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Ex-presidente do Cruzeiro, o advogado Sérgio Santos Rodrigues. (Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)
O ex-presidente Sérgio Santos Rodrigues e o Cruzeiro se pronunciaram de forma incisiva contra a reportagem da Revista Piauí, que acusou o clube transação com PCC para lavar dinheiro.
Atitude importante, já que a notícia repercutiu mundialmente e precisava de mais esclarecimentos dele e do clube.
As explicações do ex-presidente na página dele no instagram: sergio.santosrodrigues:
* “A maldosa reportagem feita por Alan de Abreu ontem na Revista Piauí em nada corresponde com os fatos que envolvem a relação entre o Cruzeiro e Willian Barile. O referido “jornalista” inclusive foi pessoalmente atendido para elucidar os fatos e dispensou o envio de documentos que comprovam toda a realidade do caso, contentando-se em soltar sua “estória” da forma que lhe rende mais repercussão, inclusive tendo publicado a mesma poucos minutos após ser atendido, o que mostra que sua preocupação jamais foi ouvir a verdade dos fatos. Aliás, isso está demonstrado pelo fato da reportagem versar sobre uma pessoa, mas o título recair sobre o Cruzeiro, que não representa 10% de tudo que se relata na reportagem.
Foi explicado ao “jornalista” que a relação entre William e Cruzeiro foi simples: contrato de mútuo, no valor de R$ 5 milhões (e não de R$ 3 milhões como noticiado). Trazido ao clube por pessoas envolvidas no futebol, Willian queria uma oportunidade para seu atleta agenciado Diogo Vitor; foi então oportunizado que ele treinasse no Cruzeiro para restabelecer sua forma física e, talvez, jogar. Paralelo a isso, foi feito com Willian um contrato de mútuo nos mesmos moldes de outros que foram feitos com outros empresários na gestão, todos devidamente registrados no balanço no clube.
Willian emprestou o valor ao clube a uma taxa de 0,8 % por mês, conforme consta no contrato, e ao longo do tempo recebeu todo este valor, sendo parte dele na gestão de Sérgio Santos Rodrigues e parte na gestão de Ronaldo, cuja equipe quitou integralmente o mútuo quando assumiu a gestão do clube. Todas as transações feitas de forma eletrônica, logo, facilmente identificadas por instituições bancárias ou até mesmo pela Polícia Federal que, conforme a “notícia”, estaria investigando o caso. Sem dúvidas que com todos os recursos disponíveis a respeitada instituição facilmente achará a entrada e a saída dos recursos, relembrando, lastreados em contrato e registrados em balanço.
Diante disso, imperioso indagar porque o “profissional” não quis sequer ver estes documentos, para escrever com total irresponsabilidade uma acusação séria e temerária.
Esperamos que o veículo de mídia que noticiou a fantasiosa história com uma manchete extremamente sensacionalista e inverossímil repreenda o colaborador que não fez o básico do jornalismo: apurar corretamente os fatos e ser correto com as informações recebidas.
Hoje, inclusive, disponibilizamos para a mídia interessada em ver a verdade todos os contratos que aqui mencionamos bem como os comprovantes de pagamentos feitos a Willian nas duas gestões. O mesmo dinheiro aportado voltou ao seu titular. Não existe lavagem nessa lógica. Existe má intenção de um mal (e mau) profissional. Em breve a justiça tomará conta disso.
‘O TEMPO Sports teve acesso aos comprovantes de transferência bancária – devido a sigilo fiscal, os mesmos não podem ser divulgados ao público. A dívida foi completamente quitada já na era de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), sob a gestão de Ronaldo Nazário.’
Ahhhh a verdade…. Ela chega. Mais hora, menos hora…. Ainda há pessoas de bem dispostas a focar nela e não no mal(u)… em tempo, não foi só @otempo que teve acesso aos comprovantes não. TODOS tiveram, mas cada um contou a estória que quis. (Com “e” mesmo…)”
@sergio.santosrodrigues
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A nota oficial do Cruzeiro, associação, presidido por Lidson Potsch Magalhães:
“Sobre a matéria “Cruzeiro lavou 3 milhões de reais do PCC na compra de atacante, diz PF”, divulgada originalmente pela Piauí e posteriormente replicada por diversos veículos, O Cruzeiro Associação traz importantes esclarecimentos que foram oferecidos e não constaram por completo na publicação que são
fundamentais:
O empréstimo de fato existiu e foi exatamente desta forma registrado em todos os documentos contábeis e financeiros do Cruzeiro em 2021. O contrato registrou o valor de cinco milhões de reais, e não três milhões como citado na matéria. Todas as transações desta operação foram feitas de forma eletrônica, logo, facilmente identificadas por instituições bancárias ou até mesmo pela Polícia Federal, assim como adequadamente registradas em nossos Balanços. Além disso, pagamentos iniciais foram feitos por seus juros (0,8% ao mês), sendo que sequer chegaram ao valor incorretamente citado na matéria. O contrato foi liquidado por completo já pela gestão da SAF em maio de 2023.
Infelizmente para o Futebol brasileiro, tornou-se comum nos últimos anos que clubes de futebol, com heranças de má gestão por décadas, passassem a recorrer a empréstimos para viabilidade de seu fluxo de caixa. Tais créditos passaram a ocorrer também com intermediários e empresários do futebol. São inúmeros clubes do Brasil que praticaram – ou ainda o praticam- tal modalidade diretamente com os intermediários, profissionais que não deixam de ter sua função original de negociar seus jogadores empresariados com os clubes.
Foi exatamente o que ocorreu no caso em questão. O fato de o Cruzeiro ter recorrido a Willian Barile Agati como alguém que emprestou ao clube o valor citado, não impedia o clube de negociar com ele jogadores que representava, como no caso em questão, Diogo Vitor. O jogador chegou ao clube sem custos e como uma boa oportunidade de mercado, considerado o baixo valor salarial, sua capacidade técnica e potencial de crescimento – que infelizmente não se confirmou – e passagens por Santos e Corinthians.
Em momento algum as duas negociações se cruzaram. O empréstimo foi uma operação e a contratação foi absolutamente outra. As datas e bases de ambas deixam isso perfeitamente claro: a operação financeira se deu em janeiro e contrato com jogador apenas se deu em agosto de 2021.
Até o momento, a Polícia Federal não nos pediu quaisquer esclarecimentos por essas operações. Tão logo isso ocorra, se ocorrer, toda a farta documentação e comprovantes existentes serão disponibilizados porque, reiteramos, nada foi feito fora do previsto pela legislação e pela legalidade. A respeitada instituição identificará facilmente a entrada e a saída dos recursos, reiteramos, lastreados em contrato e registrados em Balanço. Insinuar que uma operação de lavagem de dinheiro tenha todas suas movimentações registradas contabilmente e comprovações por documentos de transações eletrônicas, como faz a matéria, alcança o absurdo.
Por fim, mas não menos importante: o intervalo de tempo entre o pedido de resposta para a matéria e sua publicação foi ínfimo. Impossível que tenha sido escrita, ao menos em relação que cabe ao Cruzeiro, com profunda análise de tudo que foi exposto ou mesmo documentos colocados à disposição do jornalista. Todos os documentos e comprovantes que comprovam detalhadamente o acima exposto estão e estarão à disposição das autoridades competentes, assim como daqueles que estejam dispostos a escrever matérias que realmente reproduzam a verdade dos fatos.
O Cruzeiro Associação segue inteiramente disponível para qualquer esclarecimento que seja necessário.”
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