Blog do Chico Maia

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Roceiros e retrógrados

A imprensa de São Paulo chamou Belo Horizonte de “roça” e os mineiros de “retrógrados”, ano passado, por causa de foguetes que atrapalharam o sono dos jogadores do Estudiantes, que decidiria a Libertadores com o Cruzeiro no Mineirão.

Voltou este ano com a mesma ironia, quando o Santos veio jogar contra o Atlético pela Copa do Brasil.

Na madrugada de hoje os jogadores do Internacional passaram pela mesma situação num hotel chic da capital paulista.

Vamos ver o que os jornais deles vão dizer amanhã.


Avante Jacaré!

TORCIDA DO DEMORATA JACARÉ IRÁ A IPATINGA PARA ESTRÉIA NA 2ª DIVISÃO NO PRÓXIMO DIA 15!

INTERESSADOS DEVEM PROCURAR O ANDERSON DA DEMOGOLO NO 8711-5055


Cel. Natal recebe alta do Biocor

 

O diretor-geral da Ademg, Coronel José Eustáquio Natal, recebe nesta quinta-feira (05), alta médica do Biocor Instituto onde estava internado desde o dia 29 de julho.

Coronel Natal sentiu-se mal em Sete Lagoas na última semana e após receber atendimento médico no Hospital Municipal Monsenhor Flávio D’Amato, naquela cidade, foi transferido de helicóptero para Belo Horizonte. Diagnosticado com infarto agudo do miocárdio, no Biocor ele foi submetido a dois cateterismos, procedimento que afastou a necessidade de uma cirurgia.

O diretor-geral da Ademg fará a recuperação à base de medicação em casa e ficará licenciado das funções na autarquia pelo prazo de 30 dias. 

Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Ademg


Como diz o Jabor: Todos querem a pena máxima: R$ 25 mil

Não existe categoria profissional com 100% de gente correta. Sempre há alguma escória.

Mas onde deveria haver cada dia mais bons exemplos de cidadania, é de onde saem os maiores absurdos: a Justiça.

Veja que exemplo a Justiça brasileira costuma dar: 

* “CNJ pune ministro com aposentadoria”

Em decisão unânime, conselho vê indícios de que Paulo Medina, do STJ, integrava esquema de venda de sentenças

Advogado afirma que não há prova de que ele recebeu propina e que ministro teve o nome usado por seu irmão

DE BRASÍLIA

O Conselho Nacional de Justiça decidiu ontem aposentar compulsoriamente o ministro do Superior Tribunal de Justiça Paulo Medina.
Por unanimidade, os integrantes do CNJ entenderam que existem indícios da participação de Medina em um esquema de venda de sentença judicial em favor de bicheiros e donos de bingos. A decisão ainda pode ser contestada no Supremo Tribunal Federal.
Medina também responde a uma ação penal no STF, onde será julgado por prevaricação e corrupção passiva.
No CNJ, Medina respondeu a um processo administrativo disciplinar e recebeu a pena máxima prevista na Lei Orgânica da Magistratura Nacional, que é a aposentadoria, mas vai continuar recebendo os salários proporcionais ao tempo de serviço.
Hoje o salário de um ministro do STF é de R$ 25,4 mil. Por conta das investigações, Medina já estava afastado do cargo há mais de três anos recebendo o salário integral, e deverá continuar recebendo o mesmo valor: só deixará de receber os vencimentos se for condenado na ação penal.
O advogado de Medina, Antônio Carlos de Almeida Castro, afirmou que iria conversar com seu cliente antes de apresentar recurso.

HURRICANE
Investigações da Polícia Federal que levaram à Operação Furacão (Hurricane), em 2007, apontam que Medina teria negociado, por meio de seu irmão Virgílio Medina, o recebimento de R$ 1 milhão por uma liminar dada por ele em 2006 e depois cassada pela ministra Ellen Gracie.
Com essa liminar, foram liberadas 900 máquinas caça-níqueis que tinham sido apreendidas em Niterói.
Medina não aparece nas interceptações telefônicas feitas com autorização judicial, mas a PF registrou conversas entre empresários e Virgílio, que supostamente falava em nome do irmão.
“Mostra-se totalmente inconveniente o retorno dos referidos às atividades judicantes tendo em vista a quebra da confiança, honorabilidade e imparcialidade”, disse o relator, ministro Gilson Dipp.
Para o advogado Almeida Castro, não há nenhuma prova de que ele tenha recebido propina. Segundo ele, Virgílio usou o prestígio do irmão sem que ele soubesse: “Essa é uma sentença de morte para o ministro Paulo Medina, que dedicou toda sua vida para a magistratura”, disse.
O presidente do CNJ, ministro Cezar Peluso, não participou da sessão. Ele foi o relator do recebimento da denúncia contra Medina no STF e preferiu não julgar o caso no CNJ. Peluso foi substituído pelo vice-presidente do CNJ, ministro Ayres Britto. (FELIPE SELIGMAN)

* Notícia da Folha de S. Paulo, edição de ontem, caderno Poder, página A11


Para manter a sua capacidade de indignação

Ouça o comentário de Arnaldo Jabor, de hoje cedo na rádio CBN:

Todos querem a pena máxima: aposentadoria e remuneração de R$ 25 mil

 http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-jabor/ARNALDO-JABOR.htm


Liberada na Copa, vuvuzela foi barrada na Arena do Jacaré

A Arena do Jacaré foi transformada em “Geni” do futebol mineiro, numa das maiores sacanagens que já vi no mundo da bola. Jogo de interesses de alguns cartolas canditatos a alguma coisa nas eleições partidárias deste ano, interesses inconfessáveis de outros setores, que querem pegar uma beirada do governo do estado, e até algumas reclamações justas e construtivas, porém com soluções possíveis, em curto prazo ou imediatas.

Mas a vida é assim mesmo e bola pra frente!

Recebi um artigo do Delegado de Polícia André Pelli, que atua na cidade de Curvelo, que vale a pena ser lido com atenção para as devidas reflexões.

Trata-se do velho tema das proibições nos estádios, da onda do “não pode isso”, “não pode aquilo”.

Concordo com ele em tudo, porém com uma ressalva igualmente importante: não sei se foi decisão da PM, que trabalha nos estádios em sintonia com o Ministério Público, Ademg e FMF.

 “VUVUZELA”

No domingo passado fui até a Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, levando
meu filho de 9 anos. Na entrada do estádio o militar que fazia revista
nos torcedores não permitiu que meu filho entrasse com sua vuvuzela.
Conversei com o Tenente Coronel Carvalho, comandante do policiamento,
sobre o motivo da proibição, tendo ele me informado que não poderia
entrar com a vuvuzela porque ela poderia ser usada como ARMA.

Ora, uma corneta de plástico ser utilizada como arma? Não quis
polemizar, pois achei que a vuvuzela não compensava a briga, mas
fiquei pensando: A Polícia Militar estava no estádio para dar
segurança aos torcedores. Eles revistavam as pessoas para impedir que
algum torcedor entrasse com: ARMA DE FOGO, ARMA BRANCA, BEBIDA
ALCOÓLICA, FOGOS DE ARTIFÍCIO e DROGAS ILÍCITAS, que possuem proibição
legal.

A Polícia Militar trabalha para cumprir as LEIS, não para FAZER leis.
Ora, se a lei não proíbe que eu entre no estádio com um instrumento de
plástico, o militar não pode proibir. Se formos seguir a ótica da
Polícia Militar, qualquer objeto pode ser utilizado como arma e ferir
a integridade física de outra pessoa, por exemplo: canetas, máquinas
fotográficas, rádios de pilha, sapatos, cintos de calças, etc. A
entrada no estádio com nenhum destes objetos é proibida pela PM, pelo
menos por enquanto…

Entendo que a Polícia Militar está extrapolando os limites e usurpando
poderes que não lhes foram conferidos por lei. Estão cerceando
direitos das pessoas e TIRANDO o prazer dos torcedores irem ao
estádio.

Ora, se a vuvuzela ou qualquer outro objeto lícito for utilizado como
arma o responsável deve ser preso, na forma prevista na lei.

É preciso um posicionamento das pessoas envolvidas e acabar com estes
e outros ABUSOS da Polícia Militar.


Uma aposta e as suas consequências

Pelo Campeonato Brasileiro o Atlético fez o seu primeiro jogo fora de casa em Presidente Prudente e levou de 4 x 0, do mesmo Grêmio, com quem empatou hoje em 0 x 0 pela Copa Sul-americana.

Nessa maré ruim, não perder já foi bom negócio e o time fez um bom jogo, porém, mais uma vez não conseguiu marcar gols.

Escrevi a minha coluna de amanhã do jornal O Tempo antes de começar a partida e falei o seguinte sobre a atual situação do Galo:

“A coluna foi escrita antes do jogo do Atlético em Presidente Prudente, mas o tema independe do resultado.”

 

O preço

 

Não há mistério em determinadas situações do futebol. A sequência de maus resultados do Atlético, por exemplo. Não se muda um elenco quase que completo no meio de uma temporada, como foi feito. Do time que foi campeão mineiro quase não há mais ninguém. Não era lá essas coisas, mas tinha um conjunto, uma estrutura, que até ser remontada leva algum tempo.

 

Pagando

 

Vanderlei Luxemburgo apostou no seu histórico, confiou na qualidade dos jogadores que estavam para chegar, mas esqueceu-se das variantes, que podem levar ao sucesso ou ao fracasso: tempo para alguns entrar em forma, contusões e suspensões de outros, o nível dos adversários no Brasileiro, a falta de tempo para treinar e por aí vai.

Ou seja: o professor calculou mal.

 

Tempo

 

A tendência é que o time acabe correspondendo, mas essa demora gera uma pressão que pode ficar incontrolável. O torcedor quer resultados, a vice-lanterna do Campeonato mexe com o maior trauma da história atleticana, que é zona do rebaixamento.

 

Perdas

 

Outro fator complicador do Atlético foi o fechamento do Mineirão. Justamente no momento em que o clube faz um dos maiores investimentos em futebol em sua história, ele fica privado da sua casa e de uma das suas maiores fontes de arrecadação. Se a média de pagantes ano passado foi de 40.594 até a 36ª rodada do Brasileiro, este ano será totalmente diferente.


“Anac multa Gol em R$ 2 milhões por atrasos em voos” É pra acreditar?

Não temos estradas de qualidade, nosso sistema aéreo é controlado por um duopólio que não respeita os consumidores e nossos aeroportos são umas porcarias.

Será que até 2013 teremos melhorias para a Copa das Confederações? Ou 2014, para a Copa do Mundo, ou para as Olimpíadas de 2016?

Diante da nossa realidade, duvido de manchetes e notícias como esta que saiu agora há pouco no portal uol.com.br : 

Anac multa Gol em
R$ 2 milhões por atrasos em voos

A empresa também foi proibida, por tempo indeterminado, de fazer novos fretamentos.


Copa do Mundo pode não ser negócio tão bom assim

Eu trocaria a gastança de fortunas em estádios por melhores estradas e sistema de transporte urbano de qualidade, como o metrô, por exemplo.

Mas a Fifa e os políticos não querem isso. Nem em países cuja população necessita disso como prioridade.

Fazer o quê!?

Enquanto isso vamos ficar atentos às experiências alheias, com seus eventuais prejuízos e equívocos.

Veja que artigo interessante do colunista do Financial Times, transcrito pela Folha de S. Paulo de ontem, no caderno de esportes.

É sobre a África do Sul:

SIMON KUPER

A verdade após 2014


O estímulo econômico prometido por uma Copa nunca chega a se concretizar


ACONTECEU há cerca de um mês na África do Sul e forneceu um presságio de como terminarão a Copa–2014 e a Olimpíada-2016, no Brasil. Num sábado gelado em Johannesburgo, dezenas de autoridades brasileiras estavam em um centro de convenções chique, para ouvir representantes sul-africanos explicar como é, realmente, sediar uma Copa -nas palavras de um dos sul-africanos, para ouvir sobre “alguns dos cortes e contusões que sofremos”.
Os brasileiros ouviram coisas pouco animadoras. Talvez a mais desanimadora tenha vindo de uma senhora (cujo nome não citarei), alta funcionária de Gauteng, a Província onde fica Johannesburgo. Ela contou que, no início de 2009, analisou o impulso econômico projetado que a África do Sul vinha dizendo a seus cidadãos que a Copa traria ao país. Ela olhou e não encontrou quase nada.
A África do Sul vinha dizendo (como está dizendo o Brasil agora) que o Mundial aumentaria o turismo, geraria empregos, levaria à construção de infraestrutura útil e assim por diante. O que ela percebeu em 2009 foi que: “[A Copa] não nos traria os benefícios que tínhamos dito ao país que nos traria”. É verdade que o torneio melhoraria um pouco o transporte público de Johannesburgo, mas “não tanto quanto pensávamos”.
E assim, mais de um ano antes do pontapé inicial, Gauteng deixou de lado as esperanças de um reforço econômico. Em vez disso, passou a enxergar a Copa do Mundo como exercício de “branding” -“praticamente um comercial de 30 dias de duração de Gauteng”. E isso foi tudo o que ela mostrou ser, disse a senhora aos brasileiros.
Perguntei a ela por que todo o tão divulgado reforço econômico não chegara a acontecer. Novamente ela foi franca. “Se você analisar as pesquisas sobre megaeventos, todas as conclusões são que os retornos econômicos são altamente inflados por pessoas que esperam lucrar com os eventos.” É por isso que consultorias contratadas pelo governo brasileiro para “estimar” (ou adivinhar) o reforço econômico que o Brasil terá com sua Copa e sua Olimpíada escrevem relatórios tão otimistas.
A história contada por essa senhora é a história de quase todas as Copas, das Olimpíadas e dos estádios construídos pelos contribuintes: o estímulo econômico prometido nunca chega a se concretizar, como Stefan Szymanski e eu mostramos em nosso livro “Soccernomics”. O Brasil vai descobrir a mesma verdade depois de 2014.


SIMON KUPER é colunista do jornal britânico “Financial Times” e coautor do livro “Soccernomics”


Para quem couber a carapuça: Ombudsman extra-oficial manda recado à imprensa da Capital

A Folha de S. Paulo foi o primeiro jornal brasileiro a adotar um crítico do seu próprio trabalho, figura conhecida como “Ombudsman”, que segundo a própria Folha é o seguinte: “Ombudsman é uma palavra sueca que significa representante do cidadão. Designa, nos países escandinavos, o ouvidor-geral -função pública criada para canalizar problemas e reclamações da população. Na imprensa, o termo é utilizado para designar o representante dos leitores dentro de um jornal. A função de ombudsman de imprensa foi criada nos Estados Unidos nos anos 60. Chegou ao Brasil num domingo, dia 24 de setembro de 89, quando a Folha, numa decisão inédita na história do jornalismo latino-americano, passou a publicar semanalmente a coluna de seu ombudsman.”

Pois o colega Flávio Henrique Rodrigues Pereira deu uma de Ombudsman, e acabou de enviar o seguinte e-mail para mim e um monte de outros jornalistas:

“Meus caros,

Avisa pro pessoal dos cadernos de esportes dos jornais da capital mineira, que estão dando a receita pro Galo vencer a Sul-Americana através do beque Jairo Campos, que o Edison Mendez também ganhou o título ano passado e foi ele o craque da competição fazendo 3 gols em cima do Fluminense na final.

Tem dia que a imprensa esportiva nossa é dose viu. Outro dia escutei de um cara da rádio globo de São Paulo que esse tal de Farias que o Cruzeiro está trazendo é completamente bichado de um joelho. Ele levou pau em diversos exames médicos no Palmeiras.

E aqui não se fala nada. Êta imprensa boa pra cobrir treino e receber release.”

Flávio Henrique Rodrigues Pereira

Bairro Cidade Jardim

BH/MG

Jornalista