Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
O Cruzeiro defende a liderança do campeonato estadual esta noite, contra o Uberlândia, no Independência, às 20 horas. Basta vencer para manter o primeiro lugar. Mas, voltemos à rodada anterior, para falarmos dos novos tempos do mundo azul.
Até mais importante que os dificílimos 3 a 0 sobre o Tombense, em Tombos, foi o fato de o técnico Paulo Pezzolano ter relacionado 10 jogadores das categorias de base para este jogo. Destes, oito jogaram, e bem, com grande destaque para o meia Daniel e o goleiro Denivys. E isso vai acontecer com frequência cada vez maior no Cruzeiro a partir destes novos tempos, por um motivo muito simples: o clube agora tem dono. E o dono conhece o submundo do futebol. Sabe das maracutaias que se passam na base, desde os testes para a entrada no time infantil até a conquista da primeira oportunidade de ser relacionado para um jogo do profissional. Na verdade, as mazelas começam já com os olheiros, que costumam negociar com agentes, treinadores e dirigentes. Um garoto de potencial para se tornar um jogador profissional é uma joia bruta, que bem lapidada, poderá valer fortunas, resultando em gordas comissões para muita gente nessa perversa “cadeia produtiva”.
Simples: se o pai ou responsável der uma procuração, entregar os direitos ao agente fulano ou beltrano de tal, o menino terá mais chances de passar no teste, e depois de integrado ao clube, mais chances de conseguir jogar e ser notado. Uma grande máfia que opera há décadas no futebol, na maioria absoluta dos clubes, principalmente nos maiores, onde os interesses de dirigentes desonestos se misturam. Muitas vezes o presidente do clube nem sonha que isso está ocorrendo, já que tem tantos assuntos mais urgentes para cuidar e não tem tempo para ficar atento ao que ocorre nas categorias de base. Em outros muitos casos, é exatamente ali que presidentes ficam ricos, como sócios ocultos de dirigentes subalternos e agentes/procuradores de jogadores. Como a imprensa esportiva só cobre o futebol profissional, o público não toma conhecimento do que se passa na base. Não raramente um jogador é convocado para a seleção brasileira e só assim o torcedor fica sabendo que ele existe, que é brasileiro e que começou no infantil ou juvenil do clube tal, mas que foi vendido para o futebol europeu ou asiático quando tinha apenas 12, 13, 14, 15 anos. Por valores “baixos” para um clube de futebol (hum milhão, dois milhões, três milhões de dólares), mas que deixam um cartola (pessoa física), rico ao longo de dois, três ou mais anos de mandato.
Graças a esta nova condição jurídica, de ser uma empresa, de ter um dono, que por sua vez tem poucas pessoas de sua estrita confiança, tomando conta, de olho, os jogadores da base passarão a ser acompanhados com mais atenção e terão mais oportunidades, de verdade no Cruzeiro. Os relacionados para o jogo em Tombos: goleiros, Denivys e Ezequiel; laterais, Geovane e Rafael; zagueiros, Paulo e Weverton; volantes, Lucas Ventura, Ageu e Miticov; meias, Marco Antônio e Daniel; atacantes, Thiago, Vitor, Alex e Marcelinho. Nomes como estes passam a frequentar o noticiário diário da Raposa a partir dos novos tempos. Com as novas práticas e atenção na base, o retorno dentro de fora de campo certamente não vai demorar. Acredito que times competitivos e bons negócios começarão surgir novamente na Toca da Raposa, em prazo até mais curto do que a maioria da torcida espera.
Ainda sobre Ronaldo, o dono do Cruzeiro, esta semana uma colunista de fofocas sobre famosos publicou que uma mãe de um filho deles, pediu a prisão do ex-jogador, porque está perto de se completar três meses que ele não paga a pensão de alimentos do menino. Claro que muita gente da blogosfera e da mídia convencional deu grande destaque para isso, porque dá “Ibope”. A turma dos “caça cliques”, como bem define o advogado, ilustre conterrâneo, Stefano Venuto Barbosa, o famoso “ Dr. Borréia”.
A própria mãe disse que tem certeza que o Ronaldo vai mandar o dinheiro, como sempre fez, e que isso é apenas parte de uma intriga entre eles.
Recém promovido do junior, Ronaldo, na Toca da Raposa I, posando com o POINT, que era o caderno do jornal SETE DIAS, voltado ao público jovem, em 1994. Era comandado e editado pelo Luiz Carlos Romualdo da Silva Filho, que o transformou no que hoje é a revista POINT, que partiu para a “carreira solo” e continua sendo um sucesso com a juventude de Sete Lagoas. Obrigado ao Luiz pelo envio da foto.
» Comentar