
O “Fenômeno” andava sumido do twitter. Sua única postagem este ano para seu milhão de seguidores tinha sido no dia 14 de janeiro, falando do estádio do Valladolid.
Certamente estava muito ocupado com as viagens que vinha fazendo, em visita a presidentes de federações país afora e a políticos em Brasília, tentando viabilizar a sua candidatura à presidência da CBF.
Quando anunciou essa intenção no início do ano passado, um agente FIFA que conheço me disse: “ele não conseguirá nem as quatro assinaturas que o estatuto da CBF exige para apresentar a candidatura”.
Duvidei, e se tivesse apostado, teria dançado. Teria que ter o pré apoio de quatro federações estaduais e de quatro clubes da série A ou B, para inscrever a chapa.
Pois, no fim da manhã dessa quarta-feira, 12, ele jogou a toalha e foi ao twitter anunciar a desistência.
Debaixo do anúncio dele, comentei, também no twitter:
Valeu a intenção. Seria muito bom para o futebol brasileiro e da América do Sul, Ronaldo presidente da CBF, mas do jeito que funciona o colégio eleitoral da entidade, impossível alguém fora do esquema conseguir chegar lá. Tudo “amarrado”. Caso conseguisse o apoio de algumas federações, a decepção do Ronaldo seria com a maioria dos clubes, que também é compromissada com o esquemão. Lamentável, mas é verdade! Como dizia Tom Jobim, “o Brasil não é para principiantes”.
Aqui o comunicado oficial do Ronaldo

x.com/Ronaldo
“Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião. Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada. No entanto, no meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo. O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções. Agradeço a todos que demonstraram interesse na minha iniciativa e sigo acreditando que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união.”

No dia 15 de fevereiro de 2024 ele prestou essa homenagem ao Dirceu Lopes com essa foto no x.com/Ronaldo: “Imagina esse ataque no cabuloso?”
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