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Campeonato Mineiro começa nesta terça-feira, com os favoritos de sempre

Imagem: Golzaço – www.youtube.com/watch?v=a_DSg8XRoho

O campeão será o Atlético, o Cruzeiro ou o América? Teremos algum jogador revelação do interior que possa despertar interesse em um dos três grandes da capital? Teremos algum time do interior se destacando a ponto de chamar a atenção até da mídia nacional? Será que teremos também um árbitro revelação?

Na fórmula repetitiva de décadas, é difícil o campeonato estadual voltar a empolgar os torcedores como em outros tempos. Num dos próximos textos aqui, lembrarei o palpite que já dei, do que seria uma fórmula interessante para justificar a existência dos estaduais.

Até lá, vamos ao que diz o Fernando Rocha, grande radialista/jornalista de Ipatinga, na coluna dele no Diário do Aço:

“Chegou o dia”

Finalmente chegou o dia da bola rolar pondo fim a este ciclo em que as notícias saem mais dos bastidores, com protagonismo de  empresários e cartolas anunciando contratações e negócios mirabolantes  que quase sempre não se concretizam.

O jogo de abertura será às 21hs,  em Poços de Caldas, entre  Caldense x América, no caso do Coelho utilizando um time mesclado, pois os jogadores da temporada de 2021 só iniciaram os treinamentos pós-férias no último dia 10.

Quarta-feira será a vez do Galo e Raposa fazerem suas estreias contra o Villa Nova, em Nova Lima e URT de Patos de Minas, no Mineirão, respectivamente.

O Atlético agora comandado pelo técnico argentino, Antônio “Turco” Mohamed, vai em busca do tricampeonato estadual e também deve começar a disputa com time alternativo, pois os titulares ainda estão no regime de pré-temporada.

Só incertezas

O torcedor cruzeirense está cada vez mais apreensivo, sem saber até mesmo qual o time que irá a campo pela primeira rodada do Mineiro.

Se conseguir pagar a dívida de aproximadamente R$ 23 milhões na Fifa, o “transfer ban”, cujo prazo termina nesta terça, o clube será liberado para registrar os reforços contratados, podendo usá-los na estreia do Estadual. Caso contrário deve escalar um time com os garotos do Sub-20, que disputaram recentemente a Copa São Paulo de Juniores.

Apesar de tudo, as previsões quanto ao futuro campeão, que sempre giram em torno de Atlético, Cruzeiro ou América como favoritos absolutos ao título, não devem falhar.

Acho pouco provável que surja no interior um novo Ipatinga, que conquistou o estadual de 2005, e quebrou o tabu de quatro décadas sem um clube do interior levantar a taça.

FIM DE PAPO

* Sempre vendendo o almoço para comprar o jantar, os clubes do interior ainda tiveram este ano a verba da TV, que era de R$ 1 milhão para cada um, reduzida à metade. A exceção neste cenário de enormes dificuldades financeiras é o Tombense, um clube muito organizado, que  este ano vai fazer a maior temporada da sua história, devido ao acesso conquistado para disputar a Série B do Campeonato Brasileiro.

* A Caldense e o Pouso Alegre, representantes do sul do estado, sempre montam boas equipes, que dão trabalho dentro de casa aos times da capital. A nossa região será representada pelo Democrata de Gov. Valadares, mas segundo colegas da imprensa local o objetivo da Pantera este ano é nada além de se manter na primeira divisão.

* O Campeonato Mineiro ainda tem seu romantismo e importância para o torcedor do  interior do Estado, pois para muitos é a única oportunidade de ver de perto seus ídolos dos times da capital. Caso Galo e Coelho de fato usem times alternativos na primeira fase da disputa, haverá uma grande frustração nas cidades que sediarão jogos do estadual.

* O Cruzeiro foi o primeiro  mas não o único a se transformar em clube-empresa. Os empresários Vinícius Diniz e Victor Felipe Oliveira, por meio da V2 Participações, compraram 49% das ações e se tornaram sócios do pequeno Athletic de São João Del Rey, que vai disputar pelo segundo ano consecutivo a divisão de elite do Campeonato Mineiro. Os investidores entenderam que o Athletic é viável por ser um clube organizado administrativamente, não possui dívidas e tem excelente estrutura nas categorias de base. (Fecha o pano!)


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Comentários:
4
  • João Carlos Meireles disse:

    Campeonato mineiro tem apenas Um favorito. Aliás, se pudesse colocar 3 times, o Galo ficaria com os três primeiros lugares.

  • Alisson Sol disse:

    O Brasil é um país interessante: ninguém quer saber de dados científicos, estatísticos, geográficos. O país tem um mapa de densidade populacional que é clara: em mais da metade do país não há ninguém (link). E que se dane o fato de que o país não tem sustentabilidade econômica sem o extrativismo mineral e a exportação de matéria-prima e da agricultura e pecuária. Vamos gastar! Já não estava ruim o suficiente: vamos criar mais um estado, como Tocantins, e mais cargos públicos. E mais um campeonato estadual! E mais uma Federação Estadual de Futebol, e seu cabide de empregos. E times que duram três meses. Tente acabar com a teta: “É tradição!”

    Mas o bom é que as mudanças estão chegando. Jogador de SAF, recebendo em dia, não vai mais se arriscar a dois ou três jogos por semana em campeonatos que nada valem. E ainda tem o risco de contratar um técnico, que contrata jogadores, assistentes, assessor do assistente, e é demitido após o inútil estadual. Os próprios dirigentes verão que é melhor fazer excursão e tentar o bi-Campeonato do Gelo do que ficar disputando o Rural. Enfim: dias melhores virão!

  • Raul Otávio Pereira disse:

    Toda moeda tem dois lados. E os dois valem a mesma coisa.

    Discordo daqueles que demonizam os campeonatos estaduais, e vou explicar o motivo.

    O Brasil é um país com dimensões compatíveis como as de um continente. Sem consultar os dados geográficos, eu chutaria que “cabem” aqui cerca de 20 Inglaterras, ou Espanhas, ou Itálias, ou Alemanhas.
    Em função dessa diferença abissal, não tem cabimento existir apenas um campeonato nacional, no qual cabem só 20 clubes. 20 clubes, por maiores que sejam as suas torcidas, não representam 100% dos apaixonados por futebol e pelos seus times locais.

    A menos que estejamos de acordo com os inconfessáveis (mas bastante prováveis) desejos da Rede Globo, de reduzir o futebol brasileiro a uma disputa entre Flamengo e Coríntians.

    Um torcedor do Democrata de Sete Lagoas, do Íbis, do Bangu, do Campinense, do Operário de Várzea Grande ou qualquer outro sempre vai querer seu time “vivo”, disputando alguma coisa. Nem que seja sabendo que já vai entrar fadado a perder o título para aqueles favoritos de sempre, tal como acontece em Minas Gerais.

    É isso que mantém o futebol brasileiro vivo, mesmo que respirando por aparelhos (e aí os motivos são outros, não a existência dos campeonatos estaduais). Todos os anos, como bem sugere o Chico, aparecem novos valores, até alguns craques, novos juízes, e por aí afora.

    O interessante nessa história, falando de Minas Gerais, é que os clubes do interior aparentemente sabem disso. Montam elencos para durar três meses e “adormecem” o resto do ano. Nunca vi um time do interior reclamando da existência de campeonatos estaduais; é uma realidade que aparentemente já foi absorvida e aceita por eles.

    Os campeonatos estaduais são importantes. Se os “grandes” – e aí não vou nomear ninguém de Minas Gerais para não correr o risco de alguém contestar a inclusão do Cruzeiro nessa lista – acham que é perda de tempo, desgaste desnecessário ou outra coisa qualquer, é simples – não disputem. Ou coloquem o sub-20, como o Athletico Paranaense já faz há alguns anos.

    O que não dá é prá ficar nesse mimimi de desvalorização dos campeonatos estaduais. Que saco ! Todo ano é a mesma coisa.

    Se os favoritíssimos Atlético ou América forem campeões, ou se der uma zebra e o Cruzeiro levantar a taça, sempre surgirá alguém dizendo “ah, mais um ano do mesmo jeito que os outros. Os de sempre ganharam”. Ou como diz um amigo carioca, o “campeonato de par ou ímpar em Minas Gerais é bastante previsível”.

    E daí ? Essa é a pergunta que não quer calar.

  • Clóvis Mineiro disse:

    A última pendenga com o Defensor, o Cru cru fez acordo de 60 parcelas e colocou a imprensa ´para realçar: Cru cru quita sua dívida com o Defensor. Só pagaram 13 parcelas o que deu origem ao transferban atual. Hoje, a SAF fez a mesma coisa; fizeram acordo, pagaram parte da dívida e a imprensa realçando que a dívida está paga. Daqui uns tempos a dívida ressurge, NOVO CALOTE. Cru cru e SAF tudo a ver!