O leitor Heli Lima, de Pedro Leopoldo, enviou e-mail com o pedido “Comente, por favor”, cuja íntegra é a seguinte:
“Bom dia Chico.
São filhos de terras vizinhas, torcemos pelo Atlético Mineiro.
Por favor, mande resposta e comente em sua coluna este texto anexo:
São 2 e 40 da manha desta terça feira e não consegui dormir depois do jogo contra o Sport.
Tenha piedade de nós Celso Roth!
Escutei de alguns comentaristas toda semana que passou que este esquema montado no Atlético com 03 zagueiros e o Tchô como segundo volante não funcionaria.
Só o Roth acreditou (?). A teimosia e a cegueira de sempre acreditou.
Tem peças não jogando e fazendo corpo mole tudo por causa da janela de transferência.
Jogador que não vai embora e não põe Euros no bolso não joga mais.
Opinião minha, mas no fundo tem fundamento. Tardelli e Eder Luis perderam a vontade de jogar. Tardelli deve respeitar o Atlético que o ressuscitou.
Então existem jogadores no Atlético que não adianta mais insistir. Como o Edson; Tchô, Alex Bruno e outros deveriam ter seus contratos rescindidos. Cuidado Kallil, o Roth é isto ai mesmo. Retranqueiro e não sabe amar uma equipe quando a situação fica pesada.
O bicho ta pegando entre os jogadores e a comissão técnica. Uma seqüência de jogos difíceis vem por ai: Inter, Santo André, Náutico e Atlético Paranaense. O titulo ainda não está longe, mas a zona de rebaixamento também não.
Em tempo: Evandro é outro que não deveria ter vindo e merece também o caminho do Edson.
Outro fator importante: Roth é como a Argentina: Tem medo do verdadeiro futebol brasileiro: na sul americana o Atlético teve volantes dos juniores jogando e não comprometaram; porque improvisar o Tchô.
Rafael Jataí e Paulinho enfrentaram o Goiás. Alan e Diney também estão inscritos na competição.
O meu comentário para o Heli foi o seguinte:
Primeiro, achei estranho, ele, mineiro e atleticano, chamar o Galo de “Atlético Mineiro”. Vamos lá:
“Heli,
Como diz o mestre Rogério Perez: “menos gente, menos!”.
Não tem nada a ver. Esse desespero é ridículo. Duvidar do caráter das pessoas é uma coisa abominável, e é o caso de quem diz que há jogadores fazendo corpo mole. Celso Roth é ótimo treinador. Montou um time com jogadores razoáveis, que está passando por mau momento em função de contusões e falhas individuais, próprias de jogadores razoáveis.
Quem lê minhas colunas há de se lembrar quando escrevi que o perigo era a torcida achar que tinha o melhor time do mundo. Não deu outra.
É preciso paciência, persistência e memória: um clube quase falido um ano atrás, com três meses de salários de jogadores e funcionários atrasados, brigando todo ano para não ser rebaixado. De repente, monta um time ao menos competitivo, porém com a conta do chá, calculando e fazendo contas de cada real que entra e cada real que sai dos cofres, para não voltar á beira do buraco.
Como o atleticano andou sofrendo demais, está entrando em parafuso porque pensou que tivesse novamente diante de si o Galo dos anos 1980. Isso pode até acontecer um dia, porém, ainda não chegou a hora. É uma reconstrução, racional, sem milagres. Porque quem acredita em milagres, fica aí “adorando o bezerro de ouro” (como diria o Leonel Brizola), vendo fantasmas e esperando mágica.
Lamento desapontá-lo com o comentário, mas não faço demagogia e manifesto o que vejo e penso, baseado no que conheço de futebol.
Há versões para determinados fatos e situações que enchem o saco: desde 1998 circula na internet um texto ridículo, escrito por algum idiota, que certamente usa pseudônimo, sob o título: “DIVULGADO O ESCÂNDALO QUE TODO MUNDO SUSPEITAVA – Fato comprovado: O Brasil VENDEU a copa do mundo para a Fifa.”
Ora, ora, o Brasil perdeu para a França porque mereceu. E o mais incrível é que até pessoas de bom nível intelectual costumam acreditar nessa porcaria e ainda repassam um troço desses. Ontem mesmo recebi duas vezes. De um jornalista de Belo Horizonte e de um leitor antigo, que sempre envia suas opiniões, sensatas, aliás, lá de Diamantina. Mas nessa, eles pegaram pesado e nem vou dizer os nomes deles porque os respeito muito e não vou expô-los a esse vexame.
Abraço e escreva sempre.
Chico Maia
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