Assim como muitos leitores que participam do blog, também estou a fim de ver o recomeço do Campeonato Brasileiro, mas antes disso, retornar a Minas Gerais.

Tentei uma vaga em qualquer voo antes da data marcada (sexta-feira), mas não teve jeito. Agora é sossegar e dar umas voltas por aqui, até a hora de pegar a mala e rumar para o aeroporto de Johanesburgo.

Estou escrevendo da cidade de Komaitipoort, no extremo leste da África do Sul, na fronteira com Moçambique. Saí cedo e percorri aos 450 Km em quatro horas. Vou conhecer Maputo, a capital moçambicana.

Prevaleceu o futebol técnico da Espanha que buscou o resultado com mais intensidade que a Holanda. Finalmente um dos países mais fortes do futebol mundial conquista a Copa. Os holandeses eram maioria no estádio Soccer City e fizeram uma grande festa antes da partida. A hora deles ainda vai chegar, mas esta era da Espanha, com todos os méritos.

Além de fazerem história ao decidir a Copa do Mundo, os dois treinadores que se enfrentam hoje, podem servir de inspiração ao ex-técnico da seleção brasileira. Eles são a antítese do Dunga e se o gaúcho não fosse tão cabeça dura poderia aprender algumas lições, caso queira seguir nessa profissão.

O espanhol Vicente Del Bosque tem 59 anos de idade, ex-jogador e técnico do Real Madri e apesar da cara fechada, é de uma simplicidade impressionante. Elogiado por jogadores e imprensa do seu país, fala quase todos os dias com os jornalistas e três dias antes da decisão, bateu papo com torcedores, explicando as opções que adotou nas escalações da seleção na Copa.

Sobre as críticas que recebe, diz sempre que isso “é normal e faz parte da vida de quem trabalha com o futebol”. Mudou o time quando o bom senso exigiu, manteve jogadores que vinham sendo criticados quando achou que devia.

No dia seguinte à classificação para a final, foi homenageado pela imprensa que cobria a Espanha com uma bola assinada por todos os jornalistas. Com este estilo ganhou tudo que foi possível com o Real Madri até 2003, e levou agora a Espanha à sua glória maior numa Copa.

O holandês Bert Van Marwijk, 58 anos, foi atacante, mas nunca integrou a galeria dos melhores jogadores do país. Também é marcado pela discrição e enfrentou forte resistência na Holanda quando foi indicado para substituir o antigo ídolo Van Basten no comando. Mais por rivalidade entre regiões e clubes holandeses do que pela sua competência. Nunca pertenceu à panela do Ajax, em especial de Johan Cruijff. Sua casa sempre foi o arquirrival Feyenoord.

Bert Van Marwijk foi hábil e convidou para auxiliá-lo dois antigos ídolos do Ajax, e da seleção: Frank de Boer e Cocu. Conseguiu aplacar um pouco os críticos, que voltaram à carga quando ele chamou de volta para a seleção o volante Van Bommel, afastado por Van Basten. O jogador é casado com sua filha, e lhe deu três netas. Mas ajudou o sogro a calar os críticos, pois se tornou um dos principais jogadores da Holanda.

Marwijk também mudou a forma de jogar da seleção, que só teve uma derrota com ele no comando, para a Austrália, de virada, num amistoso em Eindoven, há mais de dois anos. Passou a jogar o “futebol de resultados”, onde o que importa é a vitória; o espetáculo vem depois.

No dia a dia da seleção, a imprensa holandesa não tem nada a reclamar dele, que sempre agiu profissionalmente. Respeita as críticas, contesta-as e mantém aberto o diálogo.

Vicente Del Bosque e Van Marwijk enfrentam os mesmos problemas que qualquer técnico, de clube ou seleção, enfrenta em qualquer país onde o futebol é paixão popular. Os profissionais mentalmente superiores sabem conviver com isso e são felizes em suas carreiras. E nem por isso abrem mão de sua personalidade, como Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira, que comandaram a seleção brasileira nas Copas da Alemanha e Ásia.

As fans-fest tomaram conta do mundo e certamente em 2014 terão o mesmo sucesso que na Alemanha em 2006. Aqui na África do Sul nem todas foram interessantes, por causa do frio e segurança à noite em algumas cidades, como Johanesburgo. Também recebi boas fotos da Arena Coca-Cola, montada pela multinacional para receber a torcida nos jogos da seleção brasileira. É um treino para as “Fans Fest”, criadas com sucesso na Alemanha em 2006 e repetidas agora aqui na África do Sul.

Quem enviou foi o Vinícius Araújo Silva e pelo que vi, a estrutura foi quase a mesma da Copa, conforme você poderá ver numa foto da Fan Fest de Durban.

O Vinícius escreveu o seguinte:

“Com uma estrutura bem elaborada e montada, a Coca-Cola, em convênio com a Prefeitura/Belotur, disponibilizou à população, uma opção para assistir a Copa do Mundo. Nos dias dos jogos da seleção brasileira, as arenas Praça da Estação e Parque JK, contaram com apresentação de shows com bandas nacionais, após os jogos da seleção.
O espaço teve praça de alimentação e ações de entreterimento e lazer para os visitantes. Os ingressos eram trocados antecipadamente, por 1 kg de alimento não perecível, nas 9 regionais da Prefeitura e nos Postos Belotur. Cada pessoa podia retirar somente dois ingressos. 
Nos jogos do  Brasil as arenas ficaram lotadas, mas o time do Dunga pisou na bola…”

Estas fotos são da Arena Coca-Cola na Praça da Estação

Abaixo, foto da Fan Fest de Durban

Fiquei feliz em ver que, finalmente, as obras do Estádio Independência, estão saindo do papel e breve teremos em Belo Horizonte uma das mais modernas e bonitas Arenas do Brasil.

Foi o americano Flávio Azevedo quem me enviou as fotos e as seguintes informações:

“Chico, algumas fotos atuais da obra da “Arena do América”, fotos que “roubei no orkut” do Americano Otacílio César Coutinho.

“Independência: o diretor do DEOP falou também sobre a situação do estádio que foi demolido e deveria estar novamente em pé em outubro. As obras estão atrasadas cerca de 50 dias, devido às chuvas nos meses de abril e maio, o que impossibilitou a entrada de máquinas para fazer as fundações. João Fleury garante que em janeiro, o novo Independência estará pronto e que o tempo pode ser reduzido dependendo da velocidade na montagem dos pré-moldados.” Segundo o blog do Marcelo Bechler. 
Flávio Braga de Azevedo – BH”

Só não acredito que esteja tudo pronto em janeiro, mas se ficar em qualquer mês de 2011 estará bom do mesmo jeito.

Sobre um dos posts de ontem, a professora Valeriana Alves Costa, gentilmente entrou em contato conosco para dizer que o verbo “mimicar” não foi criação do presidente Lula. Na sexta feira ele disse aqui que “o brasileiro não sabe falar inglês, mas sabe mimicar melhor do que qualquer um”, sobre a Copa no Brasil em 2014. A autoria é de Antônio Houaiss, que definiu em seu Dicionário da Língua Portuguesa, como “fazer gestos; gesticular”. Sobre trecho da coluna de ontem, a professora Valeriana Alves Costa, gentilmente entrou em contato conosco para dizer que o verbo “mimicar” não foi criação do presidente Lula. Na sexta feira ele disse aqui que “o brasileiro não sabe falar inglês, mas sabe mimicar melhor do que qualquer um”, sobre a Copa no Brasil em 2014. A autoria é de Antônio Houaiss, que definiu em seu Dicionário da Língua Portuguesa, como “fazer gestos; gesticular”.

Em cena bem característica da política mineira, Tiago Lacerda, Presidente do Comitê BH’2014, fala ao pé do ouvido do presidente Lula, depois do lançamento da Copa verde e amarela na Casa Brasil, ontem, em Johanesburgo.