson Sol disse:

    Felizmente, tenho muitos amigos e parentes atleticanos que sabem torcer sem focar no adversário. O Clube Atlético Mineiro é maior que pessoas intelectualmente desonestas ou deficientes com colunas pouco lidas em portal local, o que é bom para evitar aumentar o problema a enfrentar para que o Atlético-MG venha a ter maior projeção nacional e internacional: a falta de empatia. O Cruzeiro realmente tem muitos torcedores e muito mais simpatizantes. Chego a todo lugar no mundo, e todos sabem quem é o Cruzeiro, e simpatizam com a situação do clube dizendo imediatamente que dias melhores virão. As notícias internacionais são claras “Ronaldo buys Cruzeiro, the clube where he made his name“. Veja bem: o Cruzeiro faz o nome de um jogador! É o contrário de contratar Diego Costa por alguns meses por meia dúzia de gols e porque “deu muita projeção ao clube nesta curta passagem por Belo Horizonte.” (não fui eu quem escrevi isto: consulte a fonte das aspas e reclame lá!). Se o Atlético-MG hoje tem Mecenas para ficar contratando jogadores que a Europa não quer para conseguir “projeção”: parabéns! Já escrevi várias vezes porque isto ocorre, e quem tem dinheiro para mandar para o exterior que o faça! No Cruzeiro, o dinheiro acabou. Mas o clube não nasceu com dinheiro, e a fase passa.

    A fase certamente passará, pois sabemos diferir entre a foto da verdadeira torcida do Cruzeiro na Praça Sete comemorando a primeira Copa do Brasil em 1996 e a foto da suposta invasão da Praça Sete em plena pandemia por um bando de torcedores, a maioria com camisa de torcidas organizadas, protestando contra a saída de Fábio.

    O colunista local citado tenta polemizar escrevendo que “…o Cruzeiro nasceu e cresceu em função do Atlético“. Ou ignora ou convenientemente esquece que em 1921 as pessoas não atuavam pensando em “Likes” na Internet. Desrespeita a colônia italiana que fundou um ginásio, o Palestra Itália, que virou um clube, que ainda é ativo e tem sócios que o frequentam toda semana, incluindo meus familiares em BH. Suspeito que não sabe disto porque quem frequenta o clube do Cruzeiro sabe que ao lado fica a Vila Olímpica, boa vizinhança para procurar vaga para estacionar, a não ser quando alugam para formaturas! Provalvemente não frequenta o “seu clube” ou sequer sabe onde é, pois escreveu o que todos sabemos: “A torcida do Atlético sempre torceu… pela torcida do Atlético.. Mentira escrita por aqueles que preferem a desonestidade intelectual e “likes”: torcem para si mesmos!

    • Marcão de Varginha disse:

      Entendo seu inútil desabafo, mas o Galo não só tem a Vila Olímpica para a verdadeira torcida das alterosas: também tem a Praça Sete, o shopping, a sede, a Cidade do Galo, o Mineirão, o Independência, a Arena MRV, toda BH, todo o Estado, o Brasil, o exterior e principalmente o forte e incansável coração de seu torcedor que nunca o abandonou ou abandonará e isso é tão certo quanto o ar que você mesmo respira, meu caro!
      – #benecyeternomito

      • Alisson Sol disse:

        Acredite se quiser…

        Ao menos no seu caso sei que são comentários de um torcedor apaixonado. Melhor assim do que ler considerações como a do pseudo-colunista, que escreve aquilo em que nem ele mesmo acredita, faltando com a integridade intelectual para ganhar “likes”. Ou ler as “considerações” daqueles a quem não falta a honestidade intelectual, mas falta a capacidade.

    • Ivan júnior disse:

      Chora Maria.