A Califórnia, assim como o mundo amanheceu triste no sábado com a notícia da morte de Muhhamad Ali, com os canais de TV mostrando imagens dele dentro e fora dos ringues. A sexta-feira também tinha sido de nostalgia, porém, de boas lembranças, principalmente do ex-goleiro Cláudio André Taffarel, atualmente membro permanente da comissão técnica do Dunga na seleção. Simpático como sempre ele atendeu a imprensa e fãs ao se posicionar debaixo das traves onde 22 anos atrás ele defendeu pênaltis e o mundo viu Roberto Baggio chutar pra cima, na final da Copa de 1994. Era o Tetra! O estádio Rose Bowl é o mesmo, Taffarel continua a gentileza em pessoa, porém os raros fios de cabelo estão cada vez mais brancos.
Tive o prazer de bater um papo por alguns minutos com ele que ao me ver fez questão de chamar-me. Disse que estava ansioso para saber notícias de Minas, onde além de jogar, teve franquias de sua escola de futebol, e onde não vai há alguns anos. Estava trabalhando na Turquia, por isso os contatos com o Brasil nos últimos anos passaram a se resumir a Porto Alegre, a sua terra.
Taffarel perguntou por tudo e por todos de Belo Horizonte, que segundo ele, foi uma das melhores cidades onde já morou e deixou grandes amigos. Disse também que apesar de todas as dificuldades da época, foi muito feliz no Atlético e tem um carinho especial pelo clube e pela torcida que o acolheram tão bem. Mas não tem saudades da diretoria daqueles tempos, comandada pelo Paulo Curi. Não guarda mágoa de ninguém, mas foram tempos difíceis financeiramente, com salários atrasados, de jogadores e funcionários. Ele marcou sua passagem pelo futebol mineiro não só pelas grandes atuações com a camisa do Galo, mas pela solidariedade com funcionários mais humildes do clube, que mais sofriam com os atrasos salariais.
Diferença de comportamento
O estádio Rose Bowl recebeu um “banho de tinta” e ficou pronto para esta Copa América. Quase a mesma coisa de 22 anos atrás , quando foi palco da final de uma Copa do Mundo. Diferente das autoridades brasileiras, aqui optam pela praticidade e economia. Um estádio confortável, mas sem luxo e ostentações. Certamente ninguém se aproveita de comissões por fora, o que encarece obras públicas e inviabilizam bons projetos. Fico lembrando os suntuosos estádios brasileiros para Copa de 2014 e quanta gente se beneficiou indevidamente de tantas obras públicas. Ainda bem que a operação Lava-Jato está mostrando muita coisa.
Duas Pasadenas
O tráfego para se chegar e sair do Rose Bowl também é um bom exemplo a ser seguido. Construído às margens de um complexo viário, facilita a vida de motoristas e de quem se utiliza de transporte público em Los Angeles e Pasadena, uma bela cidade também, cujo estádio fica a 32 quilômetros do centro de Los Angeles. Mais ou menos Betim em relação a Belo Horizonte. Aliás, a Pasadena do Rose Bowl não é a mesma da polêmica Pasadena daquela aquisição mal explicada da Petrobras, que derrubou muitas reputações brasileiras. Essa fica no Texas, a mais de dois mil quilômetros de distância daqui.
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