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E lá se foi o Januário de Oliveira!

Foto: Reprodução/Instagram/Itatiaia.com.br

Era uma simpatia de pessoa. O conheci no início dos anos 1980, no Maracanã, apresentado pelo Vilibaldo Alves, enquanto montávamos o equipamento para uma transmissão pela Rádio Capital. Ele era da Rádio Mauá. Que descanse em paz!

Coincidentemente me deparei com uma foto em que ele e o Vilibaldo estão juntos, com outros grandes nomes da história do rádio, durante a Copa do México, em 1970. Está lá no site “Terceiro Tempo”, do Milton Neves, na seção “Que fim levou”.

Da esquerda para a direita, em pé: Vilibaldo Alves (Itatiaia), Jorge Marins (operador da Mauá, Rio), Luís Orlando (Mauá), Paulo Roberto (Itatiaia), João Saldanha (Globo), um mexicano, atrás dele Jorge Cury (Globo), na frente Valdir Amaral (Globo), o grande árbitro, escritor e jornalista Pedro Escartin (Fifa), Orlando Batista (Mauá), um mexicano, Flávio Araújo (Bandeirantes) Joseval Peixoto (Jovem Pan), Denys Menezes (Globo), Osvaldo Faria (Itatiaia), Roberto Silva (Bandeirantes) e Luiz Carlos Alves. (Itatiaia). Agachados: Luís Mendes (Globo), Flávio Alcarraz Gomes (Coordenador Geral), Ademir Marques de Menezes (Mauá), um mexicano, outro mexicano e Januário de Oliveira (Mauá)

https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/januario-de-oliveira-1627

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No O Globo de hoje, o Thales Machado o homenageou no Obituário:

* “Januário de Oliveira, tá aí o que vocês não queriam”

Após 11 dias internado, ex-locutor esportivo sofreu parada cardíaca enquanto tratava um quadro de pneumonia

Thales Machado

Tá aí o que você não queria ler. Difícil, muito difícil não começar a falar de Januário de Oliveira, morto ontem aos 81 anos – ele sofreu uma parada cardíaca enquanto tratava um quadro de pneumonia em um hospital particular de Natal-RN, cidade em que morava com a família – sem usar o artifício de brincar com seus bordões.

No futebol, há quem marque sua passagem  pelos gols marcados e títulos conquistados. Locutor de rádio e TV por mais de quatro décadas – trabalhou em grandes veículos de 1952 a 1998, quando foi obrigado a se aposentar graças à cegueira causada pela diabetes – Januário ficava na memória todas as vezes em que a rede balançava, não importa que time marcasse. Virava herói ao criar os da galera: o Valdeir “The Flash”, do Botafogo; o Anjo Loiro da Gávea Sávio, do Flamengo; o matador de São Januário, Valdir Bigode, do Vasco e o Super Ézio, do Fluminense.

Transformando o jogo numa história em quadrinhos cheia de entretenimento, sem deixar a informação de lado (“O que é que só você viu, Addison?”, perguntava ao repórter de campo), Januário foi marcante porque conseguiu se inserir no espetáculo, tal qual o atacante, o estádio, o gol. Há, numa certa época e lugar, jogos que só parecem fazer sentido com sua voz ao fundo, em especial as transmissões do futebol carioca dos anos 90 da TV Bandeirantes.

Perder Januário nessa época sinistra, muito sinistra de mais de mil mortes por dia é deixar só na memória momentos de alegria daquele que sabia que é isso que o povo gosta. Não há como fugir do clichê que é cruel, muito cruel sua partida. “Acabou o milho, acabou a pipoca, fim de papo”. Descanse em paz.

https://oglobo.globo.com/esportes/obituario-januario-de-oliveira-ta-ai-que-voces-nao-queriam-1-25042118

Com a camisa do Galo, que lhe foi presenteada pelo também saudoso centroavante Ézio.


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Comentários:
2
  • Germano Brás disse:

    Januário era ótimo narrador!
    Pior de tudo é a parcialidade de boa parte da imprensa mineira. O comentarista de futebol da Globo Minas hoje de manhã disse: ” O Atlético precisa tomar cuidado com o Remo, ele aprontou com os times mineiros em 94″. Omitiu que se referia aos 5 X 1 que o Remo aplicou no CruCru em pleno Mineirão. Logo depois mostrou a desclassificação do Galo pelo Afogados. No noticiário azulino mostrou apenas Fábio justificando sua falha na SEGUNDONA e notícias alvissareiras: Crucru conversa com o diretor de esportes do CSA. Omitiu que o Marcinho que chegou ontem, já quer picar a mula hoje. Difícil acreditar que jogador que não recebe, irá produzir alguma coisa. É o fantástico mundo de Nárnia!

  • SERGIO ROBERTO disse:

    Me divertia muito com as narrações dele nos domingos à noite pela TVE e posteriormente na Band. Excelente narrador. Havia comentários do Gerson, o Canhota de Ouro e as reportagens do Adisson Coutinho. Januário, Fernando Sasso, Villy Gonzer. Quanta saudade de narradores da “prateleira de cima”. Hoje em dia tá difícil ouvir futebol no rádio e na TV. É muita mala sem alça. Que descanse em paz.