“Mineiros” no Mercado Central de Santiago: Marcos Ferrada, Henan Torres e Rodolfo Meléndez F. que agitam a disputa Atlético x Cruzeiro na capital chilena.
Com toda a força da garganta o simpático e gordinho garçom gritou “Zêêêêrooooo” com sotaque bem carregado para dois cidadãos que passavam entre as mesas do concorrido “Donde Augusto”, o principal bar/restaurante do agitado Mercado Central de Santiago. Como os alvos do grito demonstraram estranheza com a abordagem ele gritou de novo, repetidamente: “Zêêêêrooooo. . . zêêêêrooooo…”. Aí caiu a ficha da dupla, que estava de camisa azul, sorriu e acenou para o garçom, que chamara a atenção de todo o ambiente com os seus berros. Ele notou que eu estava prestando mais atenção na cena que os demais clientes e me abordou perguntando se eu era brasileiro. Diante da resposta positiva, emendou: “É Galo ou Zêrrroo”?
Com minha nova resposta, gritou para um colega: “Carlos, venha cá; tem um colega seu aqui!”. Chegou o também garçom Marcos Ferrada, gozador de primeira, chamando o amigo de “Maria” e convidando-me a andar até uma ala do restaurante com uma grande vitrine dedicada exclusivamente a Atlético e Cruzeiro, com camisas, bandeiras, fotos, flâmulas, gorros e outros souvenir característicos de ambos.
Muitos clubes do mundo todo, principalmente do Brasil, têm camisas estampadas no Mercado Central de Santiago, mas nenhum tem o espaço especial que os nossos. Porque virou tradição: todo atleticano ou cruzeirense que aparece no pedaço deixa alguma lembrança. Os dois garçons chamaram um dos donos do restaurante, Rodolfo Meléndez F., que manjou do que se tratava e já chegou gritando “Zêêêroooo”!
Ao saber que sou de Belo Horizonte, o Rodolfo emendou: “O Marco Pato Roco já pagou o empréstimo que fez para ir ver o Galo perder no Marrocos?”. Referia-se ao chef Marcos Proença, dono de um dos bares mais famosos de Beagá, o “Patorroco”, bicampeão do Comida Di Buteco (2012/2013), atleticano fanático, que ao passar por aqui para um trail de Jeep, deixou farto material do Atlético e zoou bastante com o Rodolfo por ele ser cruzeirense.
O “Donde Augusto” quase parou para ouvir histórias de Atlético e Cruzeiro.
O Mercado Central é um dos principais atrativos de Santiago e faz lembrar o nosso, porém, mais voltado a bares e restaurantes, enquanto o de Beagá é uma síntese de Minas Gerais com tudo que o nosso estado tem de melhor. O Rodolfo Meléndez perguntou por Alexandre Kalil, de quem ficou amigo numa vinda do ex-presidente aqui no fim do ano passado. O garçom cruzeirense é o Hernan Torres; o atleticano, Marcos Ferrada. Sem exagero, essa turma e o local são grandes relações públicas de Belo Horizonte.
O mundo se encontra na mistura de futebol e gastronomia do Mercado Central de Santiago.
Vários ambientes do Mercado que abre de manhã e neste período de Copa América só fecha depois do jogo que começa às 20h30.
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