Quando o time vai mal sobra para todo mundo, mas o “mordomo” paga o pato primeiro. No caso do Atlético foram os fisioterapeutas quem dançaram e o clube está contratando mais uma “estrela” do futebol, agora o Nilton Petroni, o famoso “Filet”, que ganhou notoriedade ao ser elogiado por jogadores como Romário e Ronaldo, quando estavam no auge.
Agora o Galo tem estrelas em todos os setores: no banco, no gramado e na fisioterapia. Mas e daí? Será que o time vai começar a ganhar? Essa é a resposta que o torcedor quer.
Vejo essas demissões como desvio de foco, pois o problema está no erro de avaliação da preparação do time para a temporada nacional e em algumas contratações equivocadas.
Vanderlei Luxemburgo sabia que o time que foi campeão mineiro era fraco para buscar o título mais importante, mas acreditou que poderia montar outra equipe, em tão pouco tempo.
Tinha até razão em apostar em alguns fatores: a sua competência, a qualidade dos jogadores que chegariam e o período de paralização do Campeonato durante a Copa.
Mas não contava com as variantes de risco, que comprometeram seus planos de curto prazo: jogadores sem condição física, machucados, fora de forma e até ele mesmo que quebrou a perna num treino, atrapalhando o dia-a-dia dos treinos e jogos.
Só agora Fábio Costa entrou em forma, Cáceres continua muito mal, Diego Souza até hoje não fez um jogo bom. Vanderlei não conseguiu arrumar as laterais, fazendo experiências na direita; Leandro e Fernandinho sempre às voltas com o departamento médico e ainda dispensou Júnior, ficando sem ninguém na esquerda.
A cada jogo uma formação diferente!
O futebol é menos complicado do que parece e as explicações para determinados problemas estão sempre em exemplos próprios ou alheios. O Palmeiras vive situação semelhante à do Atlético. Até nas justificativas frágeis do treinador, outra estrela de primeira grandeza do futebol verde e amarelo, Luiz Felipe Scolari. Também está culpando as arbitragens e a CBF.
Scolari foi parar no banco dos réus do STJD porque além de chamar o árbitro Wilton Pereira Sampaio de “safado”, e dizer que a CBF está perseguindo o Palmeiras no apito pelo fato do clube ter votado no Fábio Koff na eleição do Clube dos 13. Acusou também os árbitros Heber Roberto Lopes e Sálvio Spínola de prejudicarem seu time.
Antes Scolari já havia se estressado com a imprensa que cobrava a primeira vitória do Palmeiras sob seu comando na volta ao Parque Antárctica. Melhor assumir que chegou há pouco tempo e que são raros os casos de algum treinador conseguir montar um time competitivo durante disputa difícil como é o Brasileiro. Por mais competente que seja.
Com a falta de bons resultados a pressão geral aumenta e cria outros incêndios que precisam ser debelados logo. Ontem o goleiro Fábio Costa deu declarações que foram contestadas hoje pelo Diego Tardelli. Só vitórias evitam que simples opiniões divergentes como estas se tornem uma incontornável divisão do grupo.
E quem sofre é o torcedor.
Veja reportagem da Folha de S. Paulo de hoje, que mostra o destempero do Scolari:
“Scolari pode ser suspenso por até 12 partidas e pagar multa
Palmeiras minimiza críticas de técnico após expulsão do dia 14
RENAN CACIOLI
DE SÃO PAULO
O treinador do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, poderá ser suspenso por até 12 jogos hoje, quando será julgado no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) pela expulsão na partida contra o Atlético-PR, no último dia 14.
Na súmula daquele jogo, o juiz Wilton Pereira Sampaio diz que excluiu o técnico palmeirense após este ter reclamado acintosamente “abrindo os braços e gritando o seguinte: “Você só marca falta contra gente, porra!”.”.
Ainda de acordo com o árbitro, Scolari chamou-o de “safado” depois da expulsão.
Por isso, o técnico foi enquadrado em dois artigos (243-F e 258) do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva). Cada um pode gerar pena máxima de seis jogos de suspensão, e o primeiro ainda prevê pagamento de uma multa de até R$ 100 mil.
Não foi a primeira vez que Scolari discutiu com um árbitro desde que voltou ao Palmeiras, no meio de julho.
Só na última semana ele foi advertido pelos juízes dos dois jogos feitos pela equipe.
Na quinta-feira, pela Copa Sul-Americana, foi repreendido por Heber Roberto Lopes. No domingo, a bronca foi dada por Sálvio Spínola.
Depois do confronto, Scolari alegou em sua defesa que a suposta perseguição da arbitragem teria razões até políticas e acabou jogando contra o próprio patrimônio.
“Não quero pagar conta de quem votou no Fábio Koff. Não sou eu que tenho de pagar. Se quiserem, prejudiquem o Palmeiras. Não a mim”, afirmou o treinador.
Ele referiu-se à última eleição para o comando do Clube dos 13. O Palmeiras votou no nome de oposição a Kléber Leite, o preferido da CBF.
Ontem, durante o jantar comemorativo ao 96º aniversário do clube, que será completado amanhã, o presidente palmeirense, Luiz Gonzaga Belluzzo minimizou a declaração de Scolari.
“Não acredito que as pessoas responsáveis pelo futebol façam uma retaliação em relação a uma decisão que eu tomei como um cidadão livre que escolhe entre dois candidatos”, afirmou Belluzzo.
O dirigente disse ainda que vê, de fato, uma perseguição a Scolari. “É um técnico internacional. Os juízes competem um pouco com ele, o que não é correto. Deveriam ser mais discretos.”
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