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Nunca é tarde para se homenagear a quem merece: lá se foi o Ilton Chaves, grande jogador e treinador. O que mais vezes comandou o Cruzeiro

Foto: Globoesporte.com

Foi quinta-feira, 27, em decorrência de problemas causados pelo Alzheimer. Ilton de Oliveira Chaves foi volante. Não tive o prazer de vê-lo jogar, mas a história conta que jogou muito. Tive a honra de ser repórter nos tempos em que ele dirigiu o Cruzeiro, Atlético e América. Ótimo treinador e uma figura humana sensacional. Mineiro, de Itinga, que fica entre Araçuaí e Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, se foi aos 84 anos.

O Superesportes contou um pouco da riquíssima história dele no futebol de Minas e do Brasil.

* “Morre Ilton Chaves, aos 84 anos, campeão por Atlético e Cruzeiro”

Ex-volante deixou legado de títulos e foi técnico que mais comandou a Raposa

O futebol mineiro está de luto. Morreu nesta quinta-feira, no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, aos 84 anos, Ilton Chaves, ex-jogador de AtléticoAmérica Cruzeiro, e que também foi treinador dos três principais clubes de Minas. Ele vinha sendo internado com frequência desde janeiro devido a seguidos problemas de anemia e complicações causadas pelo Alzheimer. Ilton de Oliveira Chaves nasceu em Itinga, no Vale do Jequitinhonha, em 28 de março de 1937. Ele começou a carreira como volante, no América de Teófilo Otoni, em 1955, e depois se transferiu para o Atlético, onde se firmou em definitivo como nome de ponta no futebol mineiro.

Ilton Chaves vestiu a camisa atleticana em cinco temporadas e foi tricampeão mineiro (1955/56 e 58). O ex-volante passou ainda pelo América e defendeu o América-RJ. Mas foi no Cruzeiro, onde chegou em 1964, que ele alcançou maior destaque como jogador, participando da histórica conquista da Taça Brasil de 1966, ao lado de craques como Tostão, Dirceu Lopes, Natal e outros. Na decisão, o time celeste desbancou o Santos, de Pelé e cia, considerado a melhor equipe brasileira na ocasião. Com a Raposa, ergueu o troféu estadual em 1965/66/67/68. Ilton Chaves vestiu a camisa da Seleção Brasileira em 1963 e participou do Campeonato Sul-Americano, hoje conhecido como Copa América. O Brasil terminou em quarto lugar. No mesmo ano, ele defendeu a Seleção Mineira que conquistou o título do Brasileiro de Seleções Estaduais.

Sucesso como treinador

Ilton Chaves foi também treinador de sucesso. Ele começou no Cruzeiro, em 1969, como auxiliar, e logo assumiu o cargo de forma interina. No clube celeste, foi tetracampeão mineiro entre 1972 e 1975. E terminou como vice no Brasileiro de 1974, quando a Raposa foi superada pelo Vasco na decisão. Ele ainda conquistou a Taça Minas Gerais de 1973.

Ilton Chaves foi o técnico que mais vezes dirigiu o Cruzeiro: em 389 partidas, conquistou 213 vitórias, empatou 89 vezes e teve 87 derrotas, com aproveitamento de 62,38%. Ele ainda comandou times do inteiror como Valério, Villa Nova, Guarani de Divinópolis, Uberaba, Uberlândia e Tupi.

No Atlético, Ilton Chaves foi o técnico que levou o time ao troféu do Campeonato Mineiro de 1986. Comandou ainda o América, em 1977, e teve passagens no comando de Ceará, Sport, Santa Cruz, Náutico e Santos. Em 1988, o ex-treinador trabalhou no Al-Rayyan, do Catar.

https://www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/interior/2021/05/27/noticia_interior,3917554/morre-ilton-chaves-aos-84-anos-campeao-por-atletico-e-cruzeiro.shtml


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Comentários:
2
  • Raws disse:

    Mais uma grande perda.
    Conforme o Chico frisou, pessoa educadíssima. Talvez um dos mais serenos e educados de todos. Não lembro de Ilton perder a compostura. Que Deus o receba com o perdão que penso os bons serem merecedores.

  • Alisson Sol disse:

    Condolências à família! Grande perda para todos os que apreciam o futebol!

    Excelente técnico. Vamos lembrar que, naquela época, os jogadores eram bem menos profissionais do que são hoje (se é que isto parece possível!), recebiam bem menos, encerravam carreira mais cedo, e os técnicos tinham “poder” no clube (devido à menor influência de agentes, etc.). E nem vou falar do fato de que hoje pessoas reclamam do VAR, mas na época o futebol era bem mais “obscuro” do que hoje (vide o “vice” contra o Vasco).