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A interessantíssima história de Paulo Baier, o "Paulo César" dos tempos de Atlético e América

Muito boa reportagem do O Globo ontem com o Paulo Baier, que em seus tempos de Atlético e América era “Paulo César”.

Ele conta fatos importantes da carreira e alguns dos motivos dessa força toda e muitos gols, aos 39 anos de idade.

Começou jogando no time da cidade dele, Ijuí/RS e já renovou contrato com o Atlético-PR para a temporada 2014.

Confira:

  • São Luiz (RS): 1995-1997
  • Criciúma (SC): 1997-1998
  • Atlético (MG): 1998
  • Vasco (RJ): 1999
  • Botafogo (RJ): 1999
  • América (MG): 2000
  • Atlético (MG): 2001
  • Pelotas (RS): 2002
  • Criciúma (SC): 2002-2003
  • Goiás (GO): 2004-2005
  • Palmeiras (SP): 2006-2007
  • Goiás (GO): 2007-2008
  • Sport (PE): 2009
  • Atlético (PR): 2009-2012

PCB

  • * “De César a Baier, uma carreira reinventada depois dos 30”
  • Como o correto lateral virou meia artilheiro“De César a Baier, uma carreira reinventada depois dos 30”
  • Paulo Baier foi capaz de resistir ao tempo e brilhar em alto nível

Pouca gente lembra, mas Paulo Baier jogou no futebol carioca por Vasco e Botafogo no começo de carreira. Pergunte a ele por que não teve o mesmo sucesso atual. Ou, ainda, por que seu futebol cresceu, de fato, quase aos 30 anos de idade. A primeira reação surpreenderá:

— Naquela época, meu nome ainda era Paulo César.

O homem que virou símbolo do surpreendente Atlético-PR, rival do Flamengo na final da Copa do Brasil, divide sua vida em duas partes. Antes e depois de ter mudado de posição, mudado de estilo de jogo, mudado de nome. A transformação incluiu conselhos de treinadores, lições do ídolo Zico e até uma consulta à numerologia. O lateral-direito Paulo César virou o meia-artilheiro Paulo Baier que, na última quarta-feira, chegou a 100 gols na história do Campeonato Brasileiro por pontos corridos. Um recorde.

Se alguém dissesse a Paulo César que Paulo Baier viraria artilheiro, ele não acreditaria. Nem que mudaria de nome. Muito menos que pelo Atlético-PR, o 11º clube da carreira, seria um dos destaques do futebol brasileiro.

— Quando eu cheguei ao Criciúma (aos 28 anos) já tinha um Paulo César lá. Começaram a me chamar de Paulo César Baier, que é o meu nome completo. Mas ficou muito longo. Surgiu o Paulo Baier. Gostei, pareceu mais forte. Já no Palmeiras (em 2006, aos 32 anos) fizeram um estudo, teve numerologia. E o resultado foi que o nome era melhor para mim. Então eu disse: “tá ótimo”. E Paulo Baier só tem um — diz.

Um ídolo: Zico

Na época, ele vivia uma transformação. Ainda era, oficialmente, um lateral-direito. Mas seu potencial ofensivo o transformara num polivalente. Após 43 gols pelo Criciúma, fez mais 22 no Goiás, entre 2004 e 2005. Tornou-se um jogador visto em todas as posições do meio-campo e do ataque. No Palmeiras, em 2006, aos 32 anos, foi escalado por Emerson Leão como segundo volante. De volta ao Goiás, Bonamigo o fez optar. Jamais voltaria à lateral. Além deles, destaca Geninho, Tite e Mancini como incentivadores. E diz que tirou exemplos do ídolo de infância.

— Mesmo no interior do Rio Grande do Sul, meu ídolo era o Zico. Tirei muitas lições dele. Ele batia falta como ninguém, característica que eu tenho. Sem falar no caráter, na liderança — diz Paulo Baier, que pensa em passar as lições adiante e não descarta virar treinador. — No início da carreira, meu empresário só fazia contratos curtos. Isso me prejudicou demais, eu mudava muito de time. Depois tudo mudou. Não procuro pensar muito no futuro, mas de repente posso ficar no Atlético-PR após parar, ajudando a meninada, orientando.

Ao responder como imagina que será lembrado após a carreira, novamente divide sua trajetória em duas partes.

— Vão ter que falar, primeiro, do lateral Paulo César, que iniciou tudo. Depois, do Paulo Baier, um meia fazedor de gol. O fundamental é que sou um trabalhador, um cara que preza a amizade – afirma. – Pior que é verdade, nunca acreditaria que eu estaria entre os artilheiros num país que teve Zico, Roberto, Reinaldo. Saí de Ijuí, vivi dificuldades, nunca imaginei que isso tudo aconteceria. Acho que é um prêmio pelo trabalho, por amar o futebol.

Na periferia de Ijuí, no interior do Rio Grande do Sul, o menino gremista conheceu de perto as dificuldades da vida. Os pais davam duro em plantações de soja para evitar que a infância humilde fosse marcada por necessidades. O exemplo ajudou a formar o caráter, a resistência ao tempo e às dificuldades. Características que, somadas ao amor ao futebol a que Paulo Baier se refere, explicam por que ele tenha chegado em alto nível aos 39 anos de idade.

— A vida é isso: você aprende a lutar contra os obstáculos. Se você for ver, 96% dos jogadores vêm de família humilde. Eu dou valor a cada dia, a tudo que o futebol me dá. Tenho motivação para jogar, treinar, ficar concentrado. Vou terminar a carreira com 40 anos, jogando bem, fazendo gol, dando assistência. Acho uma marca legal. Acho que eu, Juninho Pernambucano e Alex estamos abrindo portas, dando exemplo. Está acabando o preconceito — acredita.

Duas fases no Atlético-PR

Seja ou não por preconceito, o caso é que o Atlético-PR, onde Paulo Baier é ídolo da torcida, chegou a decretar o fim da carreira dele. Ou, ao menos, da passagem pelo clube. Diante dos apelos da torcida e do próprio jogador, reviu a posição e decidiu renovar o contrato para mais uma temporada. O meia jogará a Libertadores de 2014. Mas já poderia ter-se aposentado. O peculiar planejamento do Atlético-PR para 2013 incluiu uma pré-temporada que durou quase todo o primeiro semestre. O time titular não entrou em campo no Estadual. Quando começou o Brasileiro, o técnico Ricardo Drubscky decidiu que Baier seria reserva. Ele não jogou as seis primeiras rodadas. Com o time cambaleante, Drubscky foi demitido.

— Eu poderia ter decidido me aposentar no fim do ano se aquela situação permanecesse — afirma.

Com Vágner Mancini de treinador , Paulo Baier virou uma espécie de fenômeno, uma exceção à regra feita de lesões dos veteranos do Campeonato Brasileiro. Ajudou a predisposição de Paulo Baier a trocar treinos por musculação, a vida regrada e o pequeno número de jogos no ano.

— Estou jogando até hoje por me cuidar, por ter uma capacidade aeróbica boa. Tenho uma boa leitura do campo, consigo ver bem o jogo. Isso me dá vantagem. Ajuda a não me desgastar tanto. Tenho que estar bem fisicamente. Hoje, como meia, você só enfrenta volantes fortes. Se não estiver bem, nem toca na bola. Saio da marcação na experiência — afirma o meia.

Baier se reinventou na carreira, se reinventou na temporada. O mesmo fez o Atlético-PR. Para a própria diretoria, o time não pretendia mais do que se manter na Série A, já que boa parte dos recursos do clube foram direcionados para a reforma da Arena da Baixada, que será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Hoje, o time é o vice-líder do Brasileiro e está na final da Copa do Brasil com o Flamengo, que começa a ser disputada quarta-feira em Curitiba.

— Se dissesse que a gente imaginava isso seria mentira. A gente tem que ser realista e honesto. Quando o Mancini chegou, a gente estava em penúltimo lugar. Tem horas que o jogador compra a ideia do técnico. É uma ciosa que às vazes dá certo, às vezes não. Hoje, estamos na final e não adianta falar que tinha time melhor do que Atlético-PR e Flamengo. Eliminamos Palmeiras, Internacional e Grêmio — argumenta.

Encontrar o Flamengo não intimida quem já viveu tantas coisas no futebol.

— Vão ser dois jogos iguais. São 50% para cada lado. Este Atlético-PR é um time motivado, em que todo mundo tem disposição, vontade. Eu e Luiz Alberto somos os únicos experientes, mas é uma garotada de cabeça boa, com muita vontade de vencer na vida — elogia Paulo Baier.
* http://oglobo.globo.com/esportes/campeonato-brasileiro-2013/de-cesar-baier-uma-carreira-reinventada-depois-dos-30-10797620#ixzz2kzTc9DxF


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Comentários:
4
  • romulo gloria disse:

    Vc sabe me dizer quantos gols de falta ele fez

  • gostei muito dessa historia promissora de paulo bayer parabens que Deus continue te guardando em paz

  • carlos santana disse:

    Grande exemplo de mudança, tomara que seja campeão.

  • Stefano Venuto Barbosa disse:

    Se prevalecer as história de decisões que envolvem o Flamengo a juizada vai segurar o jogo de ida, com faltinhas no meio, parando o jogo toda hora e deixar a decisão pegar fogo no Maracanã onde a torcida empurra.
    Eu tenho um opinião sincera sobre esse jogadores que prolongam a carreira no Brasil, isso só acontece por conta do baixo nível técnico do nosso futebol atual, dificilmente na Europa eles estariam jogando depois dos 35 anos. O Alex 10 nem aqui deu conta, por isso montou o tal movimento do “bom senso”, quando na verdade já está na hora de ir pra praia pra família, fazer um churrasquinho e só jogar a tradicional peladinha de final de semana.