Eu e as senhores e senhores do blog temos o privilégio de ler em primeira mão a coluna do Fernando Rocha, que sairá amanhã no Diário do Aço de Ipatinga.
Aqui está:
- No Galo, o presidente Daniel Nepomuceno foi à Cidade do Galo e concedeu entrevista onde prá variar culpou a imprensa pela “boataria”, dando conta de possíveis desvios de comportamento do equatoriano Cazares. Sobre o futuro do técnico Diego Aguirre, caso o clube seja eliminado da Libertadores pelo São Paulo nesta quarta-feira, o presidente do Galo, que também é vereador em BH, imitou o personagem de Saulo Laranjeira, Deputado João Plenário: – Vhsgsfxbn cxbsbsbsnxnx shgsgfdhrykk…. (Fecha o pano!)
- O técnico interino do Cruzeiro, Geraldo Delamore, na sua breve passagem pelo comando celeste, concedeu algumas entrevistas desastrosas, sobretudo quando admitiu que o recém-contratado, Robinho, sofreu uma lesão muscular por culpa dele, que o pôs para treinar antes da hora. Robinho foi contratado junto ao Palmeiras como uma solução para a camisa 10 e até hoje não pode estrear. Outra pérola de Delamore foi dizer que o time atual do Cruzeiro “está em formação”, mesmo após cinco meses de treinos e jogos.
Boa sorte
A semana que passou foi atípica, muito diferente ao que estamos acostumados, pois o noticiário político acabou superando o esportivo, e apareceu mais do que os jogos das quartas de final da Libertadores, Olimpíadas, deixando em segundo plano até o início do Campeonato Brasileiro nas séries A e B.
Outro tema importante, que também passou batido, foi a contratação do técnico português, Paulo Bento, pela diretoria do Cruzeiro, deixando sua torcida entre otimista e desconfiada, neste último caso um sentimento muito próprio de nós mineiros aqui desses grotões.
Depois dos “7 a 1” , alguns dos maiores clubes nacionais, contrataram técnicos de países vizinhos como a Argentina, Colômbia e Uruguai, em busca de novidades táticas, pois é fato que os nossos “professores” estão ultrapassados conceitualmente, pararam no tempo, além de pedirem pequenas fortunas mensais de salário.
Mas a diretoria do Cruzeiro foi ainda mais ousada, indo buscar na matriz européia, onde está o que há de melhor no futebol mundial, contratando por dois anos o ex-técnico do Sporting Lisboa e da Seleção de Portugal na última Copa do Mundo.
Necessário dizer que Paulo Bento não dirige uma equipe desde que deixou a seleção de seu país em 2014, além disso não possui no currículo nenhum título de expressão, mas sua chegada ao futebol brasileiro significa uma novidade interessante, e ao contrário da aposta de alto risco feita no inexperiente Deivid, agora as chances de dar certo são boas.
Claro que irá indicar reforços, pois o elenco atual do Cruzeiro é fraco e precisa ser qualificado, mas o grande empecilho, que pode inviabilizar o projeto celeste, é a falta de paciência da sua exigente torcida, ansiosa por títulos, cujo humor pode se alterar caso as vitórias não aconteçam de imediato.
Nesta coluna ou nos comentários pela Rádio Vanguarda,- desde antes do “7 a 1”- , tenho defendido a contratação de técnicos estrangeiros pelos nossos clubes e Seleção Brasileira, portanto, torço para que a aposta celeste no português Bento dê certo.
O genial escritor americano, Arthur Muller, na peça chamada “O Preço”, criou o diálogo de um velho judeu, protagonista, após fechar um de seus negócios. Um jovem gentil que a tudo assistia diz à ele: “Boa Sorte!”. O velho, no alto de sua sabedoria, responde-lhe: – Ah!… boa sorte a gente só sabe muito tempo depois.
- Paulo Bento é dos poucos treinadores no mundo que tem o curso máximo da Uefa. Na Europa, para trabalhar como técnico de futebol, o individuo tem que fazer no mínimo um curso básico, reconhecido pela entidade máxima que organiza o futebol no continente. Aqui no Brasil, ao contrário, qualquer curioso pode virar treinador, sobretudo se tiver no currículo alguma passagem como jogador profissional.
- A maioria dos nossos técnicos, chamados de “professores” pelos atletas, são arrogantes, prepotentes, e se acham os melhores do planeta. Pensam que sabem tudo e não precisam estudar táticas, estratégias, psicologia de grupo, pois se consideram acima do bem e do mal. O resultado se reflete na péssima qualidade do futebol apresentado pelos nossos principais clubes. A única jogada ensaiada que ensinam aos seus pupilos é o velho “chuveirinho” ou cruzamentos na área, a tal bola parada, chutões, além de incentivarem as faltas táticas, que enfeiam o espetáculo.
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