Inocência absoluta de quem pensou que o técnico Adilson Batista pudesse ser demitido depois da eliminação do Cruzeiro pelo Ipatinga, domingo. A saída do Zezé Perrela do Mineirão, antes do fim do jogo não teve nada a ver com a derrota de 3 x 1, e sim com assuntos restritos à vida do presidente cruzeirense.
A ligação pessoal entre os dois vem dos tempos em que o Adilson era zagueiro do Cruzeiro, e só uma sequência de perdas catastróficas faria o Zezé optar pela demissão do amigo.
Ontem torcedores foram para a portaria da Toca Raposa protestar contra a eliminação, gritando refrões contra o treinador e contra a postura da diretoria, de não contratar grandes jogadores, apesar da alegada ótima situação financeira.
São os efeitos do Campeonato Mineiro que não vale muito para o grande que ganha, mas gera onda e crise ao que perde.
Por essas e outras os clubes deveriam assumir a competição e colocar a Federação Mineira de Futebol na posição regimental dela: coordenadora da disputa, atendendo aos interesses da maioria do Conselho Arbitral. Mas isso não acontece há muitos anos e não vai mudar. Daqui alguns dias acaba o Campeonato, o foco dos três maiores se volta para o Brasileiro e todos só voltam a falar em Mineiro em 2011.
Números
Os atleticanos ficarão surpresos com a apresentação das contas do primeiro ano do exercício do Alexandre Kalil na presidência. Primeiro os conselheiros, depois a torcida: R$ 3,6 milhões de saldo positivo em 2009, mesmo sem patrocínio na camisa e investimentos em torno de R$ 5 milhões na estrutura da Cidade do Galo. Mas com o passivo, o déficit é de R$ 22 milhões.
Controle
Com a sua forma explosiva de se expressar, Kalil disse em uma entrevista coletiva nos seus primeiros meses como presidente: “Em clube grande como o Atlético, sobra dinheiro, se ninguém roubar e não deixar roubar!”.
Além de renegociar dívidas, desde que assumiu, qualquer pagamento feito pelo clube, do menor ao maior valor, só é feito depois do visto do presidente.
Novos
O América anuncia a aquisição de cinco jogadores, para a defesa, meio e ataque para a disputa da Série B do Brasileiro, que começa em maio. Jogadores pouco conhecidos do grande público, porém com uma vantagem: o mais velho tem 25 anos de idade, mostrando que diretoria e comissão técnica abriram os olhos para a média de idade do time.
Desvio de foco
Com os erros das arbitragens na reta final do Campeonato Mineiro, o América aproveitou para desviar o foco quanto a fragilidade do time que entrou em campo até agora, na temporada 2010. É importante que ninguém se esqueça que as atuações anteriores aos últimos jogos foram da pior qualidade, tanto com o Mauro Fernandes como com o antecessor no comando, Marco Aurélio.
* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no Jornal O Tempo, nas bancas!