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Pesos e medidas: atletas olímpicos cumprem punições; futebolistas, mimados e protegidos

Danielzinho era apontado como uma das apostas de medalha do Brasil em Paris –

Foto: Carol Coelho/CBAt

O maratonista Daniel Nascimento, foi pego pelo exame antidoping surpresa e está cortado da Olimpíada de Paris, que começa na semana que vem. Atleta de alto rendimento, que pode tomar suspensão de até quatro anos.

Uma pena, mas todos temos que pagar pelos nossos erros, não é?

Aliás, deveríamos, já que para jogadores de futebol o tratamento costuma ser bem diferente. Os que fazem fama, marcam ou evitam gols, são cobertos por privilégios, mimos e paparicos, por parte de dirigentes, autoridades, imprensa e por consequência do grande público.

Sujeito bebe, dirige embriagado, bate em mulher, se dopa, às vezes provoca acidentes até com mortes, e quase na maioria dos casos, fica por isso mesmo.

É rara a semana em que o noticiário não informa sobre alguma aprontação de um jogador em alguma parte do mundo. No Brasil, então…

No caso de doping, o atacante Gabigol fraudou um exame, tomou dois anos de suspensão, mas conseguiu um efeito suspensivo via “decisão unânime”, e voltou a jogar normalmente.

Ano passado o zagueiro Jemerson, então no Atlético, bateu o carro chegando em casa de madrugada, com sintomas de alcoolismo, segundo a polícia, mas poucos dias depois voltou a ser titular do time dirigido pelo Felipão. Seu único “castigo” foi ter marcado gol contra a favor do Cruzeiro.

Sábado passado, depois de jogar bem e marcar um dos gols do Cruzeiro na vitória sobre o Bragantino, o atacante Gabriel Verón, em alta velocidade bateu numa placa de sinalização em rua do condomínio onde mora, Alphaville em Vespasiano. Abandonou o carro, e foi para casa, antes da chegada da Polícia Militar, que foi acionada.

Foto: Cruzeiro/Gustavo Aleixo

De acordo com o relato de um morador, ouvido pela Rádio Itatiaia, o jogador vive “causando muito transtorno” para os outros moradores do condomínio.

Na imprensa, vários veículos disseram que o jogador “se envolveu” num acidente, ou “sofre acidente”. Ora, ora, ele provocou o acidente; ser envolvido é outra coisa.

Mas aí, leitores e ouvintes exageram pelo outro lado contra a imprensa, como o Jeremias, que comentou aqui no blog, às 10h10 de hoje: “Engraçado, Gabriel Veron bateu seu carro em alta velocidade e de forma suspeita de ter ingerido algo não recomendado à sua profissão e somente um veículo de comunicação noticiou o ocorrido do time blindado. O fato aconteceu em seu condomínio em Vespasiano e seus vizinhos dizem que é reincidente Quando Jemerson fez o mesmo a imprensa toda deu destaque e o atleta foi “depredado” pela oposição. Pronto falei!”

Numa busca rápida no Google, vê-se que, ao contrário do que o prezado Jeremias diz, quase toda a imprensa deu a notícia, como podemos constatar:

E vida que segue!

Amanhã ou depois será outro jogador e ninguém mais vai se lembrar do anterior.


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Comentários:
4
  • Walmir Chaves disse:

    Sobre o post sobre o Veron, ai aparece um atleticano fazendo o papel de “vítima” da imprensa esportiva, o papel que mais sabe fazer, fingindo não saber (ou será que não sabe mesmo?) que o Atlético é o time mais blindado pela imprensa esportiva mineira. Haja paciência

  • Juca da Floresta disse:

    Resultado normal em Brasília. Var desta vez não errou como no jogo contra o São Paulo e invalidou o gol irregular do A. Mineiro.

  • Jeremias disse:

    Desculpe Chico, assisti vários telejornais e somente o Eduardo Costa na Band Minas noticiou, depois fui trabalhar e não assisti mais nada. Ao contrário do Jemerson, que assisti em vários canais e normal, mal feito de pessoas públicas e formadoras de opinião tem que ser noticiado mesmo. Só que no Galo o efeito “crise” é mais pesado!

  • Pedro Vitor disse:

    Vão passar a mão na cabeça, como sempre fazem com este tipo de pessoa, e aí vai criando, asa em cobra, e vida que segue!