Imagine você tomando socos, pontapés e tendo seus pertences levados ao sair do banheiro de uma das casas de espetáculos mais famosas do país! E com o seu filho, criança, assistindo tudo! Pois aconteceu, em Belo Horizonte, no Mineirão, cujas obras de reconstrução ficaram entre as mais caras do país para a Copa.
Que o Brasil é um dos países mais violentos do mundo, há muitos anos, todos sabemos. Porém, quando chega perto demais da gente e em locais públicos, teoricamente seguros, passa dos limites. Pior ainda é que o problema é recorrente, mas como virou coisa “normal”, só chama a atenção quando acontece com alguém conhecido, e que ainda põe a boca no mundo. Caso do Bira Marinho, jornalista, vice-presidente da Associação Mineira de Cronistas Esportivos – AMCE -, espancado e assaltado ao sair de um banheiro da esplanada do Mineirão, depois de Atlético 1 x 0 Emelec, pela Libertadores. Estádio que teve e tem consumido uma fortuna do estado, ou seja, de todo cidadão que paga impostos, para se enquadrar no “padrão FIFA”, aquela conversa estranha para os estádios receberem jogos da Copa de 2014.
Depois de quase todo jogo do Atlético e do Cruzeiro, há denúncias via imprensa, de assédio a mulheres, agressões e assaltos. Não raramente as mulheres acusam os seguranças do estádio de fazerem “vistas grossas” ou serem coniventes com os assediadores. E fica por isso mesmo.
Onde estão as câmeras de segurança, a Delegacia de Polícia Civil ou o Juizado Especial que existiam lá antes da Copa?
Ainda bem que o Bira Marinho foi para o twitter denunciar e contou com a solidariedade total, não só dos companheiros da imprensa, mas também do público.
Fui ao banheiro dentro da esplanada, com o meu filho e saindo me deram soco na cabeça, arrancaram três cordões e me derrubaram, me chutaram. Meu filho presenciou tudo e ficou extremamente assustado e traumatizado.
Está aí o resultado das agressões. Está tudo legal, não é @Mineirao ? Não é @MinasArena ?
O pior é passar tudo isso na frente do meu filho, a dor dos joelhos, no braço e na mão, não superam a dor da da tristeza e do trauma que o meu filho ficou. Isso que realmente doi.
Eu farei, e várias pessoas que me enviaram mensagem nas redes sociais e por WhatsApp disseram que entrariam com uma ação coletiva contra o @Mineirao e contra a @MinasArena
Andre Campos Prates
@galo_prates Em resposta a @biramarinho
Exatamente, se todos que passam por situações semelhantes entrassem na justiça contra a @MinasArena talvez a organização estivesse melhor.
Esses relatos de violência no @Mineirao , as vezes tira toda a minha empolgação de ir a campo. Estou ouvindo relatos tanto da nossa torcida, quanto da outra também! Se paga um ingresso caro, e dentre os serviços oferecidos além dos jogos, também pagamos por segurança! +
O @Mineirao precisa parar de fingir que faz algo efetivo pra segurança e conforto dos torcedores e realmente fazer. Banheiro feminino da Esplanada ontem estava na penumbra. Mais um torcedor assaltado e espancado na Esplanada. ++
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A administração do estádio soltou uma nota bastante água com açúcar:
* “O Mineirão informa que recebeu da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) um relatório com três ocorrências internas de furtos ocorridas na partida entre Atlético e Emelec, nessa terça-feira (5), pela Copa Libertadores. O Mineirão lamenta os casos relatados e está à disposição das autoridades de segurança para colaborar com as investigações.
O Mineirão reforça o pedido para que torcedores registrem o boletim de ocorrência para que as autoridades tomem as devidas providências. O estádio possui uma delegacia de plantão, em dias de jogos, que funciona junto ao Juizado Especial Criminal (Jecrim), localizada próxima ao estacionamento G2.
A partida entre Atlético e Emelec, com público superior a 56 mil torcedores, contou com 549 seguranças privados. É importante salientar que os seguranças não possuem atuação de polícia. O estádio tem ainda 365 câmeras de vigilância que auxiliam no monitoramento e ficam à disposição das autoridades policiais“.
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