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Dia 8 de janeiro, dois anos sem o maior caçador de corruptos do futebol mundial

Em 2015 ele depôs na CPI do Futebol no Congresso Nacional, em Brasília e expôs mazelas da FIFA, CBF, COI e outras entidades. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Passou batido, mas dia 8 de janeiro de 2022 a imprensa ficou sem um dos maiores ícones do jornalismo do mundo: Andrew Jennings, aos 78 anos, jornalista investigativo britânico, maior fustigador da FIFA e Comitê Olímpico Internacional nas denúncias de corrupção.


Repórter da BBC de Londres, autor dos livros “Os Senhores dos Anéis” (sobre o COI, 1992) e “Jogo Sujo — o Mundo Secreto da Fifa” (2011), algoz de “intocáveis” como João Havelange, Joseph Blatter e Ricardo Teixeira, dentre outros. Ele dizia que o futebol é a maior “lavanderia” de dinheiro da Europa e do mundo. Não duvido; muito pelo contrário.


Lavanderia ou não, a verdade é que as transações envolvendo aquisições e dispensas de jogadores, treinadores, salários, multas, direitos de TV, publicidade e outros itens impressionam cada vez mais. Jogadores ruins são contratados por fortunas ou fecham contratos com salários espantosos, com tempo de validade mais espantosos ainda, com estipulação de multas inacreditáveis.


Como diria meu saudoso conterrâneo João Guimarães Rosa, “Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.”


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Comentários:
1
  • Alisson Sol disse:

    O Andrew Jennings se foi, e não tem como este tipo de reportagem investigativa continuar. Empresas de jornalismo com financiamento por taxa pública, como a BBC, estão “fora de moda”. As pessoas se esquecem fácil dos feitos do passado, e ninguém lembra porque o Inglês é a língua universal hoje, ou como isto aconteceu. Se esquecem das transmissões de rádio, depois TV, e o jornalismo da BBC, que inovou até com os primeiros aplicativos de conteúdo online, com o iPlayer existindo desde 2007.

    Não por acaso, as “Nações Unidas” (que também tem seus defeitos) publicam irregularmente um relatório sobre a corrupcão no esporte gerado pelo “Escritório de Combate ao Crime e Drogas”. Seria cômico se não fosse trágico! (link).