O assunto predominante deveria ser o futebol jogado pelos dois times e os méritos da conquista do Cruzeiro. Com 11 vitórias e cinco empates, sem nenhuma derrota, como não reconhecer o trabalho do Mano Menezes, toda a comissão técnica e todo o time?
Melhor ataque, 36 gols, e a melhor defesa, com apenas nove gols contra.
Mas o VAR dividiu as atenções e continua sendo discutido pelos dois jogos. Também não se discute que ele chegou para ficar. Porém, o objetivo de sua implantação no futebol não foi e não será atingido. Não acabou com as dúvidas, não evita injustiças e nem é garantia de lisura das decisões da arbitragem. Ou seja: o futebol vai continuar susceptível a manobras de bastidores. A não ser que se implante um VAR do VAR. Ou um VAR para o VAR.
Essa final do Mineiro servirá como bom exemplo para as futuras discussões: no primeiro jogo os operadores do VAR erraram feio, em sintonia com o árbitro carioca Wagner Nascimento Magalhães e bandeiras. Trabalharam pessimamente: deixaram de marcar pênalti, enxergaram corner que não existiu, originando gol, e anularam um gol que continuou gerando discussões. O Atlético foi o maior prejudicado.
No segundo jogo o VAR e a arbitragem de campo trabalharam bem, do jeito que tem que ser. Ainda que para isso a partida tenha sido paralisada várias vezes, irritando os torcedores, quebrando o ritmo da partida. Vi comentaristas reclamando do apitador paulista Leandro Bizzio Marinho, chamando-o de inseguro, vacilante e etecetera e tal. Ora, ora, se o objetivo é evitar erros e injustiças, tem que ser assim mesmo. Tanto que foi acionado, reviu o lance do Leonardo Silva e marcou o pênalti que deu o título ao Cruzeiro.
Serei eternamente contra essa orientação da Fifa de interpretar como infração mesmo sem a certeza da intenção do presumido infrator, mas a maioria dos árbitros acata o que ela dita. Como neste lance e na anulação do gol do Fred na primeira partida. Mas, interpretação é interpretação e segue o jogo.
O problema do VAR é outro. Da forma como está sendo aplicado ele é manipulável. Pode trabalhar com perfeição numa partida, como nesse 1 a 1 do Independência, ou ficar sob suspeição, como nos 2 a 1 do Mineirão.
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