Blog do Chico Maia

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Sopra a tocha Idervan!

Tudo muito bonito, o Rio deitou e rolou, a imagem do país deve ganhar internacionalmente, e o Brasil inteiro paga a conta. Ótimo, desde que todos nós ganhemos. E a única chance que temos de ganhar é com a mudança de poder pela qual passaremos em outubro. O normal é que os próximos prefeitos nomeiem como secretários de esporte aliados fracassados nas urnas ou alvos de algum acordo político. Daqui a dois anos, governadores e presidente da república farão a mesma coisa. Então, a hora é essa para começarmos a pressão e gritar contra este vício pernóstico, bandido e retrógrado. As entrevistas de medalhistas de ouro da Olimpíada do Rio definiram tudo: “Eu estaria morto se não fosse o esporte”, segundo o Robson Conceição , ouro no boxe. Mesma coisa falada pela Rafaela Silva, do judô. O que seria deles, não fossem alguns desses apoios?.

Essa é a nossa realidade nacional e da maioria dos atletas brasileiros e da população. Não é possível que o país não preste atenção nisso a partir desse sucesso que foi a Rio’2016. O esporte é a maior fonte de inserção social!

Todos nós podemos fazer alguma coisa para esta situação mudar, começando pela base da pirâmide. Idervan é um candidato a vereador, de quem confio, numa das cidades do interior de Minas. Pedirei voto pra ele em troca de um único compromisso: apoio ao esporte, que para mim representa cultura, educação e saúde! Da criança ao mais velho dos cidadãos, sem tantas outras conversas.

O começo de tudo foi ver o jovem Thiago, ex-policial militar, acidentado, sem a perna direita, usando uma perna mecânica, agitando uma farra entre amigos em Boa Vista de Capim Branco, gritando: “Sopra a tocha Idervan…”! Este pedido de sopro tem tudo pra ser um início de novos tempos, novas fórmulas na política, no esporte e na vida do país.


A medalha olímpica do futebol, finalmente!

Jogo bom, amarrado no meio de campo, como a maioria das decisões e equilibrado. A Alemanha tomou o gol, manteve a frieza e empatou. E meteu três bolas na trave brasileira. Nos pênaltis a surpresa maior é que os jogadores brasileiros foram mais frios e equilibrados, atributos normalmente creditados aos europeus, especialmente alemães.

 

Seu Zé Côco continua vivo

É voz corrente que, dentre os ex-jogadores, o pior comentarista convidado da Globo é o Ronaldo, o ex-fenômeno. Mas ele tem razão em um detalhe, lembrado pelo amigo de infância, conterrâneo e ex-colega de time, o Associação Atlética Independente, de Sete Lagoas. Que me enviou o seguinte e-mail: “Chico, estou assistindo o jogo do Brasil agora, e Galvão e Ronaldo fenômeno falam uma coisa que o saudoso Zé Belarmínio falava: perto da área, vai pra cima, pois se não fizer o gol é pênalti, ou, na pior das hipóteses, uma falta perigosa! Isso há quase quarenta anos atrás. Como sabia tudo de futebol o Zé Côco.
Abraços Xanão”.


Vaiar ou não vaiar? Onde e quando? Eis as questões!

Em toda Olimpíada alguns fatos ficam marcados e entram para a história com destaque especial, positivos e negativos. A do Rio terá as vaias como um destes destaques. Há uma corrente, a maior delas, que entende que a vaia só é cabível no futebol; outra que na maioria das modalidades, menos em algumas. E outra, minoria absoluta, que não deveria haver vaia em nenhuma disputa olímpica. François Miterrand, o maior presidente da França pós-guerra, considerava normal e justa qualquer tipo de vaia. Eu fico no meio do caminho, na base do “depende”. Vi uma vaia que me assustou e que condeno até hoje. Nem tanto pelo alvo, mas por quem a iniciou e cuja atitude foi repudiada até por aquelas a quem ele apoiava: Oscar Schimdt, um dos maiores atletas da nossa história. Foi no Pan-Americano do Rio em 2007, justamente numa das competições que mais exigem concentração e que as rivais normalmente são solidárias entre elas, independentemente da nacionalidade: Barra de equilíbrio feminino. Bem ao estilo dele quando jogava, Oscar a todos pulmões, gritava palavrões e maior dos pecados berrava que a menina caísse da barra, no estilo “vai cai, vai cair…”.

 

Nada a ver

Nem os apelos apavorados das jovens concorrentes brasileiras para que ele parasse com aquilo o demoveram. Os berros e histeria continuaram e não surtiram o efeito que ele queria. Eu que sempre tive o Oscar como um modelo de ética e atleta, inverti o pensamento que tinha sobre ele. Comportamento inaceitável para gente minimamente educada. Decepção total.


Dói é ouvir na “Voz do Brasil” diariamente o governo fazendo propaganda mentirosa do apoio “fantástico” que dá aos medalhistas

A seleção feminina perdeu o bronze para o Canadá.

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Tudo correndo melhor do que o previsto na primeira Olimpíada na América do Sul. Nem zika, nem atentados e muito menos gringos sendo mortos aos montes no Rio ou em qualquer lugar do Brasil onde houve alguma competição. Ao contrário, foram estrangeiros os responsáveis pelos maiores escândalos, que viraram manchetes da mídia mundial. Os nadadores moleques dos estados Unidos e o presidente do Comitê Olímpico Irlandês, chefe da máfia da venda de ingressos, preso pela polícia do rio. A mesma polícia que prendeu mafiosos da mesma laia durante a Copa de 2014, por crimes semelhantes. Que assim seja até o fim, amanhã, e depois, na Paraolimpíada, que começa dia cinco. E quem nos dera se a segurança toda, até em excesso, que tivemos nestes dias fosse para sempre, no país inteiro. Mas essa é uma outra questão, mais séria, e que os governantes do passado e do presente não cuidam como deveriam. Dentro da nossa pobreza histórica na área, o desempenho dos atletas brasileiros está sendo satisfatório. Com as péssimas condições de treinos que a maioria tem, são todos dignos de aplausos.

 

Uso político de sempre

Dói é ouvir na “Voz do Brasil” diariamente o governo fazendo propaganda mentirosa do apoio “fantástico” que dá aos medalhistas, através de bolsas esmolas, que servem como paliativos a cada ciclo olímpico. Alguns atletas são obrigados inclusive a dar depoimentos elogiando estes programas de “apoio”, que são usados na propaganda oficial que será utilizada futuramente para angariar votos.

 

Futuro incerto

A seleção feminina não conseguiu ficar nem com a medalha de bronze, mas fez bonito em todos os jogos. A realidade nua e crua é que sempre teremos boas seleções, porque isoladamente temos muitas mulheres de grande talento. Mas o futebol feminino dificilmente se consolidará no Brasil enquanto não tivermos campeonatos regionais e nacional para ajudar a desenvolver e divulgar a modalidade.


Quem é o fdp que marcou estas competições para 11 da noite?

A pergunta foi feita pelo professor Walmisson Regis de Almeida, que dá aulas a partir das 7 da manhã e nos últimos dias está aparecendo na escola cheio de olheiras, das mais fundas, porque acompanha as disputas olímpicas até o fim . Respondi fácil: os patrocinadores, principalmente os norte-americanos, maioria, que querem ver os seus anúncios assistidos pelos milhões de estadunidenses. Na realidade, o fuso horário é que impõe este incômodo, já que são duas e três horas a menos lá. Um jogo que começa no Rio às 23, está começando às 20 e 21 horas lá, dependendo da região do país. E ninguém discute, porque quem paga é quem manda.


Na final pelo ouro do futebol, papo de revanche é busca ridícula de audiência a qualquer custo

Na primeira fase dos Jogos, Alemanha e Fiji durante os hinos no Mineirão. Mesmo antes de se configurar a final entre Brasil x Alemanha já começou o papo furado de revanche

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Só mesmo o sensacionalismo e a busca pela audiência a qualquer custo para se falar em “revanche” em um jogo como este entre Brasil x Alemanha pelos Jogos Olímpicos. Este tipo de bobagem é levantada, também, toda vez que o Brasil vai enfrentar o Uruguai, por causa da derrota para eles na final da Copa de 1950 no Maracanã. Mesmo depois de 66 anos boa parte da imprensa continua neste atraso. Competições, épocas e envolvidos distintos. Se uma vitória sobre os alemães neste sábado classificasse a seleção brasileira para a final da Copa de 2014, aí sim, poderia se falar em “revanche”.


Neymar, continua “de mal” de uma ala da mídia que mais o bajula

É muito legal assistir este tipo de situação, mas nem assim os bajuladores aprendem. Já já, depois de mais alguns gols dele, a bajulação retornará. Se não ao Neymar, será a um outro jogador qualquer, já que para esta turma o que é importa é criar ídolos, porque os índices de audiência exigem.

Durante a Copa de 2002 um colega da imprensa mineira, chegado a esta prática, ficou magoadíssimo com o Ronaldo, o então “Fenômeno”, o bajulado dele naqueles tempos. Além de se recusar a dar entrevista depois do treino, ainda o mandou “praquele” lugar.


Vans e ônibus de Minas prestam serviços a várias delegações olímpicas e imprensa no Rio

No tempo do Império, Minas Gerais abastecia a cozinha de Dom João VI, principalmente com as galinhas que o então Príncipe Regente devorava. Na Olimpíada, os cariocas contaram com o socorro mineiro nos transportes, em mais uma oportunidade de negócios gerados. João de Aquino, da foto, primeiro vocalista da famosa banda Bartucada, de Diamantina, é um dos 20 proprietários de Vans, de Belo Horizonte, que prestam serviço de transporte para empresas na cidade olímpica. Está a serviço da rede de TV ESPN. As Vans e ônibus do Rio foram insuficientes para tanto serviço.


Uma das manchetes nos EUA para o nadador Pinóquio: ‘Mentiroso ou burro?”

A farsa armada pelo Ryan Lochte está tendo tratamento à altura da imprensa norte-americana. E ele perdendo patrocinadores.


A imprensa inglesa, a imprensa norte-americana e até o Posto Ipiranga nessa confusão dos nadadores dos Estados Unidos

Como disse o grande Sérgio Xavier Filho ‏@sxavierfilho: 

“Nada disso estaria acontecendo se fizessem o óbvio: pergunta lá no Posto Ipiranga”

Ele retweetou o blog Coach, do Alex Pussieldi e eu repasso às senhoras e senhores do nosso blog. Um enredo de novela, meio real, meio fictícia, que vale a pena ler:

* “Esclarecendo tudo sobre o caso dos nadadores americanos

Alex Pussieldi

GERENTE

* O gerente do posto Ipiranga, no qual Ryan Lochte diz ter pego o taxi informou que não há qualquer imagem dos nadadores nas câmeras de segurança. (mais…)