Como sempre o genial Duke interpreta com os seus desenhos a realidade brasileira. Hoje no Super FC, caderno de esportes do jornal O Tempo.
A entrevista de Alexandre Kalil ao jornal El País sobre os custos do futebol continua rendendo. Só porque ele usou a palavra “pobre”. Se tivesse dito “categorias menos bastadas” não daria tanto falatório. A realidade é que, desde 2005, ele previa que isso aconteceria e com a gastança nos estádios para a Copa do Mundo de 2014 essa hora chegou. O Redação Sportv o entrevistou sobre isso e ele aprofunda em outros detalhes, inclusive com mais uma fala forte, dizendo que as empreiteiras agora faturam é em cima dos clubes de futebol, que se não sentarem para avaliar a situação com seriedade, vão se ferrar mais ainda. “O futebol brasileiro ficará no mesmo nível do uruguaio, caso os clubes não mudem o quadro que está aí”.
O Alexandre Simões e o Frederico Ribeiro foram os jornalistas que melhor “traduziram” o que o ex-presidente do Galo e atual prefeito de Belo Horizonte, disse ao El País, no Hoje em Dia:
* “Rico x Pobre: Preço dos ingressos de Atlético e Cruzeiro varia de acordo com o desempenho”
“No mundo inteiro, futebol não é coisa para pobre. Doa a quem doer. Ingresso é caro em todo lugar. Torcida dividida e entrada a preço de banana estragada só existem no Brasil. O Atlético coloca ingresso a R$ 20 e não lota o estádio. Futebol não é publico, não é forma de ajuda social”.
A afirmação do atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que presidiu o Atlético entre 2008 e 2014, em entrevista à versão brasileira do jornal espanhol “El País”, no último domingo, repercutiu demais nas redes sociais.
Num tempo em que o Manchester United (Inglaterra) paga 90 milhões de euros (cerca de R$ 330 milhões) para tirar o atacante belga Lukaku do também inglês Everton – valor superior às receitas de Atlético e Cruzeiro em 2016, que foram de R$ 316,3 milhões e R$ 238,4 milhões, respectivamente –, fica evidente que futebol é mesmo coisa de rico, ao menos no maior mercado do mundo, o europeu.
Comparação
Por outro lado, a comparação do tíquete médio de Atlético e Cruzeiro na temporada atual, com os preços de 2013 e 2014, anos inesquecíveis para os torcedores dos dois lados, evidencia que, por aqui, a “riqueza” do futebol está diretamente ligada ao momento dos clubes.
O atleticano pagou, em média, R$ 62,73 para ver seu time em campo numa temporada marcada pela conquista da Copa Libertadores. Neste ano, o valor desembolsado é R$ 34,94, mesmo assim porque o ingresso na competição continental, que o Galo disputa pela quinta vez consecutiva, é duas vezes mais caro que nos outros torneios que contam ou contaram com o time de Roger Machado.
Na Libertadores, o tíquete médio do Galo é de R$ 66,80. O segundo mais alto, o da Copa do Brasil, é de R$ 30,26. (mais…)