Quando chega o momento de entrar em qualquer estádio é hora de baixar aplicativos e mensagens no celular para a conferência da leitora de códigos. O papel cada mais uma espécie em extinção.
Os 53.158 pagantes saíram vaiando os dois times no Rose Bowl, com toda razão. Brasil e Equador ficaram devendo e o torcedor brasileiro incomodado com a falta de perspectivas desse grupo, sob o comando do Dunga, cuja principal justificativa é que está montando uma nova seleção. A maior preocupação não é nem a conquista dessa Copa América, mas o risco de ficar fora de um Mundial pela primeira vez na história. Os russos contam com a força midiática e comercial da “seleção canarinho” para vender devidamente o peixe deles para 2018. O Brasil já os desfalcou na Copa das Confederações de 2017 ao não conquistar a Copa América do Chile ano passado.
Contra o Equador o time ainda contou com a ajuda do árbitro chileno Julio Bascuña que invalidou gol legítimo do Bolaños, que chutou da linha de fundo e o Alisson tomou um maiores frangos da história da seleção.
Além da questionável competência do Dunga outro tema se impõe para discussão: temos jogadores de qualidade para formarmos uma grande equipe? Ou estamos na vala comum da maioria dos países famosos por terem um passado glorioso e presente como qualquer outro? Assim como os antecessores no cargo o atual treinador convoca praticamente todos que atuam no exterior, mas temos atletas melhores jogando no Brasil?
Os colegas da imprensa internacional nos fazem perguntas como essas e as respostas não são conclusivas e nem unânimes. Cada um pensa uma coisa e só há um consenso: a falta de comando da CBF atrapalha. Nos tempos do Ricardo Teixeira todos sabiam quem mandava, gostando ou não dele ou de seus subordinados. Aqui, o chefe da delegação seria o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Melo, que no dia do embarque agradeceu e ficou no Rio para debelar a crise que se instalava no clube dele.
Gangorra
Encastelado em São Paulo o presidente Marco Polo Del Nero manobra politicamente para se manter no cargo, não se enrolar na CPI da entidade que ele preside, instalada em Brasília, e não acompanha a seleção no exterior para não ser preso. Além da falta de credibilidade gerada por essa gangorra institucional, questões práticas são afetadas e prejudicam a seleção. Ano passado o empresário João Dória, indicado para chefiar a delegação no Chile, caiu fora antes da hora e o Brasil não teve um chefe de delegação presente em Santiago para recorrer contra a punição aplicada ao Neymar, desfalcando a seleção nas eliminatórias.
Tecnologia
Os norte-americanos usam os avanços da tecnologia para facilitar o dia a dia deles e na organização da Copa América não está sendo diferente. Pouquíssimas pessoas para resolver alguma coisa presencialmente, nos estádios ou centros de imprensa. Tudo na base do celular, do wifi e do e-mail. Ao questionamento “não recebi o meu ingresso” uma pessoa ou uma maquina pede o “código de acesso”. Diante da devida informação, chega outra: “dentro de no máximo dez minutos você o receberá em sua caixa de mensagens”. E assim é feito! Você baixa o código, apresenta a tela do telefone ao porteiro, que com uma leitora digital libera o acesso para a entrada ou não.