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Cruzeiro e Athletic iniciam fase final do campeonato, mas os temas extra-campo chamam mais atenção do que o futebol

Foto: Igor Sales/Cruzeiro 

No país e no estado dos 7 x 1 da Alemanha, o processo de desmoralização do futebol e desmotivação do torcedor se repete ano após ano nos estaduais. De novo os clubes do interior classificados para a semifinal abrem mão de jogar em casa, e facilitam a vida dos clubes que tradicionalmente decidem o título. Uma vergonha que se renova ano após ano, sempre com alguma desculpa esfarrapada. Antigamente os do interior ainda reagiam ou esboçavam algum movimento para tentar jogar em casa ou em cidade próxima para prestigiar a sua torcida. Agora, nem isso.

Daqui a pouco o Cruzeiro recebe o Athletic de São João Del Rei no Mineirão. Na semana que vem, o jogo da “volta”, que deverá ser no Mineirão novamente ou Independência, caso a pendenga entre o governo do estado e o América seja resolvida. De toda forma, os dois jogos na capital do estado, mesma situação de Atlético e Caldense.

Na íntegra, destaco o desabado do Marcio Amorim, torcedor do América, que põe o dedo em muitas feridas sobre as mazelas do nosso futebol:

* “Bom dia, Chico e amigos!”
Nada de novo no front. Dirigentes, atletas, Federação, torcedores e clubes já não se assustam com este final melancólico do sofrível Campeonato Mineiro. Houve um tempo em que a parte famigerada da federação programava um campeonato com uma janela aberta para mais de 8 jogos entre Atlético e Cruzeiro. Era melhor de três para decidir o primeiro turno (e havia os três jogos): um deles ganhava. Havia melhor de três para decidir o segundo turno (e havia os três jogos): o outro ganhava e partiam para a GRANDE E ESPETACULAR DECISÃO em melhor de três (e havia os três jogos). Amigavelmente se revezavam nas conquistas. Resumindo: apenas um jogo desta última e “sensacional” decisão valia alguma coisa: o título. Os estádios abarrotados (com preços bem mais acessíveis do que os de hoje) garantiam a sobrevivência de ambos.

Por que alguns setores estão se escandalizando com o que está ocorrendo? Falta energia nos estádios dos times do interior? Passam os jogos para BH, de dia, sob sol escaldante. O sol de BH clareia os estádios daqui, mas “escurecem” os estádios do interior e a mente de muita gente.

Tem sido esta a tônica: Tombense aceita jogar decisão em BH, mas, por falta de condições, vai jogar este ridículo Troféu Inconfidência no belo estádio de Muriaé. Se antes, era iluminação ou capacidade de público, a bola da vez é o VAR. VAR este que, em decisão recente do Mineiro, o árbitro se negou a consultá-lo. Com certeza, porque poderia prejudicar certo time do seu coração.

Há umas três rodadas, sugeri (e eu que sempre fui contra time alternativo) que o América se entregasse de corpo e alma aos torneios que rendem grana e prestígio. Vencer o falido, sofrido e ridículo Campeonato Mineiro não dá dinheiro e nem prestígio. A Caldense, que tomou um sapeca do Atlético outro dia, aceita jogar mais duas vezes no Mineirão sob pena de voltar para Andradas ou Varginha, por perder o rumo, desde que some uma mixaria nos cofres. E seus torcedores que se lasquem . Brigar por título? Para quê? Afinal, ganhar Mineiro já não enobrece ninguém.

Em relação ao Athletic, quando começou a disputar o Mineiro, sabia de tudo isto e de muito mais. E nada fez para que seus torcedores e as cidades do entorno pudessem assistir a jogos importantes e, quiçá, comemorar uma vitória sobre um grande…

A verdade é que Tun-tum, um pra lá de sofrido arraial de 25 mil habitantes no Maranhão, e cujo acesso se dá via Teresina no Piauí (é sério isto?) se mostrou “um amontoado de casas” mais poderoso do que a histórica S. J. del Rey em Minas Gerais com mais de 100 mil habitantes no entorno. Preferiu não ver o Cruzeiro que, depois da saga de Tun-tum, talvez fosse jogar lá, em SJ de bom grado. Enfim, é isto! É isto que se repete todo ano e não tem prazo de validade. Vai durar para sempre? Para mim, 0s 40 anos da mesma família e agregados na FMF e DA já são uma eternidade. Abraços!

* Por Marcio Amorim


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