O comentarista do blog, Leandro Fabrício, pediu que eu comentasse sobre o sossego garantido a quem quis comparecer ao Independência, ontem.
Tive o privilégio de comparecer ao Mineirão com públicos na faixa de 100 pagantes, muitas vezes com poucas ocorrências policiais graves, e até nenhuma. O tempo passou as leis foram afrouxadas, o necessário rigor das autoridades policiais foi intimidado e tolhido, e os marginais, que sempre existiram, passaram a ter a certeza da impunidade. Isso, mais a omissão de governantes e a preguiça geral em trabalhar com a devida intensidade, fizeram com que caíssemos nessa absurda zona de conforto de “torcida única”, ou pequenos percentuais nos clássicos.
O comando da PM na capital declarou dias atrás que, operacionalmente, controlar a multidão com o percentual de 10% de adversários é muito mais difícil que 50% de cada lado. Pois neste Atlético 2 x 1 Cruzeiro ela deu show, como nos velhos tempos, como ela sempre dá, quando é determinada para isso. Fica então, decretado pelo bom senso, que os próximos clássicos poderão ser assistidos, meio a meio, no Independência ou Mineirão, que segundo próprios oficiais da PM, é onde tudo mais fácil de se controlar.
Alguém pode argumentar que para que a tranquilidade prevalecesse ontem, foram mobilizados mais de 2000 policiais. E daí? A PM existe é para isso. A guerra de gangues ocorrida mais cedo no Barreiro tinha hora e local marcados. Se houve alguma falha foi da inteligência das polícias, que monitoram essa cambada através das redes sociais. E mais uma vez a certeza da impunidade entrou em campo porque poucas horas depois de presos, os marginais estavam soltos.
Se há tantas brechas nas leis para beneficiar a vagabundos, há também para dificultar a vida deles. Os delegados responsáveis por recebê-los deveriam enviá-los para as celas mais lotadas, juntos com a pior espécie de bandido possível e deixa-los lá até o limite que a lei permite. No futuro, todos eles pensariam dez vezes antes de voltar a delinquir.