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Rogério Perez está de volta com as suas colunas, agora na internet

PEREZPara tantos leitores que nos perguntam pelo jornalista Rogério Perez, que escrevia ótimas colunas no jornal Hoje em Dia, uma boa notícia: ele está de volta, porém, agora na internet e estreou um blog da melhor qualidade.

O texto de hoje e o endereço são os seguintes: 

http://rogerioperez.wordpress.com/

Brasil está com a cara de Dunga

Rogério Perez

A Seleção Brasileira de 2010 tem a cara e estilo de Dunga e também de Jorginho, seu fiel escudeiro, que são unidos desde a Copa de 1994, nos Estados Unidos, Copa que o Brasil ganhou o  título mundial, nos pênaltis contra a Itália, comandado por Carlos Alberto Parreira, agora técnico dos Bafana Bafana.  A prova de fogo para a dupla Dunga/Jorginho será nesta terça-feira, dia 15, às 15h30, em  Joanesburgo, contra a Coréia do Norte.

O treinador gaúcho manteve seu estilo duro e não se importou com as críticas e reclamações dos jornalistas, comentaristas e demais integrantes das mídias brasileiras e internacionais em busca de mais informações sobre o time brasileiro. Neste domingo, pelo segundo dia seguido, os jogadores da Seleção Brasileira fizeram um treino de portões fechados. Torcedores e jornalistas não puderam assistir ao treinamento na escola Hoërskool Randburg, na região norte de Joanesburgo. Quando perguntado como foi o treino fechado, Ramires foi curto e grosso, dizendo que se foi fechado não era para contar. Faz sentido e mostra que Dunga conseguiu implantar seus métodos e todos estão afiados mesmo na hora do primeiro jogo do Brasil contra os coreanos.

Desde que chegou à África do Sul, no dia 27 de maio, Dunga e seus assessores só permitiram a entrada da imprensa e da torcida poucas vezes. Nesta segunda-feira, sob exigência da Fifa o chamado treino de reconhecimento  no local do jogo pode ser liberado para imagens e parte do treinamento. Mesmo o  outro treino determinado pela Fifa, em Soweto, foi visto por um público pequeno em comparação com a capacidade do estádio, já que o Brasil anunciou apenas algumas horas antes que abriria as portas ao torcedor africano e de todo mundo. A CBF não confirmou se o treino desta segunda-feira, o último do Brasil antes da estréia na Copa, será aberto aos jornalistas.

Na  entrevista coletiva deste domingo,  também prevista nos cadernos da Fifa,  Maicon e Ramires disseram que apoiam a decisão de Dunga. Os dois ficaram sabendo que o treino seria fechado à imprensa durante a conversa com os jornalistas.

“Isso é opção do treinador. Se o Dunga optou por fazer um treino fechado é porque ele quer achar um esquema para a equipe”, disse Ramires. Questionado sobre as atividades da seleção no treino de sábado, Ramires disse que não poderia revelar o que foi trabalhado. “O treino foi fechado. Se fosse para eu falar, acho que teria sido aberto”, disse o jogador. Maicon disse desconhecer o que levou Dunga a fechar os treinos, mas afirmou que, para os jogadores, a presença de torcedores e jornalistas nos treinos não faz diferença maior. Mas certamente ao fechar treinos e limitar contatos, Dunga cria um clima ruim para ele e seus comandados naturalmente.

Depois do jogo contra Zimbábue, há duas semanas, Dunga  disse que prefere treinos abertos à torcida, mas que a experiência da preparação para Copa passada – quando houve assédio exagerado aos jogadores – fez com que ele decidisse mudar a prática. Certamente ele tem razão por todos saberem o que aconteceu antes do Brasil de Parreira ir para a Alemanha e o time brasileiro acabou eliminado  pela França. Agora, com a cara e o estilo de Dunga, o Brasil vai tentar o hexa. Se derrotar todos adversários e for campeão, tudo vai ser relevado. Mas se não for bem, vai pagar caro por proibir a presença da torcida e, principalmente, dos jornalistas.


Falta um Duke!

A África do Sul tem ótimos jornais, mas nenhum deles tem um chargista como o Duke. Essa é a dele de hoje no Super Notícia, como sempre bom demais da conta!

DUKE


Um outro lado da África

* Assim como quase toda grande cidade do mundo, Johanesburgo tem um pedaço que uma minoria privilegiada pode frequentar: é Sandton, onde prevalece o Apartheid, porém, financeiro; aquele que nunca vai acabar em nenhum lugar do planeta. É o Distrito rico daqui, onde está o coração econômico da África do Sul, com os grandes bancos, os hotéis das maiores redes internacionais, as lojas de grife, bares e restaurantes chics.

 

Figurões

 

Em Sandton está a Mandela Square, uma mistura de praça com Shoppings, hotéis e ruas cercadas de toda segurança e atrativos. Estrelas do mundo artístico e esportivo podem ser vistas e abordadas sem muita dificuldade. Quase todo turista que vem a Johanesburgo dá uma passada por lá. Nesta época de Copa, vira o ponto de encontro de bacanas e curiosos.

 

Frustração

 

Um grupo de paulistas ficou empolgado por encontrar com o ex-craque francês, Michel Platini, atual presidente da Uefa, muito gentil, que topou tirar fotos com todos. Escolheram um deles para ser o fotógrafo, mas sujeito ficou tão emocionado que se complicou todo. Quando foram conferir as fotos, cadê!? Não apareceu nada.

* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no Super Notícia, nas bancas!


O veto ao Adilson no Internacional

Adilson Batista era uma opção viável, chegou a ser contatado, mas o Internacional preferiu Celso Roth. A qualidade do trabalho dos dois tinha a mesma importância na avaliação da diretoria, mas pesou a rejeição geral da torcida ao ex-técnico do Cruzeiro, considerado um ingrato pelos colorados. Como jogador, foi muito bem acolhido no clube, num momento difícil da vida dele, mas sempre demonstrou maior ligação com o Grêmio. A língua solta do Adilson o queimou no Inter, na final do Mundial Interclubes de 2006, quando ele deu entrevistas dizendo que estava torcendo para o Barcelona.

Essas informações me foram passadas ontem por dois dirigentes do clube gaúcho que estão em Johanesburgo: o vice-presidente Emídio Marques Ferreira e o secretário-geral Alexandre Mussoi Moreira. Eles estavam na mesma mesa do médico José Carlos Rogedo e a esposa Letícia, ambos cruzeirenses, de Belo Horizonte, em um restaurante da Mandela Square, no Distrito de Sandton, a região mais nobre de Johanesburgo, onde estão os hotéis das principais celebridades do mundo do futebol nesta Copa do Mundo.

INTERFoto: Eugênio Sávio


A convivência amigável de brasileiros e argentinos, atleticanos e cruzeirenses

Na Mandela Square presenciei a maior demonstração que já vi, de que torcedores arquirrivais podem conviver pacificamente, quando há educação entre eles: milhares de argentinos e brasileiros cantavam seus refrões tradicionais, juntos, cada um puxando para o seu lado, mas sem nenhum tipo de agressão. Mesmo com muito álcool embalando os dois lados.

Até ontem, víamos muito mais argentinos e mexicanos nas ruas de Johanesburgo, mas a brasileirada finalmente chegou. De todos os cantos do Brasil, com predominância de São Paulo.

 

Mais uma

 

Nesse mesmo ambiente da Mandela Square, tive outra prova de que arquirrivais podem conviver bem quando há racionalidade e respeito. Neste caso, envolvendo diretamente a nossa disputa doméstica: o atleticano Felipe Antonini foi sorteado para vir à Copa, pelo cartão Visa, com direito a acompanhante. Convidou o amigo cruzeirense Matheus Amoni, e eles estão aqui, cada um ostentando a camisa do seu time. Ambos de Belo Horizonte.CAMCRUFoto: Eugênio Sávio


Alemanha põe fim à monotonia dos primeiros jogos da Copa

A Alemanha foi a responsável pelo fim da monotonia nestes primeiros jogos da Copa, com o massacre para cima da Austrália, adversário que não é lá essas coisas, mas que foi colocado no seu devido lugar pelo mais forte, que soube se impor.

Normalmente a primeira fase de toda Copa é assim mesmo: cautela, correria, predominância de muitos empates, poucos gols e jogos frustrantes, como França e Uruguai, de quem se esperava uma grande partida. A primeira rodada só termina quarta feira, quando a Espanha, uma das favoritas entra em campo contra a Suiça. A expectativa geral é que o Brasil dê uma goleada terça-feira, na Coreia do Norte, mas pouco se conhece do adversário.


Jogo de interesses pode tirar Morumbi da Copa no Brasil

Continua o papo que o Morumbi ficará de fora da Copa de 2014. Entendo que a questão é meramente política, puro jogo de interesses. Cada figurão quer uma fatia maior do bolo e o futebol continua e continuará sendo usado para atender aos interesses financeiros e políticos dos que estão no poder. Por essas e outras que presidentes de federações, CBF e muitos clubes não querem sair das cadeiras que ocupam de jeito nenhum. No caso do Morumbi a questão é simples: o estádio é do São Paulo, cujo presidente é inimigo do Ricardo Teixeira, que além de dono da CBF, é dono do Comitê do Comitê Brasil’2014. O aliado dele no futebol paulista é Andrés Sanches, presidente do Corinthians, nomeado chefe por ele, chefe da deleção brasileira aqui na África do Sul. O Corinthians vive sonhando ter o seu estádio próprio e agora pode ter chegado a hora. Com o apoio do Ricardo Teixeira, que tem altos interesses nessa história, a cidade de São Paulo pode ganhar um novo palco para os jogos da Copa: o estádio do Corínthians, com o apoio, também, do governo federal. Um presente do presidente Lula, corintiano, no apagar das luzes do seu mandato. Ontem, aqui em Johanesburgo, o Ministro dos Esportes, Orlando Silva Jr., deu entrevista dando a entender que isso pode acontecer. Sem esquecer outro fato importante: o governo federal não tem o menor interesse em aliviar a barra da prefeitura de São Paulo e do governo estadual, que são da oposição.

Veja a reportagem sobre o assunto que saiu hoje no site do jornal O Lance!

“Morumbi será cortado até quarta-feira” Fifa não aceitará alteração em projeto e vai pedir novo estádio O presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Teixeira, vai anunciar até quarta-feira que o Morumbi não cumpriu os requisitos necessários para cumprir com as obras prometidas no quinto projeto enviado para a Fifa. Assim, como o Comitê Organizador não aceitará um sexto projeto com custo bem menor, o Morumbi será definitivamente vetado e o comitê paulista terá de optar entre apresentar um novo estádio com todas as garantias de viabilidade financeira ou ficar fora do Mundial. De acordo com informações extra-oficiais, o São Paulo enviou ao Comitê Organizador da Copa um outro projeto, com custo de R$ 150 milhões, para sediar jogos menores. Em razão de o Comitê entender que a etapa de discussão dos projetos já foi encerrada, ele nem será considerado. Assim, Ricardo Teixeira deve falar oficialmente sobre o assunto na terça ou na quarta. A data ainda não está definida, em razão do jogo da Seleção acontecer na terça. O procedimento a ser tomado é simples. O Comitê Organizador comunicará ao comitê paulista, em documento, que o estádio do Morumbi não apresentou viabilidade financeira para o projeto técnico aprovado pela Fifa, que previa obras no valor de R$ 630 milhões. Assim, os paulistas teriam que indicar imediatamente um novo estádio ou arcar com as ações. Neste sábado, em Soweto, o ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, mostrou-se muito pessimista em relação ao assunto. E afirmou que não acredita que o Morumbi consiga viabilizar sua situação. – Foi o comitê paulista que escolheu o Morumbi. Então, a Prefeitura e o Governo do Estado precisam viabilizar isso. O Tesouro Nacional não colocará um centavo em reforma ou construção de estádios. Pelo que conversamos, não tenho confiança de que o São Paulo vá cumprir os requisitos para conseguir um financiamento do BNDES.


O melhor jogo até agora

De todos os jogos que vi até agora, o melhor foi entre Inglaterra e Estados Unidos. Com apito do contestado gaúcho Carlos Eugênio Simon, que não aprontou nenhuma lambança. Uma correria danada, aliada a bom futebol. Com direito ao primeiro peru da Copa, do goleiro inglês Green, no empate norte-americano. 

Lembrança

 Vai ser difícil para outro goleiro superar o frango do inglês Green. Na hora fiquei na dúvida em quem compará-lo: Marcelo, Aranha ou Carini? Todos do Galo, todos capazes de igual façanha!


Mineirão hoje é melhor que o Ellis Park

* Fui ver Argentina 1 x 0 Nigéria, no Ellis Park, o mesmo estádio da abertura e final da Copa das Confederações ano passado, onde o Brasil foi campeão. Famoso pelos jogos de rugby, construído em 1928, foi palco da final do Mundial da modalidade em 1995, quando a África do Sul foi campeã. A história está no filme “Invictus”, de Clint Eastwood.

Reformado para a Copa, tem agora capacidade para 61 mil pagantes.

É o melhor exemplo do exagero nos gastos exigidos pela Fifa. Não que a sua reforma tenha custado milhões, muito pelo contrário. O governo sul-africano não cumpriu todas as exigências da entidade maior do futebol e ficou por isso mesmo. Simplesmente porque não havia necessidade. Assim como não haveria necessidade de tanto gasto em nossos estádio para a Copa de 2014 no Brasil.

Digo, com 100% de certeza, que hoje, o Mineirão, por exemplo, é melhor que o Ellis Park para receber um jogo, como o da estreia de Argentina e Nigéria ontem. Bastaria um “banho de loja”, como os que foram dados nas eliminatórias das Copas de 2006 e 2010, quando recebemos Brasil e Argentina.

O Ellis Park não tem estacionamento, o transporte coletivo para se chegar a ele é precaríssimo, quase inexistente e está localizado quase no centro de Johanesburgo, vizinho de uma das regiões mais violentas e perigosas da cidade, Hillbrow.

As fortunas que estão previstas para ser gastas em estádios para 2014, deveriam ser destinadas para o legado que verdadeiramente interessa às populações das cidades sedes, com um sistema público de transporte decente, por exemplo.

Mas, defender obras mais baratas no Brasil é virar chacota para os políticos!

* Esta e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no O Tempo, nas bancas!


Poderia ter sido menos complicado

Na Tribuna de imprensa do Ellis Park, assisti o jogo ao lado do Tostão, que no intervalo disse: “a Argentina começou muito bem e poderia ter matado logo o assunto no início; agora vai passar aperto!”. E não deu outra. Depois de um começo arrasador, passou a errar passes, perder boas chances de gol e abrir espaços para a Nigéria.

Havia grande expectativa que os argentinos dessem a primeira goleada da Copa, mas Messi e cia. ficaram devendo.