Blog do Chico Maia

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E lá se foi o grande jornalista, amigo e mestre Rogério Perez!

Rogério Perez com Telê Santana no centro de imprensa do estádio Rose Bowl, em Pasadena/Califórnia, no dia da final da Copa dos Estados Unidos em 1994. Ele se foi agora há pouco e Telê, maior técnico da história do nosso futebol, no dia 21 de abril de 2006.

O filho Leonardo nos passava notícias diariamente do estado de saúde do nosso amigo, que vinha se agravando com intensidade desde quarta-feira, dia 21:

“Bom dia, Chico.

As notícias do Rogério Perez não são boas. Os rins não estão funcionando. Acredito muito em milagres (já tive um adolescente) mas …

Neste momento estamos tratando para ele não sofrer no CTI do Hospital Unimed. Após as visitas de 10:30hs e 16hs mandarei notícias. Deus no comando do “Capitão”.

Na domingo, 25, novas informações enviadas pelo Leo:

“Boa tarde. O boletim médico do Rogério Perez de hoje já saiu. Pressão bem baixa. A medicação morfina desde ontem à noite na veia. Continua no CTI da Unimed. Infelizmente quadro piorou um pouco mais. Estamos tratando para evitar sofrimento nele.”

Hoje, às 10h57, a notícia que deixa todos as pessoas que o conheceram muitíssimo tristes:

“A Perez Family comunica com profundo pesar o falecimento do jornalista Rogério Perez, aos 79 anos de idade, neste nublado 27 de setembro de 2022.

O velório será realizado hoje em Belo Horizonte, no Memorial Zelo, na Avenida do Contorno, nº 8.657, Bairro Gutierrez em horário que será informado na sequência…”

Aprendi demais com o Perez, com quem tive o privilégio de trabalhar no jornal Hoje em Dia, onde ele foi editor. Sério, exigente com a qualidade da informação e do texto, além do respeito sempre ao leitor. Porém, sempre respeitoso e extremamente bem humorado. Um ser humano diferente.

À esposa Regina, aos filhos, noras, netos e toda a família, meus sentimentos. Parabéns à esposa e aos filhos, especialmente ao Léo (que nos abastecia de informações) , pelo carinho e cuidados com ele nestes últimos tempos em que ele adoeceu e precisou de muitos cuidados especiais em função do tratamento contra Alzhmeier, iniciado há pouco mais de um ano.

Algumas lembranças dele e de coberturas que fizemos juntos, em fotos feitas por mim e outras me enviadas pelo Leo:

Em 1996, Olimpíadas de Atlanta/EUA: entrevistando o goleiro Dida, antes de Brasil x Nigéria, na cidade de Athens/Georgia. O Perez de boné. Foto: Marcello Oliveira

No domingo, o Leo, postou esta foto e esta mensagem na página do Rogério no facebook:

“Rogério Perez e Regina, completam hoje 52 anos de casados. Vivemos um momento de muita angústia, impotência e apreensão na Perez Family, no entanto, esta data merece um VIVA especial. Gratidão por este casal que é referência de amor eterno e companheirismo constante. Vida que segue com fé e seguindo o planejado pelo Senhor.”

Orlando Augusto, Perez e a jornalista Fabíola Colares, repórter do Hoje em Dia, na Copa dos Estados, em foto na praia de Malibu/Los Angeles

Eu, Hélio Fotógrafo (Betim), o também saudoso Guinaldo Nicolaiewsky (editor de fotografia do Hoje em Dia na época), Rogério Perez e Orlando Augusto, saindo para o estádio na final da Copa de 1994, que o Brasil venceria a Itália nos pênaltis, dia 17 de Julho.

Numa das fotos mais recentes.

“Rogério nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, no dia 14 de agosto de 1943, filho de Maximino Perez e Leonice Luci Pereira Perez. Casado com Regina Lucia de Carvalho Perez, natural de Andrelândia/MG, com quem teve três filhos Leonardo, Bruno e Gustavo. Possui quatro netos (a): Bruna, André, Mateus e Lucas. Rogério tem três irmãos (ãs): Nancy, Carmem e o Jornalista Luiz Fernando Perez (in memorian 2019).

“Em Belo Horizonte morou na Rua Lavras, Bairro São Pedro, Rua Santa Cruz , Barroca, e Rua Cassiporé, Bairro Anchieta. Atualmente residia em uma clínica no Bairro Santo Agostinho e estava em tratamento contra Alzhmeier.

Morou também em São Vicente de Minas junto com a família do filho caçula Gustavo e a esposa Regina.

Profissionalmente atuou no Jornal Estado de Minas (1966 – 1986), O Estado de São Paulo (1970 – 1977), Correio Brasiliense (correspondente de 1982 a 1986), Revista Placar (colaborador), Centro Tecnológico de Minas Gerais (1984 – 1987), Empresa Brasileira de Notícias / Radiobrás (1985 – 1988), Rede Globo de Televisão (1985 – 1987), Diário do Comércio (1987), TV Alterosa / SBT (1988 – 1991) e Jornal Hoje Em dia (1991 -2010).

Perez teve participação presencial em sete Copas do mundo de futebol: 1978 – Argentina, 1982 – Espanha, 1986 – México, 1994 – EUA, 1998– França, 2006 – Alemanha e 2014 – Brasil

Na gestão do prefeito Célio de Castro foi indicado como uma das 100 pessoas mais influentes da cidade no Centenário de Belo Horizonte.

Junto com a equipe do Jornal Hoje em Dia recebeu o Prêmio Esso de Jornalismo em 1997.

Participou da diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas, diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais e diretoria da Associação Mineira de Cronistas Esportivos.

O “capitão” ou “leão” ou “RP” ou “Perecito” ou “Peron” ou “espanhol” ou “baixinho” ou “cabeçaço” ou “chefia”, como era gentilmente denominado nas resenhas de redações e familiares, teve uma vida de muitas vitórias, sorrisos, ética profissional, dedicação à família (52 anos de casados), companheirismo e VIVAS.”

https://www.facebook.com/rogerio.perez.43

Perez, eu e Orlando Augusto, em Malibu/Los Angeles. Foto: Fabíola Colares


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Comentários:
2
  • mauricio souza - bairro serrano disse:

    Fiquei muito triste com esta noticia, trabalhei com ele no Hoje em Dia, no ano de 1989. Pessoa muito bacana, que Deus o tenha.

  • Alisson Sol disse:

    Excelente pessoa. Um dos poucos que vocë cita aqui que tive a oportunidade de conhecer pessoalmente. Eu ainda estudava na UFMG e um colega me indicou para ir falar com o pessoal de um jornal novo em BH que teria a redação todo informatizada. Precisavam de alguém para resolver problemas de redes de computadores, o que era incomum na época. Ironicamente, vários jornalistas rejeitavam a inovação. Mas o Rogério Perez, e alguns outros, entenderam as possibilidades que ter algumas horas a mais para o fechamento do jornal iria permitir. E eu tive uma oportunidade única na vida, pois estava com a formação técnica exatamente que era necessária, no local certo.

    Que descanse em paz!