William Pereira Rogattom, 34 anos de idade e muita esperteza para ganhar e manipular – Foto: Youtube (TV Senado)
Foi hoje, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Manipulação de Resultados no Senado Federal.
O pior disso tudo é que essas máfias/esquemas existem há mais de 40 anos, as investigações são seletivas, a grande mídia só entra no assunto quando tem algum interesse localizado, só gente inexpressiva é denunciada e tudo fica por isso mesmo.
O sujeito se chama William Pereira Rogatto e quando você pesquisa no Google, há poucas informações sobre ele. Os veículos mais famosos da comunicação nacional falam quase nada sobre a figura, mesmo havendo mandados de prisão contra ele.
Em grande parte dos casos, a mesma notícia sai de uma agência para todos os veículos, que não se dão ao trabalho nem de dar uma nova redação ao texto. Ninguém quer correr o risco de perder grandes patrocínios.
William Pereira Rogatto tem 34 anos, mora em Portugal e prestou depoimento por videoconferência, e fazendo pose, como se estivesse fazendo um favor ao povo brasileiro.
Citou John Textor, dono do Botafogo, comentando que o americano: “Não está totalmente errado em afirmar que a manipulação de resultados no futebol é realidade. Não sei as provas que ele tem, mas uma coisa posso te falar: as pessoas que trabalharam para mim também trabalharam contra ele neste campeonato. Leila, não quero te enfrentar jamais. Não estou falando que você fez ou não. Mas eu te garanto que o John Textor não está totalmente errado. Mas enfim, só para entender a dimensão que está o futebol. Chamam ele de louco e ele não é tão louco assim”.
Na maior cara de pau, pediu desculpas à presidente de um time do Distrito Federal, Dayana Nunes, do Santa Maria, que foi denunciado ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios por manipulação de resultados no Campeonato Candango 2024, em março deste ano.
Ela e o marido, que teve um AVC, entregaram o clube para ele, de boa fé, mas que ele usou para ganhar dinheiro, perdendo jogos e ganhando apostas.
Ele contratava jogadores e ainda atuava como dirigente do Santa Maria: “Estou aqui para pedir desculpa para a presidente e ao marido dela, que tem um problema de saúde gravíssimo. Eu enganei a presidente (Dayane Nunes). Perdão por ter enganado ela, mas era o meu trabalho. Eu sempre enganei os presidentes”.
Também disse que dá “dignidade” para os jogadores: “Eu sou a máquina que está oferecendo dinheiro mais fácil para o atleta e dando dignidade para o cara dar de comer à família dele. Será que eu sou tão errado assim? Fui um dos maiores. Se não o maior, um dos mais organizados. Eu já trabalhei e operei nas 26 unidades da federação e no Distrito Federal. Inclusive, no DF, foi onde eu bati de frente com um cara muito forte. Aí, a gente vai naquela luta de poder. Eu perdi e fiquei exposto”.
Mais informações no portal do jornal Zero Hora, de Porto Alegre:
Jefferson Rudy/Agência Senado/Divulgação
O empresário de futebol William Pereira Rogatto confessou, nesta terça-feira (8), ter participado de esquema ilegal de apostas esportivas pelo Brasil. Conhecido como o “Rei do Rebaixamento”, o homem admitiu ter influenciado no descenso de 42 clubes à divisões inferiores. As informações são da Agência Senado.
No depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, Rogatto revelou já ter lucrado cerca de R$ 300 milhões neste esquema. Além disso, diz que a organização ilegal funciona há mais de 40 anos.
— O sistema vai muito além, os grandes não vão cair nunca. Estamos falando de dentro da CBF, de dentro das federações, tenho provas e vídeos. Isso não vai dar em nada, vai fazer vítimas do sistema e, no final, não vai acabar porque não é de agora. Isso existe há mais de 40 anos, eu fiz parte do sistema.
Rogatto não está no Brasil. Ele realizou o depoimento à CPI por videoconferência.
— Se eu tiver que pagar, vou voltar para o Brasil e pagar. Eu sou só apenas uma ferramenta, o mundo do futebol é muito mais do que a gente pensa — disse aos senadores.
O empresário ressaltou que seu crime se baseou em uma “hipocrisia no sistema” e detalhou como realizava parte dele:
— Não roubei ninguém, não matei ninguém. Eu trabalhei em cima de um sistema que não funciona. Achei uma brecha que me fortaleceu. Basicamente, eu engano o presidente do clube. Vou pagar ele para colocar os meus atletas. Aquele time vai perder, ele vai me beneficiar nas minhas apostas. Alguns presidentes sabiam e aceitavam. Eu rebaixei 42 clubes no Brasil. Eu só posso ganhar dinheiro com eles caindo.
Caso mais recente
O esquema que utilizou o Santa Maria, clube do Distrito Federal, para manipular resultados do Candangão (Campeonato Brasiliense), é o caso mais recente em que Rogatto participou.
Sem provas, o empresário admitiu enganar a presidente do clube, Dayana Nunes. Ele dizia que levaria jogadores para reforçar a equipe, mas depois voltava atrás. Desta forma, o time não se reforçava e tinha mais chances de ser rebaixado, consequentemente gerando lucro a ele próprio.
Árbitros envolvidos
Questionado sobre o possível envolvimento de arbitragem no esquema, Rogatto respondeu:
— Tinha árbitros, também. Um árbitro hoje oficial ganha em torno de R$ 7 mil por jogo, eu pagava R$ 50 mil para ele. O gatilho do futebol está na máfia, que é a confederação, é a CBF, que tem recursos e não passa. Eu sou uma máquina que oferece ao atleta dinheiro fácil e dou dignidade para ele oferecer comida ao filho dele — afirmou.
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