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O que penso do crime organizado da bola, e um dia triste para o futebol com a morte do Eusébio

Este domingo entra para a história como um dia triste para o futebol mundial pela morte do Eusébio, moçambicano de nascimento, no tempo em que o país era colônia portuguesa.

Aos 71 anos, depois de enfrentar problemas cardíacos deste 2007.

EUSEBIO

Os maiores jogadores da história estão rendendo homenagens a ele, assim como a Fifa, clubes, outras instituições, e óbvio o Benfica, o clube pelo qual ficou conhecido e com quem foi campeão europeu, sobre o Real Madri em 1962.

Detonou o Brasil na Copa de 1966 na Inglaterra, nas quartas de final, e na semifinal garantiu definitivamente o seu lugar na história ao virar o jogo contra a Coréia do Sul que vencia por 3 a 0. Marcou os quatro gols da reação e Portugal venceu por 5 a 3.

EUSEBIO1

Comparado a Pelé, Puskas, Di Stéfano e tantos outros gênios da bola.

A nossa homenagem!

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* Crime organizado da bola

Um dos argumentos usados pelo presidente do Cruzeiro para justificar a declaração de guerra contra os marginais chamados “torcedores organizados” foi: “…tomei conhecimento que do outro lado este tipo de elemento não apronta mais depois que alguns que mataram um cruzeirense foram condenados e estão na cadeia…”, disse o Dr. Gilvan de Pinho Tavares.

Mas ele, eu, você e qualquer brasileiro sabemos disso há décadas. Mais: razão de ser da baderna e vandalismo no futebol é em função da impunidade e pior: a cumplicidade e omissão dos próprios dirigentes dos clubes, jogadores mais famosos e boa parte da imprensa.

O Dr. Gilvan e nós também sabemos que os “do outro lado” que estão presos mataram um rival de gang que usava a marca do Cruzeiro, que também não pode ser classificado como um “torcedor”.

Torcedor é o cidadão que gosta de um time, se alegra e sofre por ele; que vai ao estádio ou não; que eventualmente comete seus excessos verbais e até físicos, mas é gente normal, que assume e paga pelos próprios erros.

As gangs infiltradas no futebol são milícias que faturam alto com o comércio usando as marcas dos clubes.

Milícias

Vendem material esportivo e souvenir próprios, aliciam jovens para as suas “tropas”, marcam brigas através das redes sociais.

A maioria conta ou contava com apoio financeiro, logístico, político e midiático de gente que tem algum interesse na ação bandida deles.

Assim como as máfias italiana e irlandesa cresceram nos Estados Unidos no início do Século XX cobrando “taxa de proteção” de empresários e comerciantes.

Cumplicidade

Essas “organizadas” contam ou contavam com ingressos, dinheiro e defesa de cartolas em troca de aplausos nas arquibancadas e votos nas urnas, quando estes se metem em política partidária.

Jogador contratado, de nome, já desembarca em Confins usando um boné ou camisa dessas “organizações”.

Mas, claro, não sem antes informar, pedir e ser a autorizado pela diretoria do clube, que paga o salário dele.

Força Gilvan!

Palmas e todo apoio ao presidente do Cruzeiro que está tendo coragem de meter o dedo nessa ferida, rompendo com a hipocrisia nacional, iniciando verdadeiramente uma luta contra o crime organizado que se instalou no futebol brasileiro.

Precisa contar com o apoio de todas as pessoas de bem, independentemente de clube ou atividade profissional.

Quem ganha é a cidadania!

Tentáculos

Na imprensa, a mesma coisa já que jornalistas e radialistas também viram políticos e muitos fazem o mesmo jogo dos cartolas. Ou então por puro medo dessa turma ou algum patrocínio dessas poderosas “organizações”.

Eleitos, assim como os cartolas, passam a ter influência não só no Legislativo, mas no Executivo e Judiciário. E aí estão os ingredientes desse mundo perigoso em todo o país, “em nome do futebol”.

* Parte da minha coluna no jornal O Tempo desta segunda-feira


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Comentários:
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  • Li os textos do J.B.CRUZ e este testamento muito bom e coerente que o ADOLFO escreveu e concordo com ambos principalmente quando citam que durante vários anos a mídia esportiva,foi no minimo coniventes com as torcidas organizadas.
    Vou citar só um fato ocorrido em MINAS GERAIS,durante um jogo em BH ,uma senhora encarregada de organizar a entrada e a saída de mascotes dentro de campo com os jogadores(Pasmem os senhores,responsável pela conduta e disciplina da crianças na faixa etária de 5 a 10 anos) após permanecer(não se sabe autorizada por quem) na área reservada a imprensa e demais pessoas credenciadas,no termino do jogo ENTROU DENTRO DO GRAMADO e deu uma pancada com uma sombrinha na cabeça do arbitro,parte da diretoria do clube e da imprensa quase tiveram um ORGASMO COLETIVO de satisfação,só faltaram premiá-la com um TROFÉU GUARÁ daquele ano como personalidade esportiva e dai para frente tornou se organizadora de caravanas de torcedores de seu time por este BRASIL afora com direito a “JABAS” nós programas esportivos, é mentira TERTA………………………

  • adolfo disse:

    Peço desculpas antecipadas, mas o texto se alongará. Logo após a briga ocorrida no independência, o presidente do Cruzeiro e seu diretor de futebol, diziam que estudavam um atitude contra os torcedores identificados na confusão. Eu comentei, no post imediato ao clássico, que Dr. Gilvan, se levasse a cabo a promessa, daria um grande exemplo no tratamento desses “organizados”. Lembrei que os dirigentes do Corinthians haviam trabalhado no sentido inverso, dando apoio ao suspeitos da morte do garoto Kevin e que alguns desses participaram da briga em brasília, contra a torcida do Vasco. Contudo, assustei-me, e resignei-me, quando dias após a confusão no independência, e quando se aproximava o julgamento dos clubes (sim, dos clubes mesmo: CAM e CEC) pelo ocorrido, ouvi ambos dizerem na “rádio de minas” que não se tratava de “torcedores do Cruzeiro, mas de marginais infiltrados”. Sem entrar no mérito, por enquanto, a respeito de serem torcedores ou não, ficou claro que se tratava de uma jogada jurídica para que o clube demonstrasse que não poderia ser punido por um bando que brigava entre si, se esses não seriam torcedores e sim, arruaceiros, bandidos. Quanto ao artifício de se descaracterizar a culpa, se é que ela existe, do clube, creio que não há dúvidas. Porém, essa dúvida me recorre nesse momento. Se Dr. Gilvan seguir até o fim contra essas torcidas organizadas que, nesse momento, mais atrapalha que servem ao clube, fará um enorme bem ao próprio clube e sua torcida e, além de receber justa exaltação, apontará uma nova postura na relação torcida organizada x dirigentes de clube. Será um marco. Mas, e se não seguir? O que poderá impedir que consiga: a própria organizada? Lembro-me de que a galoucura andava ameaçando jogadores do Galo em certo momento ( o caso do Marcinho foi o mais divulgado) e a Diretoria alvinegra, a época, ameaçou retaliar. Nada fez. Ziza Valadares, quando se tornou presidente do clube, freqüentemente ameaçava a TOG de cobrar royalties pelo símbolo do CAM na camisa da torcida, sempre que essa se manifestasse contra o clube. Contudo, não apenas não fez nada , como deixou claro o cargo alegando que seu filho teria sido ameaçado pelas “organizadas”. Quero acreditar que Dr. Gilvan tenha as melhores intenções ao anunciar as medidas contra os brigões, pelo exemplo que esta postura representará, conforme opinado acima. Contudo, como deixar de temer que essa “punição” não seja apenas momentânea, as vésperas do julgamento do clube no STJD pelos fatos ocorridos no jogo contra o Bahia? Vale a pena relembrar que ambos, CAM e CEC, começarão o brasileiro de 2014 cumprindo punição aplicada em decorrência do último clássico, vencidos que foram na apelação da promotoria quanto ao primeiro julgamento ( 1 jogo para o CEC, além da multa, e apenas multa para o CAM). Vale ressaltar também que CAP e VGFR tiveram punição pesada devido ao último jogo de 2013. É de se considerar que devidos as imagens que correram o Brasil após o cancelamento da festa no jogo contra o Bahia, a sério risco de que o clube receba punição severa. E que após esse evento, novamente, presidente e diretor alegavam que não se tratava de torcedor, mas de bandidos. Então, mudaram o conceito quanto aos torcedores organizados? Deixaram de ser simples baderneiros e passaram ser visto como torcedores problemas? Todos nos sabemos que são essas torcidas que aparecem em confins para receber jogadores. Então, serão tratadas como torcida problema? Repito, mesmo sendo Atleticano, torço para que essa promessa (sim, é apenas uma promessa, por enquanto, pois o único fato que ocorreu até o momento foi ao impedimento da entrada, em missa realizada pelo aniversário do clube, dos torcedores uniformizados com as camisas das torcidas. E que, de acordo com o noticiado, seus presidentes entraram no salão após trocarem as vestimentas, para tentar sem sucesso, acordo com Dr. Gilvan) seja cumprida, e que todas as demais diretorias de clubes sigam o caminho a revejam, se não for possível acabar, as posturas adotadas com as organizadas. Mas por enquanto, aguardarei o desmembramento dos fatos, querendo acreditar que não se trata de outro artifício antes do julgamento.
    Como esta é minha primeira mensagem de 2014, não poderia deixar de desejar a todos (seobretudo os que leram até aqui, rsrsrs) um ano repleto de realizações!!

  • luiz ibirite disse:

    parabens ao dr. gilvan e que mais pessoas tambem comprem esta “briga” do mandatario celeste.

  • luiz ibirite disse:

    na verdade este trabalho do dr. gilvan ja vem desde o ano passado quando ele proprio peitou alguns “torcedores” da mafia azul que foram a imprensa dizer que se o marcelo o. viesse eles iriam botar para quebrar. vejo que ele esta mantendo firme sua palavra e pelo que parece não aceitará nenhum acordo.

  • Vinicius Campos disse:

    Parabéns ao Gilvan por bater de frente contra esta cambada. Que outros sigam seu exemplo e que ele tenha o apoio de quem deve ter: dirigentes, MP, polícia e o bando da política.

    Saudações Atleticanas.

  • Rodrigo Galodoido disse:

    Certa vez, no ano de 2003, o então diretor de futebol e presidente do conselho do Galo, Alexandre Kalil resolveu brigar pela Copa Sul Minas, formação de uma Liga e bateu de frente na CBF, chamando o Ricardo Teixeira e o lendário Caixa d`Água de bandidos e as instituições comandadas por eles de quadrilhas. Não falou mentira e não teve apoio dos demais dirigentes, inclusive do Perrela, cujo clube também perdeu com o fim da Sul Minas.

    Espero que o presidente Gilvan não tenha o mesmo tratamento que o Kalil teve dos seus “colegas”. Mas, acho quase impossível que as máfias organizadas de estádios de futebol vão aceitar. E, como vc escreveu, Chico Maia, alguns dirigentes precisam desses marginais para se manterem no poder e enriquecerem, junto com os dirigentes dessas máfias, que têm poder de sindicato.

    Além do apoio dos demais “colegas”, Gilvan precisará de apoio do MP, polícias e nobres deputados e senadores, além da presidenta que quer votos a qualquer preço em 2014. Vai que é sua Gilvan!!! Se der certo, será lembrado eternamente pela contribuição ao futebol e à sociedade. Será o maior feito de um dirigente pelo futebol, por todos os clubes e todas as torcidas. Parabéns pela iniciativa e coragem.
    Saudações atleticanas.

  • Cassiano Alves disse:

    Quanto mais apoiadores,melhor.Espero que outros cartolas também se posicionem desta forma.Será um bom começo.

  • Eduardo -BH disse:

    Parabens mesmo ao gilvan. Concordo com vc Chico.
    Mas é importante lembrar na sua coluna e blog que os acontecimentos recentes, nos jogos do cruzeiro, nao podem passar sem puniçao. Senao nao terá tanto retorno o discurso e posicionamento da diretoria azul.
    Cadeia já para os bandidos que acabaram com a festa no ultimos jogos!!!!!
    E tbem ao clube como manda a lei . Fim da impunidade!!!!

  • thales rosa disse:

    Novamente fugindo do assunto, lendo uma reportagem no superesportes sobre Ernesto Farias, vejo como o Zeze fez negocios porcos a frente do Cruzeiro, ele contratou o cara em julho de 2010 e fez contrato de 4 anos, ate julho de 2014. O cara ganha 200 mil, significa que custou ao Cruzeiro pelo menos 9,6 milhoes nesse tempo e fez apenas 35 partidas e marcou 8 gols. O jogador se recusa a fazer um acordo para deixar o Cruzeiro e diz que prefere receber o salario e nao jogar. Era hora de obrigar ele a treinar 12 horas por dia e mandar que tecnico convoque ele para todo jogo para que viaje duas vezes por semana pelo menos, colocar ele no TIME B, no time junior, em qualquer jogo de pelada com o nome do Cruzeiro para que o cara nao fique atoa…

    9,6 milhoes de reais jogados fora pelo ZZ perrella… so uma de suas burradas, fora as outras como vendas de jogadores via Uruguai que vao aparecendo por ai.. segue o link da reportagem..

    http://www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/cruzeiro/2014/01/05/noticia_cruzeiro,272912/fora-dos-planos-ernesto-farias-prefere-salario-de-r-200-mil-a-deixar-o-cruzeiro.shtml

  • thales rosa disse:

    Fora do assunto, eu gostaria de saber o que pensa o presidente-ditador do Ateltico-PR. O cara simplesmente dispensou o jogador que foi responsavel pela bela campanha do time no ano, Paulo Bayer, que foi escolhido para a seleção do campeonato. Dispensou o tecnico que pegou o time em penultimo nao 12° rodada e levou o time ao terceiro lugar e a uma final de copa do Brasil.
    Perdeu bisonhamente o Meia Everton (um dos melhores do time) para o Flamengo, o ateltico-pr tinha direito de compra sobre esse jogador que estava emprestado pela america do mexico. Pois o atletico-pr ficou negociando o Flamengo foi la e pagou o que os mexicanos queriam e levou o jogador…

    Os dirigentes do Atletico-pr tem o rei na barriga como muitos na cidade (do time) mas vão se dar mal, ja no final de janeiro tem a primeira fase (eliminatoria) da libertadores, aposto que nao passam dai. Nao tem tecnico e desmontaram um time que era apenas razoavel….. é o atletico-pr rumo a serie B….

  • J.B.CRUZ disse:

    É preciso que a Imprensa de um modo geral, também entre nessa cruzada (alguns órgãos da mídia e alguns jornalistas esportivos, já aderiram,(você,alterosa esporte,João Vitor Xavier), contra essa turma…E com diz Bruno Carvalho em outro post…Cobrar do MINISTÉRIO PÚBLICO,POLÍCIA E JUÍZES COMPETENTES para punir a moçada…Os torcedores normais e família; agradece!!

  • Paulo disse:

    Sou atleticano e parabenizo o Dr. Gilvan pela coragem e independência.
    Essa coisa de jornalistas participar de festinhas de “torcidas organizadas” tem ser reprovada. Isso só fortalece essa bandidagem. Ta hora do sindicado dos jornalistas entrarem em ação e peitar esses “jornalistas” Tem uns que vive fazendo propaganda de viagens , caravanas dessa gangue e ainda tem tempinho p/ mandar-lhes abraços.
    Dr. Gilvan o sr, só errou quando mencionou um lado e não relatou a gangue que esteve lá no dia do crime e correram , largando um deles pra trás!!!
    São todos Bandidos e o MP e a Justiça tinha que pegar todos eles também!!!

  • MUITO BEM CHICO MAIA,vc além de competente naquilo que propõe a fazer,ainda é HONESTO e demonstra não ter rabo preso com este bando de gente que quer impedir o torcedor bem intencionado de comparecer aos estádios.
    Para mim o presidente GILVAN DO PINHO ,só pelo o que fez no inicio do ano já merece o troféu de melhor desportista de 2014,já esta decretada a extinção das pseudos”torcidas organizadas do CRUZEIRO” voltaremos aos áureos tempos de ALDAIR PINTO e JULIO MAIS AMIGO estes sim foram autênticos CHEFES DE TORCIDAS que inclusive investiam dinheiros de seus próprios bolsos comandando respectivamente as torcidas do CRUZEIRO e do ATLETICO e quando algum desordeiro se aventurava a avacalhar eram inicialmente convidados a se portarem decentemente em caso de reincidência eram sumariamente expulsos aos empurrões pelos próprios torcedores e recolhidos pela PM
    Agora,esta atitude contundente do DR:GILVAN não vai adiantar nada ALGUNS DIRIGENTES DO FUTEBOL MINEIRO continuarem com RABO PRESO e ainda apoiando financeiro algumas destas facções e jogadores meia boca continuarem tb a usarem bonés e camisas e PARTE DA MÍDIA principalmente RADIALISTAS Double de POLÍTICOS continuarem a tecerem elogios enaltecendo estas facções e até a criticarem as autoridades POLICIAIS quando impedem que eles compareçam aos estádios portando suas armas criminosas como,porretes disfarçados de cabos de bandeiras e chuchos e outros apetrechos introduzidos dentro de instrumentos musicais,