Inacreditável.
É sabido que o Brasil é o país dos horrores impunes. Mas quando você vê agentes de uma instituição séria como a Polícia Rodoviária Federal cometendo uma atrocidade dessas, é mais desanimador ainda.
Na mesma semana em que a Chacina de Unaí, de 2004, é julgada novamente, outro crime bárbaro chocou o país, em Sergipe, cometido por agentes da Polícia Rodoviária Federal.
“Chacina de Unaí: ex-prefeito Antério Mânica é ouvido em julgamento – Ele é acusado de ser um dos mandantes de quatro assassinatos registrados em 2004.”
Nas redes sociais, pedidos por justiça para os assassinos covardes do Genivaldo:
Procedimentos que lembram as câmaras de gás de Hitler? Que loucura. Não tem nada de profissionalismo nisso. E isso acontece por incentivo á matança.
Genesio Fernandes, tem profissionalismo, sim. São profissionais do crime, da covardia, do preconceito, da idiotice, do ódio.
@crisvector
Ontem, 25 de maio, mesma dia que, em 2020, George Floyd foi sufocado até a morte por policiais numa abordagem, Genivaldo Santos foi asfixiado até a morte, em uma câmara de gás, improvisada no porta malas da viatura da Polícia Rodoviária Federal de Sergipe.
Reportagem do Intercept:
* “AQUI ESTÃO OS NOMES DOS AGENTES DA PRF QUE ADMITEM TER DETIDO GENIVALDO, ASFIXIADO EM VIATURA”
Clenilson, Paulo, Adeilton, William e Kleber assinam o boletim de ocorrência em que a morte de Genivaldo de Jesus Santos é tratada como ‘fatalidade desvinculada da ação policial’.
As imagens disponíveis na internet são repugnantes e não devem ser vistas por pessoas sensíveis. Não há resistência por parte da vítima, cujo crime foi dirigir uma motocicleta sem capacete – algo que o presidente da República fez há dois meses no Ceará.
OS CINCO AGENTES que registraram boletim de ocorrência policial pela detenção que resultou na morte de Genivaldo de Jesus Santos numa viatura da Polícia Rodoviária Federal são Clenilson José dos Santos, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Adeilton dos Santos Nunes, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas.
Todos são agentes do Comando de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal no Sergipe e assumem, em documento oficial, compor a “equipe de motopoliciamento tático [que] efetuava policiamento e fiscalização” responsável pela detenção que terminou com a morte de Genivaldo. O caso ocorreu às margens da BR-101 em Umbaúba, Sergipe.
Como todo o Brasil pôde ver, três agentes colocaram Genivaldo na cela localizada na traseira de uma viatura da PRF, e um deles parece atirar uma bomba de gás no compartimento, o que faz surgir uma nuvem de fumaça. Em seguida, seguraram a porta quase que inteiramente fechada para que a vítima – e o gás – permanecesse dentro do veículo. É possível ver as pernas de Genivaldo para fora, se debatendo, e ouvir seus gritos de desespero.
Os agentes confessam no boletim que usaram “espargidor de pimenta e gás lacrimogêneo”, em função da “agitação do abordado”. Eram “tecnologias de menor potencial ofensivo”, garantiram.
https://theintercept.com/2022/05/26/agentes-prf-sergipe-assassinato-genivaldo-viatura/
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