Muito ligado à diretoria do Cruzeiro à época, o então governador Aécio Neves pediu que a Raposa e o Atlético parassem de falar em construir seus próprios estádios, porque depois da reforma do Mineirão para a Copa do Mundo, o estádio seria entregue à dupla, para que fosse administrado nos moldes do San Siro/Giuseppe Meazza, de Milão, cujos arquirivais, Milan e Inter, constituíram uma empresa para administrá-lo.
Quando saiu o edital da licitação, surpresa geral: os clubes não poderiam nem sequer disputar, e apenas um grupo de empreiteiras se se apresentou, e ficou com o estádio, num contrato que só previa benefícios. O Atlético se rebelou e foi jogar no Independência. O Cruzeiro assinou um contrato péssimo para ele e até hoje vive às turras e endividado com o Consórcio Minas Arena.
Em 2013 o pau começou a comer. Em 2016, o auge da crise entre Cruzeiro e seu “parceiro”.
No dia 25 de maio de 2016, relembrei fatos em minhas colunas nos jornais O Tempo e Super Notícia, além de postar aqui no blog:
“Meu estádio, minha vida! Onde muitos políticos ganharam!”
“Novo Mineirão continua custando caro ao futebol mineiro: Minas Arena volta a cobrar do Cruzeiro aluguéis não pagos”
Muita gente ganhou dinheiro com a Copa do Mundo, principalmente nas construções e reforma de estádios. Mas a conta ficou para os clubes e seus torcedores. No Rio a confusão está armada há tempos. Em Minas, o Cruzeiro vive às turras com o consórcio formado pelas três empreiteiras que reconstruíram o Mineirão.
O Thiago Reis da Itatiaia twittou agora há pouco:
* BomBa: Minas Arena aciona Cruzeiro na justiça!!!! Administradora do Mineirão alega que o clube não paga desde julho/13 pelo estádio…”
E que a dívida está atualmente em R$ 9 milhões.
Ação foi impetrada esta semana!!!
Interessante é que no dia 17 de abril do ano passado o blog Dois Toques, do portal ESPN publicou a mesma notícia, porém com valores daquela época:
* “Mineirão cobra dívida de R$ 5,5 milhões do Cruzeiro e diz que não aceita a ‘perda desses valores’”
A exemplo de outras empresas, a Minas Arena, gestora do Mineirão, também divulgou o seu balanço financeiro de 2014 nesta semana. O documento chama a atenção por um detalhe, dentre outros: uma suposta dívida de R$ 5,535 milhões não pagos pelo Cruzeiro em custo de operações de jogos.
Ao todo, a diretoria celeste teria deixado de repassar à concessionária R$ 3,890 milhões no ano passado e R$ 1,645 milhão em 2013.
A administração deixa claro que se encontra em negociação com os atuais bicampeões brasileiros para resolver o assunto, mas que “não tem a expectativa de perda desses valores”.
A confusão toda teve início após a final da Libertadores de 2013, entre Atlético-MG e Olimpia, em que o time alvinegro se aproveitou de uma brecha no acordo com a Minas Arena para utilizar o estádio sem custos. A partir de então, mesmo tendo contrato com a empresa, o Cruzeiro informou que não arcaria mais com as despesas. Essa é a explicação do clube para as cifras em aberto.
O consórcio, por sua vez, realizou cobranças extraoficiais para tentar receber todo o montante.
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