Dia desses, um comentarista aqui do blog detonou o Levir Culpi por ele ter forçado a saída do Ronaldinho Gaúcho do Atlético. Segundo ele, o R10 estaria fazendo falta ao time e mesmo com “uma perna só” resolveria o problema do meio campo do Galo. Não é por aí! Sem condição física, nem os craques conseguem ser produtivos no futebol altamente competitivo de hoje.
O casamento entre o Atlético e Ronaldinho Gaúcho terminou na hora certa e com final feliz.
Vejam o que escreveu o Luiz Prosperi, jornalista da prateleira de cima do país, na coluna dele no Estadão, sobre a realidade do ex-10 do Galo:
* “Triste fim de Ronaldinho Gaúcho”
Luiz Prosperi
Decadência no campo de futebol se explica com os prazeres da noite
Ronaldinho Gaúcho acabou. Não joga como antes, nem se esforça, apesar do polpudo salário que abocanha no Querétaro, do México. Prefere se divertir nas noites, sempre rodeado de belas mulheres, a treinar no dia seguinte. Quando joga, seu rendimento beira ao ridículo.
Diz a imprensa mexicana que das dez partidas do Torneio Clausura dessa temporada, Ronaldinho jogou apenas cinco – quatro como titular – se só atuou os 90 minutos em dois jogos. Um acinte aos que pagam seus salários e um desrespeito à sua própria história, consagrado que foi o melhor do mundo eleito pela Fifa em 2004 e 2005.
O craque, parece, não está nem aí. Nem mesmo com o apelido que ganhou após noitadas e mais noitadas e desempenho pífio nos campos de futebol. De Ronaldinho virou ‘Robalinho’.
Nos últimos dias tem se dedicado a uma enquete nas redes sociais em busca da opinião dos fãs sobre o clipe de uma música que gravou com o grupo brasileiro Trio Ternura, diz o jornal Estadio, do México. Ele sempre quis ser pagodeiro, desde os tempos de menino em Restinga na periferia de Porto Alegre.
Aos que comungam da paixão pelo futebol ver esse triste fim de carreira de Ronaldinho é de doer. O cara era daqueles de encantar serpentes com a bola nos pés. Fez misérias com a camisa do Barcelona em meados dos anos de 2000. Arruinou carreiras de zagueiros e goleiros. Imantou plateias.
Por ocasião da Copa do Mundo de 2006, acumulou 16 patrocínios em seu nome tamanha fama que desfrutava no futebol europeu. Suas diabruras, dribles e repertório assombravam críticos, treinadores, adversários, torcedores e dirigentes. Chegaram a dizer que, se continuasse naquele ritmo, superaria a magia e o carisma de Pelé. Era questão de tempo.
Na Copa na Alemanha, Ronaldinho Gaúcho virou pó. Uma decepção. Dali para frente conheceu a decadência. E só voltou a respirar na conquista da Libertadores pelo Atlético-MG em 2013. Nunca mais foi o mesmo.
Sorte dele que no mundo virtual de hoje, sua obra está imortalizada. Num tempo antigo, Ronaldinho não passaria de um velho pôster carcomido na parede.
Detalhe. O Querétaro é o penúltimo colocado no Campeonato Mexicano, com oito pontos em 10 jogos. Ronaldinho Gaúcho não fez um gol este ano. A noite não tem limite.
http://esportes.estadao.com.br/blogs/prosperi/triste-fim-de-ronaldinho-gaucho/
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Luiz Prosperi é mineiro de Guaxupé e uma das referências do jornalismo do Grupo Estado há muitos anos, desde os tempos do Jornal da Tarde.
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