Blog do Chico Maia

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O Cruzeiro conseguiu enganar a todo mundo ontem. Menos ao vice-lanterna colombiano

(Foto: https://twitter.com/SudamericanaBR)

O Cruzeiro na mesma: sem jogadores à altura e com falhas individuais, nenhum técnico resolve
Quando fez 3 a 0 no Alianza, penúltimo colocado no campeonato colombiano, pensei que seria uma goleada de cinco ou seis. Mudei de canal, para assistir o Palmeiras, que passava aperto contra o Liverpool do Uruguai.
Daí a pouco, 3 a 3.
Uai?


Fui conferir os gols do visitante e só me restou twittar o óbvio:
@chicomaiablog “Com jogadores fracos e tantas falhas individuais, não só do goleiro, nenhum treinador consegue montar um time competitivo!”

E com público até bom para quem vinha da decepção de perder o campeonato mineiro quatro dias antes, no mesmo Mineirão: 18.818 para renda de R$ 470.170,00.

Antes e durante a partida a impressão dos companheiros jornalistas era a mesma minha. Thiago Reis, da Itatiaia, twittou:
@thiagoreisbh “Que bom para o Cruzeiro retomar a confiança e pegar um time que vai tomar uma baitaaaa goleada!!! Agora, o tal de Alianza da Colômbia num guenta nem meu time do Campo do Alface. Que timinnnn ruimmm viu”

Vinícius Grissi, da 98FM:
@ViniciusGrissi “Cruzeiro encontrando no Mineirão o adversário perfeito para uma semana de perda de título e troca de técnico. Impressão que vai fazer quantos gols quiser. Diferença gigantesca.”

Luciano Dias, da Band, acha que não dá mais para o Rafael Cabral:
@jornlucianodias “Surreal o que aconteceu no Mineirão. Foi surreal o Cruzeiro fazer três gols no primeiro, foi surreal sofrer os três gols no segundo. Sobre o Rafael Cabral: a continuidade dele é insustentável.”

Fernando Rocha, ex-Globo, deu um desconto: @fernandoroch “Vou falar algo impopular: é ÓBVIO que mexe com a cabeça de qualquer jogador ser vaiado durante 90 minutos. Tenho MUITAS críticas ao Rafael Cabral, mas vaiar durante o jogo só prejudica o CRUZEIRO.”


Há treinadores que conseguem extrair algo mais de determinados jogadores

Foto: twitter.com/Libertadores

Consegue, por por meio de posicionamento tático, pela psicologia ou usando ambos os fatores.
Ainda é cedo para conclusões, mas parece ser o caso de Gabriel Milito. Com ele, Saravia está jogando mais do que jogava; Jemerson, idem; Alan Franco foi redescoberto, Vargas voltou a ser útil e Gustavo Scarpa finalmente está mostrando sua bola e fazendo belos gols.


Quase todo o time jogou bem nessa vitória sobre o bom time do Rosário Central. A defesa é que continua batendo cabeça. Arana e Jemerson se enrolaram e o time tomou o empate, que poderia ter complicado uma partida até então muito tranquila. Os dois jogaram muito bem, mas não podem vacilar como vacilaram no gol do Malcorra, aos 28 minutos do segundo tempo.


Hulk fez grande jogo e aos o técnico Milito o tirou aos 23 do segundo tempo, para não correr risco de perdê-lo por uma contusão. Entrou Igor Gomes no lugar dele.
Paulinho perdeu gol incrível, na cara do goleiro novamente, mas se redimiu ao marcar o gol da vitória, aos 31, num grau de dificuldade infinitamente maior daquele perdido. Também fez grande partida.


Depois do jogo o técnico do Rosário, Miguel Ángel Russo, reclamou, dizendo o resultado foi injusto. Não foi. Injusto é quando a arbitragem influencia no placar, o que não foi o caso esta noite. O senhor Kevin Ortega, peruano, apitou muito bem.

Foto twitter.com/Libertadores


Maior problema do Cruzeiro não é treinador: é a diretoria do futebol

Sucesso ao Fernando Seabra, que pelo passado na base, pode se dar bem como técnico profissional. (Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro/divulgação

Porém, sem o suporte de uma diretoria de futebol competente, nenhum treinador dá conta de montar um time vencedor. A entrevista coletiva do diretor Pedro Martins tentando explicar a demissão do Larcamón foi ridícula. Não falou coisa com coisa.

Até Procópio Cardozo, profundo conhecedor do futebol e do Cruzeiro, que sempre apoiou o Ronaldo, ficou espantado e comentou:

@procopiocardozo “Bom dia estou impressionado com o amadorismo do pessoal que o @Ronaldo trouxe para cuidar do futebol profissional do @Cruzeiro. Não salva um.”

Josias Pereira, um dos melhores jornalistas da nova safra mineira:

@josiaspereira “Não existe proposta técnica na SAF do Cruzeiro. Lembremos que o Seabra estava aqui e foi embora. Dentre todas as avaliações que foram feitas, por que o nome dele foi descartado? E por que ele volta agora como solução para uma sequência de temporada?”

O Adroaldo Leal, da 98 FM mandou um trecho do que falou o diretor de futebol:
@AdroaldoLeal “
O diretor de futebol do Cruzeiro Pedro Martins disse que existia uma distância importante entre o método da comissão técnica de Nico Larcamón, e o método e prática do clube, por isso foi tomada a decisão do desligamento do treinador.”

Ronaldo Nazário foi um fenômeno como jogador e agora se diverte como dono de clubes de futebol. Foi mal na primeira experiência nos Estados Unidos, saiu fora. Continua patinando na segunda experiência, mal no Valladolid/Espanha, batendo cabeça.

Na sua aventura mais ousada, que é o Cruzeiro, troca de técnico de quatro em quatro meses: Paulo Pezzolano, Pepa, Zé Ricardo e Nicolás Larcamón.

Fez um “negócio da China”, e virou dono do clube. Despachou para Belo Horizonte amigos boleiros e burocratas para trabalhar para ele. No futebol, até agora, só frustração para a torcida que sonhou que, com ele, a Raposa voltaria a ser o que já foi imediatamente. Comandar futebol, escolher comissão técnica e montar time competitivo não é simples. Não basta ter sido um grande jogador.

Baseado nessa reportagem do portal Terra, de 14 de janeiro de 2022, veja o critério (ou a falta) do “Fenômeno” para montar o comando do futebol  do Cruzeiro: “… O novo dono do CruzeiroRonaldo Fenômeno, está tentando montar uma equipe de colaboradores com ex-parceiros de Corinthians. Depois de Paulo André, Elias, ex-volante do Timão, foi convidado pela direção da Raposa para compor o departamento de futebol. Elias está fora dos campos desde 2020 quando defendeu o Bahia. As conversas entre Elias e a Raposa já aconteceram. Ele e Ronaldo se encontraram em um hotel de Belo Horizonte, além de uma visita na Toca da Raposa II. Elias vem realizando cursos desde que deixou o Bahia. Ronaldo e o ex-volante jogaram juntos no Corinthians de 2009 a 2010.

Elias também foi companheiro de Paulo André, ex-zagueiro e principal responsável do futebol no Cruzeiro, desde que foi comprado por Ronaldo, no fim de 2021…”

Que coisa! Mais parece uma “ação entre amigos”. Ano passado apareceu o ex-meio campista argentino D’Alessandro, ex-Internacional. Durou pouco.

Interessante é que o Paulo Autuori está lá, mas suas opiniões não devem ser acatadas, no sistema “moderno” de decisões colegiadas implantadas pelo manda chuva maior do clube, Gabriel Lima, formado em Administração pela Universidade Federal Fluminense.

No comando da diretoria de futebol, aparece Pedro Martins, também de curriculum muito legal, segundo o www.linkedin.com/in/pgsmartins/overlay/contact-info/

Pedro Martins

Diretor de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube

Administrador com MBA na Universidade de Liverpool-ING e atualmente é Diretor Executivo de Futebol do Cruzeiro Esporte Clube. Durante os últimos anos foi Vice Presidente de Competições da Federação Paulista de Futebol e contribuiu ativamente com o desenvolvimento dos projetos de futebol da Ferroviária de Araraquara e Club Athletico Paranaense. Além disso, acumula experiência profissional em clubes como Olé Brasil e Queen Park Rangers-ING.”

Mas, quem sabe ainda dá certo?

Como diria o Adilson Batista, “vamos aguardarrr”!

Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro/divulgação


Demissão de treinador: fórmula usada com Pepa não deu certo e Cruzeiro repete com Larcamón, que teve quase 60% de aproveitamento

Foto: Twitter/Gustavo Aleixo/Cruzeiro

O Campeonato Mineiro serve para isso: provocar crise em quem perde o titulo, especialmente quando se trata de final entre Atlético e Cruzeiro. Dessa vez, caíram dois: na iminência de perder o Campeonato, depois de passar aperto para se classificar, o Galo mandou o Felipão embora.

Agora, Nicolás Larcamón, com 14 jogos, 7 vitórias, 4 empates e apenas três derrotas, foi demitido pelo Cruzeiro. Não aguentou os 3 a 1 tomados do Atlético, ontem. Certamente a eliminação precoce da Copa do Brasil, pelo inexpressivo Sousa/PB, também pesou. Mas é importante lembrar que ele teve um elenco altamente limitado para trabalhar. A rigor, apenas um jogador de nível mais elevado: Matheus Pereira. Os demais, voluntariosos e olhe lá.

Vamos ver como será o desempenho do sucessor, ainda não anunciado pela diretoria, na semana de estreia no Campeonato Brasileiro. Ano passado, o português Pepa fazia uma campanha boa, brigando no meio da tabela de classificação para cima. De forma surpreendente foi substituído pelo Zé Ricardo, depois pelo Paulo Autuori e lutou bravamente contra o rebaixamento.

Esses amigos que o Ronaldo pôs no comando do futebol do Cruzeiro estão precisando se explicar.        

A nota distribuída hoje pelo clube informando a demissão de Larcmón e cia:

“O Cruzeiro comunica que decidiu pela descontinuidade de Nicolás Larcamón no comando técnico da equipe. Além do treinador, deixam o clube os auxiliares técnicos Javier Berges e Damian Ayude, o analista de desempenho Miguelangel Leopardi e o preparador físico Juan Cruz Monaco. Agradecemos por todo o comprometimento no dia a dia do Cruzeiro e desejamos sucesso na sequência da trajetória dos profissionais”.


Cruzeiro teve excesso de certeza de que o título já era dele. E agora põe culpa no treinador

Foto: twitter.com/Atletico

Rescaldo dos 3 x 1: de todo tipo de gozação à possível queda de treinador

É voz corrente que o campeonato estadual não vale muita coisa, mas quem perde sofre demais. Principalmente quando se trata de final entre Atlético x Cruzeiro, uma disputa à parte!

Mas que loucura foi a reação de tantos torcedores da Raposa, jornalistas inclusive, a essa derrota. Era tanta certeza na conquista do título que me fez lembrar a frase: “quanto mais alto o coqueiro, maior o tombo”. A maioria pôs a culpa total no técnico Larcamón, até outro dia decantado em prosa e verso como uma “descoberta” fantástica do Ronaldo e cia.

Foto: twitter.com/Atletico

Bastou uma perda de título para o Atlético, nada de anormal, por todas as circunstâncias, para transformá-lo na “Geni”   (música do Chico Buarque, viu gente?).

Querer justificar a virada do Galo na substituição feita pelo jovem treinador, do zagueiro João Marcelo no lugar do Vital, aos 16 do segundo tempo, é uma das coisas mais ridículas que já vi no futebol. Parece que foi a substituição do Pelé pelo Macalé!

Como diria o Mestre jornalista Rogério Perez: “menos gente, muito menos!”.

Foto: twitter.com/Atletico

A conquista do Atlético se deve a um único fator: a superioridade individual do Galo, que só fez essa campanha ruim em quase todo o campeonato porque tinha um técnico completamente fora de compasso com a atualidade do futebol.

Em poucos dias de trabalho, Gabriel Milito se informou do que estava se passando, escalou os jogadores certos nos lugares certos, deu uma “injeção” de raça na turma e pronto; missão cumprida.

Também, é preciso ter cuidado com este Atlético. A imprensa nacional o coloca como um dos favoritos aos títulos brasileiro e da Libertadores. Mantenho um pé atrás. As derrotas sofridas no Mineiro precisam servir como alerta permanente.

A defesa continua frágil, sem lateral direito e sem um zagueirão confiável. Não sei se o Milito dá conta só com este grupo que foi montado por Felipão.


O Cruzeiro fez o que podia com os jogadores que tem

Foto: twitter.com/Atletico

Em três jogos sob comando de Gabriel Milito o Atlético teve três escalações iniciais diferentes e três opões táticas distintas. Além de ter parado de jogar futebol há pouco tempo, defendendo um Barcelona, trabalhando com um Guardiola, o treinador argentino mostra ser desses que estudam cada adversário, cada jogador e cada técnico que vai enfrentar. E para cada um, uma fórmula de atuar e jogadores que podem ser mais úteis em cada situação.


Dito isso, concordo com o Lélio Gustavo, que falou na Rádio O Tempo e no twitter dele: “Com Felipão o Atlético não seria campeão mineiro”.
Nada contra os mais velhos. Muitos têm disposição e saco para trabalhar até a exaustão e aguentar as aporrinhações típicas da função, o que não é o caso do Scolari, com os seus 75 anos. Ranzinza, “sabe tudo” e avesso às novidades.


Sobre os 3 a 1, deu o que o Ronaldinho Gaúcho falou e fala: “quanto tá valendo, tá valendo”.
Seria um absurdo o Atlético perder um campeonato desses para o Cruzeiro. Time e comissão técnica caríssimos, contra um gigante, porém. em recuperação.


Bom para Paulinho, que desperdiçou oportunidade de ouro de abrir o placar aos 20 minutos, na casa do Rafael Cabral. Melhor ainda para Jemerson, que no início do segundo tempo, errou uma cabeçada que poderia ter sido o empate e início da reação. Caso o Galo não tivesse sido campeão a vida deles estaria sendo um inferno com os atleticanos em Belo Horizonte e em todo o lugar do mundo. E eles não merecem isso.


Ótimo também para Milito e Gustavo Scarpa. O treinador chegou agora e parece ser muito bom de serviço, mas errou aos colocar o Scarpa em campo no clássico anterior aos 49 do segundo tempo. Ao apostar nele hoje, no início do segundo tempo, mostrou que conseguiu controlar o ambiente interno. Com o gol salvador do Scarpa, o jogador ficou muito bem na fita e o técnico mostrou que soube evitar uma deterioração do “vestiário”.


E que bom ver o Saravia marcando o primeiro gol dele com a camisa do Galo. No momento certo.
No mais, que pena a mentalidade pequena dos donos do Atlético e do Cruzeiro, nessa bobagem de torcida única, dando força aos marginais que aprontam impunemente nos grandes jogos.
A seguir, a opinião de um cruzeirense que analisa friamente o time dele. E concordo com ele:

Alisson Sol
“O Cruzeiro fez o que podia com os jogadores que tem. Vejo alguns torcedores e “analistas” criticando o técnico. Parece que viram algum outro jogo, ou sabem de algo que ninguém mais sabe.
O diferencial do jogo é simples. Tanto Atlético-MG quanto Cruzeiro tiveram umas 9 bolas que podiam “gerar gol”. O Atlético-MG fez 3 gols. O Cruzeiro fez 1 gol. Tem sido o problema do clube há algum tempo. Estou começando a achar que o Ronaldo para ajudar o clube vai ter de entrar em campo. Bola para a frente. O Rural terminou, o Cruzeiro não ficou achando que “encontrou soluções” e a chance de queda no Brasileiro caiu bastante! Mas aviso: o técnico pode até não ser um Guardiola, mas com os jogadores atuais… nem Guardiola!””

twitter.com/Mineirao


Ziraldo, “um mineiro que mudou o Rio”

Postagem da Juliana, filha caçula do saudoso comentarista Flávio Anselmo, homenageando o Ziraldo e lembrando da amizade entre ele e o pai

Minha coluna no BHAZ:

A frase é do prefeito do Rio, Eduardo Paes, ao falar que o grande dos desenhos e das letras é merecedor de todas as honrarias que a cidade do Rio de Janeiro está fazendo e ainda fará por ele: “Ziraldo é um mineiro que marcou a história do Rio de Janeiro e construiu um legado, de educador, de homem da cultura e de pessoa interessante que era. Uma vida bem vivida”, afirmou Paes.


Ziraldo Alves Pinto se foi ontem, aos 91 anos de idade. Nascido em Caratinga, escolheu o Rio para viver, porém nunca deixou participar de tudo da cidade natal, além de visitá-la e exaltá-la sempre. Ele tinha orgulho de ser mineiro e fazia questão de mencionar Minas e a mineiridade.


Não tive o prazer de conviver com ele, mas era como tivesse, de tanto que o saudoso caratinguense Flávio Anselmo, o “comentarista de peito aberto”, falava dele e contava histórias deles em Carantiga. As famílias eram muito amigas.


Recebi do Fábio Anselmo, irmão do Flávio, que reside há muitos anos em Brasília, fotos e boas lembranças do convívio deles por lá, começando por essa frase: “Estão morrendo todos aqueles que conheci ao longo da vida. Muito triste”.

“Atrás de mim Zélio, irmão do Ziraldo, artista como ele e meu colega de ginásio e basquete. Ziraldo me disse uma vez que o Zélio era mais premiado do que ele. Foi diretor da Pinacoteca de SP.”

“Dedicatória do Ziraldo no livro Vito Grandam. Emocionou todos nós por nos considerar sua “raça”.”

Postagem da Juliana, filha caçula do saudoso comentarista Flávio Anselmo, homenageando o Ziraldo e lembrando da amizade entre ele e o pai.

Ziraldo era flamenguista, mas em Minas, era Galo


Como diria o saudoso Flávio Anselmo, o Atlético “colocou o Caracas em seu devido lugar”

Paulinho marcou um gol em cada tempo nestes 4 aa 1 do Atlético na Venezuela (Foto: twitter.com/Atletico)

E assim Gabriel Milito vai conquistando a massa do Galo: não inventa, faz o time correr, escala quem tem que escalar e dá oportunidades de verdade à prata da casa.

Começou jogando com Alisson, pôs o Cadú no lugar do Arana, aos 35 do segundo tempo, tenta resgatar o Vargas, que entrou no lugar do Hulk, também aos 35 minutos do segundo tempo.

O Caracas é fraco? É, mas o futebol está cheio de fracos tirando pontos preciosos dos fortes. E estes pontos fazem uma falta danada na sequência. Que o diga o próprio Atlético no atual Campeonato Mineiro.

Com dois gols, Paulinho foi o destaque individual neste jogo. Próxima partida do Galo pela Libertadores, em casa, contra o Rosário Central, que ganhou em seu estádio, hoje, do Peñarol, por 1 a 0.

O zagueiro Bruno Fuchs tomou gosto pelos gols e marcou o primeiro do Atlético nesta edição da Libertadores (Foto: twitter.com/Libertadores)


Repetindo o que escrevi no twitter: imaginar que Atlético e Cruzeiro deixaram o Mastriani ir embora de Minas

(Foto: twitter.com/AthleticoPR/José Tramontin)

Ontem, logo após os 4 a 1 do Athletico/PR sobre o Ameliano, pela Sul-Americana, em Assunção, o Leonardo Bertozzi (ESPN) twittou, como legenda dessa foto do Mastriani, que marcou dois gols: @lbertozzi
“Athletico se impõe no Paraguai e começa a Sula com goleada. Mastriani faz dois e se coloca entre os dez maiores artilheiros do torneio, com 14. Obrigado a quem esteve conosco na transmissão!”
Hoje, bem cedo, repostei com o seguinte comentário: “Imaginar que os dirigentes do Atlético e do Cruzeiro deixaram o Mastriani ir embora de Minas. Mais eficiente que os atacantes que o Galo e a Raposa têm no momento.”

(Foto: twitter.com/AthleticoPR)

Um monte de atleticanos, cruzeirenses e americanos fez comentários de todo tipo, muitos, com bobagens ao vento, tipo: “o América não negocia com o Atlético nem com o Cruzeiro”, “prefere passar para times de outros estados a preço de banana, que vender para a dupla” e por aí vai.
Teve um que questionou a eficiência do Mastriani, atualmente maior que as dos atacantes da dupla. Só lembrar a falta que fez um matador como ele, ao Atlético e ao Cruzeiro nos jogos recentes deles, pelo Mineiro e no caso do Cruzeiro, Copa do Brasil.


É óbvio que o Coelho negocia e sempre negociou com os dois, porém, desde que as propostas sejam decentes.
Todavia, nessa história do Mastriani, fiquei tão intrigado que liguei antes de escrever este texto para o Marcus Salum, que confirmou: em momento algum, ninguém do Atlético e do Cruzeiro ligou para ele manifestando interesse, nem de compra, nem de empréstimo.
Ele teve várias propostas de outros grandes clubes do Brasil, menos dos de Minas.


Sobre essa história de não negociar com Atlético e Cruzeiro, Salum disse que isso é uma grande bobagem. O que ele não faz é aceitar propostas irrisórias deles, que muitas vezes ocorrem.
Lembrou que é amigo pessoal do Sérgio Coelho, presidente do Atlético, amigo do Rubens Menin, de quem foi colega na Faculdade de Engenharia Civil na UFMG, tendo formado juntos em 1978.
E é primo do Alexandre Kalil, com quem negociou o Gilberto Silva em 2000.


E disse mais: aceitou a proposta do Athlético/PR por gratidão ao Mário Celso Petraglia, o poderoso comandante do clube paranaense, que foi corretíssimo com o América, no caso do atacante Vitor Roque, tirado da base do América pelo Cruzeiro, numa rasteira na época em que o presidente da Raposa era o Wagner Pires de Sá.
Na ocasião o caso foi parar na justiça e o América conseguiu ficar com 30%. Depois o Athlético/PR surpreendeu o Cruzeiro e depositou a multa de R$ 24 milhões pelos 50% que o Cruzeiro detinha. Os outros 20% eram da família do procurador do jogador.


Quando vendeu o Vitor Roque para o Barcelona (R$ 394,8 milhões), Petraglia, sabedor que o Cruzeiro tinha passado o América para trás, repassou mais 15% ao América, que embolsou mais de R$ 20 milhões nessa transação.


Voltando ao uruguaio Mastriani, que está com 30 anos de idade, Marcus Salum o viu jogar pelo Barcelona de Guaiaquil, na pré-Libertadores de 2021, junto com o argentino Martinez. Neste ano o time equatoriano chegou à semifinal, eliminado pelo Flamengo, que decidiu (e perdeu) o título com o Palmeiras, que tinha eliminado o Atlético no Mineirão.
A propósito, o Cruzeiro tentou contratar Martinez, mas não houve acordo e o América soltou nota no início da noite colocando ponto final no assunto:

@AmericaFC1912 ”Em virtude do excesso de especulações envolvendo o nome do atleta Emmanuel Martinez, o América não irá mais comentar sobre o caso. O jogador tem contrato e segue treinando normalmente. Caso haja uma proposta oficial que o América SAF entenda ser interessante para o Clube, e o jogador para a sua carreira, a transferência será concretizada e posteriormente informada.”

Sobre a dificuldade de negociações entre América e Atlético, esta história realmente existe, por razões comerciais mesmo, assim como entre outros clubes. Me lembro de uma postagem aqui no blog, e 5 de janeiro de 2017, quando o então presidente do Galo, Daniel Nepomuceno, não conseguiu contratar o volante Rithely, do Sport Recife. O clube pernambucano pedia R$ 20 milhões por 50% dos direitos dele. Na época, Nepomuceno disse o seguinte: “… há três clubes no Brasil com quem é quase impossível negociar: Sport, Atlético-PR e o América…”


Hora do Atlético e do Cruzeiro: poupar ou não poupar? Grêmio poupou e se deu mal. Flamengo com titulares, quase perdeu

Cobrado por levar só reservas para a Bolívia e perder de 2 a 0 para o The Strangest, na estreia da Libertadores, Renato Gaúcho respondeu: “Eu sou pago para pensar. Tenho uma decisão no final de semana. Na Libertadores, tenho mais 5 jogos.”

O Flamengo só não teve De La Cruz, gripado, na estreia em Bogotá contra o Milionários. Passou um aperto danado, mesmo jogador com um a mais durante a maior parte do segundo tempo.

Para quem aspira brigar pelo título, o principal objetivo na fase de grupos é terminar como o primeiro colocado geral. Para isso, não perder pontos, principalmente para os considerados mais fracos, é fundamental.

O Atlético levou os 24 jogadores inscritos para Caracas, visando a estreia lá. Pela Sul-americana, o Cruzeiro também estreia amanhã e só poupou o Dineno e o Arthur Gomes da viagem ao Equador.

Os treinadores ficam a com responsabilidade de decidir quem começa jogando, de olho na decisão do estadual, que se tornou muito importante para ambos.

Aliás, a culpa de situações delicadas como essa é dos dirigentes dos próprios clubes, que desunidos, não têm força para peitar as federações, CBF e as TVs donas dos direitos de transmissão, que impõem essas tabelas de competições distintas, intercaladas.