O Flamengo fez algo inusitado no futebol brasileiro ontem ao soltar uma nota oficial lamentando ter sido beneficiado pela arbitragem na vitória sobre o Fluminense no clássico entre eles domingo: “…Neste domingo (6.09), a arbitragem atrapalhou o sucesso do Fla-Flu, o clássico mais charmoso do Brasil. Lamentamos os critérios e os erros que influenciaram diretamente no número de cartões amarelos anotados e na ausência de marcação de um toque de mão no primeiro gol rubro-negro…”, diz trecho da nota.
O árbitro em questão é o mineiro Ricardo Marques Ribeiro, famoso pelas polêmicas em nosso futebol doméstico, inclusive pelo processo movido contra o jornalista e cartunista Duke. Para o meu espanto e de milhares, alguns colegas até o apontam como o “melhor árbitro do Brasil”. Vixe!
Com tantas polêmicas, acusações e suspeições os árbitros brasileiros agora têm o mesmo tratamento midiático que os jogadores. Tão logo a CBF divulga a escala da rodada a imprensa informa detalhes e vasculha a vida de apitadores e auxiliares.
É o caso do Luis Teixeira Rocha, que vai apitar Atlético x Avaí, amanhã, no Independência. Chamam a atenção os fatos de se tratar da primeira atuação dele na Série A e de ser gaúcho, já que o Grêmio está na cola do Galo. Em condições normais, isso não seria nenhum problema, porém o momento é explosivo e a arbitragem está no olho do furacão. Pedir bom senso à comissão de arbitragem da CBF é pedir demais. Mas ela poderia evitar este tipo de situação, visando poupar o árbitro dessa polêmica antecipada e pressão desnecessária.
O Superesportes que publica sempre a “Ficha do Jogo”, agora publica também a “Ficha do árbitro” e diz o seguinte sobre este gaúcho:
“… O árbitro escalado para o confronto, 35 anos, Professor de educação física, o gaúcho nunca apitou uma partida da Série A do Campeonato Brasileiro em sua carreira. Luis Teixeira Rocha já arbitrou em jogos das outras divisões do futebol brasileiro, mas pela Série A participou apenas como quarto árbitro.
Nome Completo: Luis Teixeira Rocha
Nascimento: 17/07/1980
Profissão: Professor de Educação Física
Função: Árbitro
Categoria: CBF-1
Ano Formação: 2006”
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Talvez se tivessem o mesmo tratamento profissional dos jogadores, em que só vivessem do apito, os sopradores de apito e seus bandeirinhas errariam menos e ficariam menos sob os holofotes e suspeições. Mas duvido que isso ocorra no Brasil tão cedo já que ninguém quer bancar estes custos. Entendo que só a aceitação e adoção, pela FIFA, dos recursos tecnológicos, resolveriam o tamanho da encrenca.
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