Na coluna dele, no jornal Diário do Aço, de Ipatinga
* “Muito diferente”
No campo, isso mesmo, dentro das quatro linhas, como diriam os comentaristas da latinha nos tempos de antanho, Ronaldinho Gaúcho, que já é outro, diferente, muuuuuuito diferente daquele outro, o Ronaldinho do Flamengo, continua sendo o melhor jogador em atividade no atual futebol brasileiro.
Não é visto em baladas (pelo menos até o fechamento desta coluna), não falta aos treinos na Cidade do Galo, tem jogado muito, muito mesmo, não apela com os marcadores, que o caçam com faltas o jogo inteiro, além de assumir positivamente sua condição de líder, tornando-se exemplo para os mais jovens do grupo e a garotada em geral, que o tem como ídolo.
Após o empate inesperado com a Ponte Preta na última quarta-feira, Ronaldinho Gaúcho postou no seu twitter, a seguinte mensagem para a torcida atleticana, o que comprova tudo o que está sendo dito a seu respeito: “O campeonato é difícil e precisamos saber conviver com os tropeços sem perder a confiança e o foco”.
Ronaldinho Gaúcho é um jogador que não carrega marcas de grandes fracassos ou decepções na carreira, ao contrário da história recente do Atlético, que nas últimas décadas acumulou insucessos e não conseguiu retribuir a paixão que lhe é devotada por sua imensa torcida.
Então, ninguém melhor do que ele para pôr os pingos nos “is”, pois a partir de agora é que as dificuldades irão aumentar. Este recado, se bem aproveitado, pode servir também aos cruzeirenses, cuja equipe vem realizando uma campanha irregular, mas continua firme brigando por vaga na Libertadores, o que não é pouco.
Hoje, o Galo tem um desafio dos mais difíceis, que é enfrentar o Corinthians, campeão da Libertadores, em São Paulo, onde qualquer resultado será considerado normal.
Enquanto isso, o Cruzeiro terá uma tarefa aparentemente bem mais fácil, pois joga em casa diante do Náutico, na condição de favorito. Só na aparência, isto mesmo, pois se trata de um adversário imprevisível e que já está indo mais longe do que se esperava, brigando por vaga na Sul-Americana.
Velho dilema
Na última segunda-feira durante o programa “Bem Amigos” no canal pago Sportv, estabeleceu-se uma saudável discussão, a partir da análise dos vários lances polêmicos da rodada, entre o ex-árbitro Arnaldo César Coelho e demais membros efetivos do programa, onde se falou muito sobre a responsabilidade dada ao árbitro de “interpretar os lances”.
De fato, hoje, existem jornalistas, comentaristas de todos os naipes, pitaqueadores em geral, com a missão de interpretar os lances. E o que se vê é uma salada mista, pois um acha que foi isso, o outro acha que foi aquilo. E vida que segue.
Então, falou-se muito numa outra expressão, – “deixar o jogo correr” -, que também já virou um lugar comum das análises dos nossos “istas”, que pululam por aí nos microfones e lap-tops das mais diversas mídias.
Claro, seria mesmo uma ótima ideia o jogo bem jogado, corrido, sem faltas, sem catimbas, sem a incivilidade que tomou conta do futebol de norte a sul deste país.
Mas, pior disso tudo, é que não é bem assim que as coisas acontecem, porém uma parte da imprensa que defende a não marcação de faltas, tem dificuldade de interpretar e compreender que “deixar o jogo correr”, acaba botando pilha e ajudando os brucutus, qaue desta forma poderão agir livremente, caçando e abatendo na base da violência, quem de fato sabe ou quer jogar.
Os colegas no “Bem Amigos” concordaram que “deixar o jogo correr” precisa de limites, mas o problema é que esses limites dependem da interpretação, não só do árbitro, mas dos colegas comentaristas também. Aí, não vejo como se chegar a um consenso, pois uma coisa jamais será igual a outra coisa.
Na minha opinião, as regras disciplinares do futebol são muito brandas e por isso ocorre um sem número de lances duvidosos. Em qualquer esporte, as regras protegem quem sabe praticá-lo, mas no futebol não é bem assim e o que se vê hoje é quem sabe jogar ficar indefeso, à mercê dos brucutus, que deveriam ser punidos exemplarmente, afinal de contas o torcedor, que é a razão de tudo (e nem ele na sua maioria tem consciência disso) vai ao estádio por causa do jogo, do espetáculo, não da porrada, pancadaria, rodízio de faltas, o antí-jogo, como se vê por aí. Se a bola teima em não entrar, aí a coisa muda de figura e aparecem críticas na maioria das vezes estapafúrdias ou descabidas. Após o empate do Galo ( 2 a 2) com a Ponte Preta, ouvi colegas da imprensa “amiga” criticar o técnico Cuca por não ter “fechado” o time, após ter virado o placar para 2 a 1. Contra o Cruzeiro Cuca fez isso, mas acabou cedendo o empate do mesmo jeito. Outros flagrantes inusitados no Independência nos dois últimos jogos do Galo: o largo sorriso de uma funcionária graduada da BWA, captado pela câmera da Globo, no instante da comemoração do gol de empate do Cruzeiro; e aquele repórter de rádio que aproveitou a proximidade com o árbitro na lateral do gramado para reclamar e exigir providencias contra a “cera” dos jogadores da Ponte Preta. Impressionante!
· Não consigo entender como os dirigentes dos clubes permitem essa má vontade dos técnicos-professores com os jovens revelados na sua base. O caso atual do Cruzeiro é um exemplo crasso disso, pois Celso Roth teima em não escalar as jovens revelações, optando por vacas mortas como este Sandro Silva, Souza, Marcelo Oliveira, Fabinho e outras bombas mais recentes. O time sub-21 está nas finais da Copa BH Junior e nele despontam vários bons valores (Alysson é um deles), mas duvido que sejam lançados na equipe principal, à exemplo de Elber e Lucas Silva, sendo que o último chegou a ganhar algumas oportunidades, mas agora já é banco de Charles ou Sandro Silva. Está muito mal explicado esse negócio do rompimento de contratos entre o consórcio Minas Arena e uma empresa chamada Lusoarenas, parceiras na gestão do Mineirão com a norte-americana Global Spectrum, mais a SECOPA-Secretaria de Estado Extraordinária para a Copa do Mundo. Aqui, nestes grotões, costuma-se dizer que “macaco velho não enfia a mão na cumbuca”. Vamos aguardar! (Fecha o pano!)
* O Diário do Aço é um dos melhores jornais de Minas Gerais e quem não conhece, vale a pena conhecer: http://www.diariodoaco.com.br/
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