Foto: Foto: Gilvan de Souza/CRF
De Brasília, um amigo me enviou o link do G1 com a notícia, e este comentário irônico: “… mas quem poderia imaginar que as bets poderiam causar isso, né?”
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Inacreditável. Estes caras ganham fortunas limpas e se envolvem ou se deixam envolver na sujeira. Inocência? Ganância? banditismo? Todas as opções estão corretas ou nenhuma delas?
Está circulando nas redes um vídeo antigo, de desabafo do então goleiro Marcos, após uma derrota para o Corinthians. Ele reclamava que os torcedores ameaçam quebrar tudo, bater nos jogadores, incendiar carros, quando perdem jogos importantes, mas se esquecem de que se trata “apenas” de um jogo de futebol.
Para ele, o alvo principal dessa revolta deveria ser a ladroagem e politicagem que imperavam (e imperam) em Brasília e outras mutretas nacionais.
Ele tinha e tem razão, porém, isso é Brasil, terra da “Lei de Gérson”, em que uma enorme parte gosta de levar vantagem em tudo.
No futebol inclusive!
“Bruno Henrique, do Flamengo, é alvo de operação da PF que investiga manipulação”
Atacante rubro-negro é suspeito de ter tomado cartão amarelo para beneficiar apostadores
Por Martín Fernandez — Rio de Janeiro
05/11/2024 06h55 Atualizado há uma hora
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, é alvo de uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro que investiga manipulação num jogo do Campeonato Brasileiro.
O jogador é suspeito de ter tomado cartões no confronto entre Flamengo e Santos, no dia 1 de novembro de 2023, pelo Brasileirão, para beneficiar apostadores.
Na partida do ano passado, disputada em Brasília, Bruno Henrique entrou em campo pendurado com dois cartões. Ele levou amarelo por falta em Soteldo aos 50 minutos do segundo tempo, quando o Flamengo já perdia por 2 a 1 (placar final do jogo). Ele reclamou do cartão de forma acintosa com o árbitro Rafael Klein e imediatamente foi expulso.
Mais de 50 policiais federais cumprem na manhã desta terça-feira 12 mandados de busca e apreensão (não há mandados de prisão) em endereços no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vespasiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG).
Entre os endereços que são alvo da PF no Rio, estão o Ninho do Urubu, CT do Flamengo, a Gávea, sede social do clube, e a casa do jogador na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. Bruno Henrique estava no residência, onde foram apreendidos computador e celular.
Além do atleta, a PF investiga parentes de Bruno Henrique. Entre eles o irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Junior; a cunhada dele, Ludymilla Araujo Lima; e a prima, Poliana Ester Nunes Cardoso.
Outras pessoas no alvo são Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Douglas Ribeiro Pina Barcelos e Max Evangelista Amorim, residentes em Belo Horizonte, que é a cidade natal de Bruno Henrique. Todos são ex-jogadores ou jogadores amadores de futebol.
Como começou a investigação?
A investigação teve início a partir de um relatório da IBIA (Internacional Betting Integrity Association), entidade internacional que também embasou a investigação em curso na Inglaterra sobre Lucas Paquetá.
Três empresas notaram apostas num volume fora do comum em cartões a serem tomados por Bruno Henrique contra o Santos. Segundo a investigação, elas foram feitas por amigos e parentes do jogador.
Bruno Henrique ficou fora do primeiro jogo da final da Copa do Brasil, contra o Atlético-MG, no último domingo, porque havia sido expulso na volta da semifinal, diante do Corinthians, em São Paulo. A volta dele é esperada na quarta-feira, contra o Cruzeiro, pelo Brasileirão — a delegação rubro-negra embarca no fim da tarde desta terça para Belo Horizonte, e inicialmente o atacante está relacionado. O Flamengo ainda não se pronunciou sobre a operação da PF.
O atacante, hoje com 33 anos, chegou ao Rubro-Negro no início de 2019 e se tornou um dos grandes ídolos da história do clube, com a conquista de diversos títulos, entre eles duas Libertadores, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, uma Recopa Sul-Americana, uma Supercopa do Brasil e quatro Cariocas.
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