Conselheiros e torcedores do Atlético começaram chegar em grande número às 8 horas à sede de Lourdes, na Avenida Olegário Maciel. A partir das 10 uma multidão se concentrava lá.
Por volta das 14 horas saiu o voto 260, que garantiu a aprovação para o início de mais negociações para a construção da tal sonhada casa própria do Galo.
Mais detalhes na reportagem do SuperFC:
* “Com voto decisivo de Kalil, Galo aprova construção de seu estádio”
O projeto de lei para autorizar o empreendimento já está pronto e, nos próximos dias, será encaminhado à Câmara Municipal para a votação dos vereadores
Reportagem: Thiago Nogueira e Bruno Trindade
O Conselho Deliberativo do Atlético aprovou, na tarde desta segunda-feira, a venda de metade do shopping DiamondMall para viabilizar a construção do estádio próprio. Recheada de expectativas, a votação começou às 9h e, por volta das 14h30, o número suficiente de “sim” chegou aos dois terços necessários (260) para a aprovação, segundo estabelece o estatuto do clube. O clube deve homologar o resultado somente às 21h, quando se encerra o período estipulado para discutir o assunto.
O projeto de lei para autorizar o empreendimento já está pronto e, nos próximos dias, será encaminhado à Câmara Municipal para a votação dos vereadores (é necessária a maioria simples). Posteriormente, o clube entra com o processo de licenciamento ambiental. O estádio será construído no bairro Califórnia, região Noroeste da capital, com capacidade para 41.800 pessoas. Orçadas em R$ 410 milhões, as obras devem começar em março do próximo ano, com previsão de conclusão até o fim de 2020.
Clique aqui e dê um tour de 360º pelo novo estádio do Galo
Com a aprovação do conselho, 50,1% do DiamondMall será repassado à Multiplan, empresa que já administra o complexo de compras e que o devolveria ao clube em 2026. Com o novo acordo, o contrato de arrendamento vai ser prorrogado até 2030. Para chegar aos R$ 410 milhões, a diretoria vendeu os naming rights para a MRV por R$ 60 milhões. Os outros R$ 100 milhões serão captados com a venda de cadeiras cativas. Caso não forem vendidas, o Banco BMG garante 60% do valor.
E agora?
Com a aprovação do projeto do estádio pelo Conselho Deliberativo do Atlético, nesta segunda-feira, o empreendimento, agora, segue os procedimentos burocráticos.
O projeto de lei municipal do estádio já está pronto e deve ser encaminhado à Câmara Municipal nos próximo dias. Para a aprovação, é preciso o parecer favorável da maioria simples dos vereadores.
Depois, o processo segue para a prefeitura para o processo de licenciamento ambiental. Após o aval das autarquias, a proposta será levada ao Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) para, depois, ser apreciada pela Secretaria de Regulação Urbana (Smaru), que emitirá o alvará.
O Atlético estima o início das obras para março de 2018, com o término da construção até o fim de 2020.
O plano de negócios
A obra está orçada em R$ 410 milhões. O Atlético já vendeu os naming rights para a MRV Engenharia, do conselheiro Rubens Menin, por R$ 60 milhões durante 15 anos e, por isso, o estádio já nasce batizado de Arena MRV.
O clube também pretende levantar pelo menos R$ 100 milhões com a venda de cadeiras cativas (4.700 unidades a R$ 25 mil cada, a serem pagas durante a construção, sendo que o comprador terá direito de uso por 15 anos) e camarotes (36 unidades, com 25 lugares cada, ao preço de R$ 1,3 milhão cada, também por 15 anos de uso). O Banco BMG, do ex-presidente atleticano Ricardo Guimarães, dará garantia de compra de 60% das cativas.
A maior fatia do bolo virá justamente do dinheiro de parte da venda do DiamondMall. Segundo avaliação do clube, o complexo de compras estaria avaliado em quase R$ 500 milhões a preços de hoje. A Multiplan, atual administradora do estabelecimento, se comprometeu a adquirir 50,1% do shopping por R$ 250 milhões.
Assim, o arrendamento, que terminaria em 2026, foi prorrogado por quatro anos, até 2030. Durante o período das obras, o Atlético manterá o recebimento dos atuais 15% da receita. Depois, o valor cai pela metade, já que o clube só será todo de metade do shopping.
Extra
Além dos R$ 410 milhões orçados para a obra, o clube conta ainda com uma espécie de “cheque especial”. São os naming rights setoriais. Empresas do ramo de alimentos, bebidas e estacionamento se comprometeram a pagar para vender seus produtos no estádio. Essa grana pode representar 5% no valor da obra.
O empreendimento está sendo orçada na forma de preço máximo garantido, ou seja, independentemente do que aconteça, o valor precisa ser respeitado. Para isso, o Atlético vai exigir a contratação de um seguro pela construtora.
* Kalil vibra com ‘sim’ e promete: ‘vamos mudar o Atlético de patamar’
Ex-presidente foi responsável pelo voto de número 260, que decidiu o pleito
Ainda eufórico pela aprovação do conselho deliberativo para a construção da Arena do Galo, o ex-presidente Alexandre Kalil afirmou que “tem um compromisso histórico com o clube”, e que jamais o colocará em uma “aventura”.
“Acho que o Atlético está de parabéns. É um passo muito importante para o futuro. Vamos mudar o patamar do Atlético. Tenho esse compromisso com o Atlético, que é eterno. E nas horas importantes, quem quer o bem, tem que vir, tem que comparecer. É um passo importante, vamos iniciar um processo com carinho, com capricho e com calma. Não vamos colocar o Atlético em nenhuma aventura”, prometeu o ex-presidente alvinegro.
Responsável pelo voto de número 260, que decidiu o resultado do pleito, Kalil agradeceu a homenagem que lhe foi prestada.
Deixe um comentário para Walter Pereira Galo Cancelar resposta