O barulho dos foguetes era enorme, a reza mal acabava de terminar nos primeiros minutos de 2012 e o jovem atleticano, genro do Barbosa e Elza Maria, que eu não conhecia; com educação, apressou-se a me abordar e fazer a pergunta que mais tenho ouvido desde o dia 4 de dezembro: “foi comprado mesmo?”.
Claro que me irrito com este tipo de situação, ainda mais na residência da D. Maroca e do saudosíssimo Dr. Juvêncio Guimarães, em Conceição do Mato Dentro, no ritual de réveillon que repito há mais de 30 anos.
Mas assim é o futebol; a minha profissão, e tenho que ser cordial, especialmente com as pessoas que me prestigiam com a sua audiência e leitura. Pedi paciência ao namorado da Maria Virgínia, com a promessa de que mais tarde falaríamos a respeito daqueles 6 x 1.
Todo jornalista mineiro ligado aos esportes tem passado pela mesma situação, independentemente da preferência clubística.
Por essas e outras é que aplaudo aos torcedores do Atlético que estão cobrando dos jogadores e comissão técnica, desde a volta deles das férias, no dia 9.
Porque eles viajaram ou se desligaram do futebol naquela mesma noite após o vexame que estragou o fim de ano de milhões de alvinegros e espalhou suspeitas sobre atletas, demais profissionais do clube e dirigentes.
Dúvidas
Até nós, da imprensa, somos questionados. Por conhecer Alexandre Kalil, desde os tempos em que ele era “apenas” filho do grande presidente Elias, tenho certeza que não houve nenhum tipo de armação e que ele foi vítima como todos os atleticanos. Assim como o pai, o atual comandante alvinegro, tinha como primeiras paixões, intocáveis: a família e o Atlético.
Paixão
Elias Kalil tinha fervor pela torcida, pelo povo humilde que tem como poucas alegrias e lazer o “Galo”. Se culpava pelas derrotas atleticanas em decisões, e dizia que “aquela gente sofrida da geral e arquibancadas” estava sofrendo mais ainda porque o time tinha sido derrotado.
Os valores pessoais e esportivos de Elias Kalil são seguidos milimetricamente por Alexandre, e quem os conhece minimamente sabe disso.
Sonho
O grande sonho do atual presidente atleticano é entrar para a história como o segundo melhor presidente da história do Galo. Por isso declarou que seria candidato à reeleição quando o time se arrastava na zona do rebaixamento ano passado. Não conseguiu ainda chegar nem perto do título brasileiro e vai continuar tentando nas próximas três temporadas.
Chance
Um atleticano desses perderia a oportunidade de rebaixar o Cruzeiro? Nenhum dinheiro do mundo, nenhum tipo de acordo levaria Alexandre Kalil a uma sandice dessas.
Entrei neste assunto hoje, mais uma vez, porque isso está entalado na garganta e nas rodas de conversa sobre futebol, em Minas e no Paraná, onde os atleticanos de lá, “têm certeza” que houve uma “armação mineira”.
* Essas e outras notas estarão em minhas colunas nos jornais O Tempo e Super Notícia, amanhã, nas bancas!
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