Da minha coluna de amanhã, no O Tempo:
Foi a segunda vez que a minha cidade viveu uma decisão de Campeonato Mineiro. Mas essa foi especial. Um domingo, em um grande estádio, diferente da quarta-feira à noite, no saudoso Duarte de Paiva, onde hoje é um supermercado, e o Galo foi campeão.
Sete Lagoas amanheceu colorida e diferente, com visitantes dos mais diversos lugares, com supremacia de belorizontinos, que fizeram da BR-040 uma Av. Afonso Pena.
Mistura salutar
Cruzeirenses e atleticanos com suas camisas e bandeiras se confraternizavam nos bares e restaurantes, às margens da Lagoa Paulino, no centro, e nos bairros da cidade. À medida que o sol ia para o meio do céu, o azul das bandeiras e camisas aumentava, invertendo o alvinegro do domingo passado.
Exemplo
Nenhuma briga, nenhuma escaramuça, festa, como deveria ser sempre o futebol. Ruim, só essa medida estapafúrdia de torcida única. Quem provoca brigas são os marginais infiltrados nas torcidas organizadas, que poderiam ser monitorados pelas polícias civil e militar. De modo geral, o torcedor é pacífico e gozador. Todos sabem que em suas próprias famílias há atleticanos e cruzeirenses e cada um tem o direito de gostar de um ou outro.
Bola rolando
Jogo tenso, bola queimando até nos pés até dos mais experientes. Tanto que Dorival Junior abriu mão de um Mancini na volta para o segundo tempo, além do Renan Oliveira. Trocou por outro experiente, Richarlyson, e um jovem, Bernard, que melhoraram o Atlético. Ousou mais ainda ao apostar em Leleu no lugar do contundido lateral Guilherme. O Cruzeiro fez um primeiro tempo, frio, calculado.
Diferença
Mas, se taticamente o Galo estava melhor, o talento individual fez a diferença e Walysson marcou um gol, desses difíceis de se fazer, com um marcador na cola e longe da meta. Imediatamente após o Magno Alves perder um, na cara do Fábio, que fez uma defesa salvadora. Poderia ter sido o gol do título, porém, o futebol pune quem erra mais e não aproveita as oportunidades.
Campeão
Depois do primeiro gol, o Atlético foi nervosismo só, explicitado na expulsão do Serginho. Aos 42, o gol consagrador do Gilberto, um jogador importante do Cruzeiro, que é menos valorizado que deveria, pelo clube.
Foi um grande jogo em termos de estratégia, sangue frio do campeão, mas com poucos lances de perigo dos dois lados.
O melhor
Ganhou o time que fez a melhor campanha, que tinha o melhor conjunto e que teve um talento especial para marcar o gol decisivo, que foi o Walysson. O Atlético está renovando seu time, foi melhor do que se esperava nessa decisão e está no rumo certo.
A expectativa agora é que os dois, e o América, façam uma ótima campanha no Brasileiro. Pelo título e primeiras posições!
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